A garota do Ackerman-Levi x S/N

016

[LEVI]
Horas atrás

— Então você foi filho único?-
Ela me perguntou enquanto brincava com os dedos.

— Sim, até onde vai meu conhecimento sim-
Sorri.

Ela me olhou confusa e debruçou seu rosto no vidro do carro

— Eu também, bom eu era, meus pais morreram-
Senti sua voz falhar.
— Bom mais e seus pais?-

— Minha mãe morreu e meu pai também, porém ele eu matei de certa forma-
Ela me olhou com espanto, mas sua gargalhada preencheu o carro em questão de segundos.
— Do que está rindo?, não está com medo?, afinal quem entrou no carro de um estranho é você-

— Na verdade, quem colocou um estranho no seu carro foi você-
Ela limpou a lágrima de seu olho que escorria por conta dos risos.
— Eu sinto que posso confiar em você, que temos algo forte, tipo marido e mulher-
Engasguei.
— Afinal, o que somos?-
Ela perguntou novamente.

— Bom, isso você pode decidir quando se lembrar de tudo-

Atualmente

S/n havia finalmente pego no sono, aparentemente as anestesias estavam ainda sobre efeito em seu sangue. Ela havia adormecido com a roupa hospitalar no banco da Porsche, após horas de interrogações e curiosidades sobre mim e nossa relação... Descrevi como algo complicado, afinal eu não tive coragem em dizer que eu apenas fodia ela em troca de dinheiro...

Olhei para o horário antes de carregá-la para dentro do meu apartamento, a casa de férias da família Ackerman não me parecia uma boa ideia, meu tio deveria estar me esperando lá com dezenas de homens da máfia, eu não julgo, afinal eles precisavam de um líder, mas ela precisava ainda mais de alguém para ajudá-la...

Subi as escadarias e arrumei seu corpo na grande cama de pedestal, ela se encolheu e puxei a coberta até seus ombros desnudos.

— Como não prestei atenção antes-
Suspirei.
— Você foi feita para mim-
Disse acariciando seu rosto macio.

Ouvindo sua respiração, pude acalentar meus pensamentos, que agora só estavam hipnotizados em olhar para ela, encarar seu rosto... Eu poderia ficar a noite toda assim sem me cansar.

Mas também estava exausto.

Fui até o banheiro do quarto e me despi, liguei o chuveiro morno e deixei os pingos quentes me aquecerem.

Após vestir-me peguei meu telefone e alguns revólveres que estavam escondidos pelo quarto, assim me certificando de que ela estaria segura e não acharia nada que estragasse minha imagem em sua cabeça.

Minha vontade de deitar ali do seu lado era grande, porém não iria invadir seu espaço, ela me deixaria louco sem ao menos tentar, mas ela estava confusa e precisava de espaço.

Agora eu me encontrava deitado no sofá do meu próprio apartamento, de certo já seria umas quatro da manhã quando Annie me ligou

— Levi?-
Ela perguntou afobada quando atendi sua chamada.

— Sim Annie?-
Respondi esfregando os olhos.

— Puta merda, você tá vivo-
Ela gargalhou.
— Armin passou pelo hospital e viu alguns homens da Dragon procurando por você-
Explicou.

— Quantos?-
Perguntei.

— Cerca de cinco-
Ela respondeu após uma pausa.

— Estão loucos de mandarem cinco homens atrás de mim?, é desvantagem de mais para eles-
Sorri posicionando um revólver a baixo do meu travesseiro.

— S/n está com você?, por favor me diga que sim-
Ela perguntava.

— Segura, em minha cama-

— Você fudeu com ela sem se lembrar de nada?-
Interrogou enfurecida.

— Annie, eu posso ser o maior filho da puta que você conhece, mas não vou encostar um dedo nela sem sua permissão, o contrato vai ser ajustado-
Respondi.

— O que está acontecendo com você?, bom, de qualquer forma, irei esperar você na reunião amanhã-
Ela disse finalizando a chamada.

O sofá era um pouco desconfortável, mas de qualquer forma não iria dormir...