A garota do Ackerman-Levi x S/N

009

[Levi]

— Cadê ela?, cadê a s/n?-
Perguntei invadindo o apartamento com pouca dificuldade.

— Fale baixo Levi!-
A loira correu até mim me segurando.

— Onde está a minha mulher Annie?-
Empurrei suas mãos de mim e procuro S/n no cômodo pequeno.

Ela me passa um olhar de preocupada e se senta no sofá.
— Está dormindo no quarto de hóspedes-
Tira um fumo de sua bolsa jogada ao chão e fuma com certo alívio.

Respiro fundo sentindo o nervoso sair do meu corpo.

— Te seguiram?-
Pergunto me encostando em uma parede áspera.

Annie nega com sua cabeça e após exalar a fumaça de sua boca me informa sobre sua preocupação.

— Ela vai acordar... E me perguntar como eu 'realmente' sabia, ou ela deve estar ouvindo tudo do quarto agora mesmo, você sabe como ela é curiosa-
A loira bufa mordiscando os lábios.

— Você sabe nosso acordo-
Digo indo até a janela me certificar que não havia nada de estranho lá em baixo.
— Caso as coisas piorem, vocês vão para minha casa-
Finalizo fechando as cortinas.

— Acordo?, você acha que ela não vai ter dúvidas referentes a tudo isso que vem acontecendo em sua vida?-
A loira franzi sua testa como sinal de raiva.

— Ela sabe que se tem relação comigo está sobre perigo-
Resmungo.

— Ah é?, e você acha que em algum dia bem distante ou bem perto ela não vai descobrir quem matou os pais dela apenas para ela ir para um orfanato e toda essa merda acontecer "naturalmente" na vida dela?-
A mais nova jogava os acontecimentos a limpo.

— Que merda você tá falando Annie?-
Cruzo os braços.

— Ela vai descobrir algum dia Levi, descobrir que o pobre pai devia algo para você, ela vai descobrir que você a conheceu desde que ela nasceu, vai saber que você planejou por anos como iria sequestrá-la de sua família-
Annie elevava o tom de sua voz.
— Ela vai descobrir Levi, que você era obcecado por ela e ainda é, o homem idiota que colocou ela em perigo por mero capricho-

— SE VOCÊ NÃO CALAR A SUA BOCA AGORA E ACALMAR SEUS NERVOS, VAMOS PARA O PORTO RESOLVER ISSO A MODA ANTIGA-

Ela engole suas palavras.

— E você sabe que vai acabar com meu punhal enfiado em seu estômago e você agonizando aos meus pés, assim como tantos amigos seus-

— Levi, se você deixar alguém ferir ela, eu te mato, seu filho da puta!-
A loira se levanta irritada e caminha até sua cozinha.

Annie nunca aceitou o código 67, nunca contar para s/n sobre a verdade referente a sua família, sobre seu passado e o acidente de seus pais... Ela se rebelava contra mim toda vez que alguém prometia vingança sobre tudo que eu possuía.

"Ela é sua garota"

Annie sempre jogava em minha cara antes de sair para vigiar S/n.Eu comecei a achar que a loira estava amando minha garota, porém tudo não passava de um carinho como irmã mais nova, apesar de S/n ser mais velha que Annie... Leonhart teve sua família morta e seu irmão de apenas um ano morto por uma máfia estrangeira, talvez ela achasse o conforto familiar em S/n.

— Café?-
Ela volta com duas xícaras em suas mãos.

— Você sabe que detesto café-
Bufo.

— Fiz chá para você-
Me entrega um das xícaras.

O silêncio que preencheu o cômodo foi assustador, nós dois sentíamos que mais que nunca S/n estava sobre ameaça verdadeiramente mortal e nós dois não tínhamos ideia de como iríamos mantê-la segura... Mas uma coisa arranhava minha garganta. Eu sentia que tinha total confiança com a loira apesar das ameaças de morte.

— Você acha que sou velho para ter um filho?-
As palavras saem arranhando minha garganta.

A loira me olha e põem sua xícara em cima de suas pernas.
— Isso assim?, do nada?-
Sorriu sem graça.

Suspirou fundo.

— Você tem apenas trinta e dois anos, Levi, a questão é não fazemos a mínima ideia de como proteger S/n do Reinner se ela tivesse um filho...-
Annie dá uma pausa e suspira fundo mais uma vez.
— Daríamos um jeito-
Ela umedece os lábios.

— Preciso ver como ela está antes de ir embora-
Digo indo em direção ao quarto de visitas.

— Você está se apaixonando por ela?-
Annie pergunta com um tom feliz em sua voz.

— Não seja patética, ela só é minha prostituta-
Retruco.

O corredor que dava acesso para seu quarto estava aceso e o silêncio tomava conta. Abri silenciosamente e caminho até sua cama. Ela dormia com um abajur aceso e estava encolhida num canto da grande cama de casal.

Percorri o outro lado do colchão e me deito, me aproximo de seu corpo e a cerco com meus braços... Eu conseguia ouvir sua respiração suave e sentia seu cheiro sem igual.

— Eu vou te proteger-
Digo acariciando suas costas.

— Não a deixe ir para o trabalho amanhã-
Digo pegando meu casaco.

— Certo!-
A loira confirma minha ordem.

— Quero que leve ela para um parque, esfriar a cabeça e quando for de noite leve ela para a cabana da família Ackerman-
Digo saindo do apartamento.

Eu não podia mais ser tão frio com ela, mas para mim demonstrar o que sinto... É fraqueza!