11 -Eterna Destiny

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"use a dor, como um motor para poder se levantar"
                                       Christian Chávez
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???: -Olá, por que está sozinha aqui? -Escuto uma voz feminina atrás de mim.
Kaya: -Isso que eles chamam de festa, eu chamo de tédio. -respondi seca e pôde ouvir uma leve risada.
???: -Também acho, é uma droga tudo isso. Todos falsos. -Disse.
Kaya: -Como assim falsos? -interroguei me virando para nota-la e  pôde ver uma garota asiática ao meu lado com a mesma expressão que a minha, de tédio.
???: -Aposto que amanhã eles vão estar falando mal uns dos outros para suas secretárias, como sempre fazem. -respondeu.

Kaya: -E como sabe dessas coisas? -perguntei.
???: -Eu ouço sempre, estou trabalhando aqui, sou secretária do seu tio ali. -completou apontando.
Kaya: -E por que está me dizendo essas coisas? não devia confiar na sobrinha de um dos donos. -comentei irônica.
???: -Você me parece confiável e não parece do tipo familiar. -terminou.

Kaya: -Você parece tão nova pra estar trabalhando de secretária... -comentei.
???: -Nem todo mundo tem vida de princesa né. -retrucou e isso me incomodou de certa forma, mas relevei, pois não sou uma princesa, de forma alguma.
Kaya: -Compreendo. Nem todos temos "castelos". -mais uma vez irônica.
???: - A propósito, me chamo Ji-Yeong, mas pode me chamar apenas de Ji, sei que não é fácil de pronunciar em sua língua.
Kaya: -Deixe-me adivinhar... Coreia?
???: -Sul-coreana. -respondeu orgulhosa.
Kaya: -Kaya, norte-americana. -Disse fingindo orgulho.

  Continue a conversar com Ji-Yeong por algumas horas, bem interessantes pra ser realista, ela falava coreano, veio pra cá com dez anos de idade e tem dezoito, família simples tentando conquistar algo na América.

[...]Chegamos em casa e eu fui para o meu quarto, minha cota de humanos já se foi hoje. Estou confusa por estar tão calma, estou confusa por querer agradar Slenderman após ele ter mandado me torturar, estou confusa por estar sentindo empatia por Harry e mais confusa ainda porque estou deixando outra humana entrar em minha vida... Mais tudo bem, foi só uma breve conversa.

[...]Ontem, por muito tempo fiquei a pensar em minhas atitudes e no que estava errando, Slenderman anda tão duro comigo e nem se quer explicou o porquê.

  A manhã estava fria, o suficiente para me fazer pôr sweter e sobretudo. No caminho da escola fui pensando em ideias, todas eram boas, porém exigiam muito de mim, como vou atrair vítimas até mim? ninguém gosta nem se quer de sentar ao meu lado na escola, bom... na verdade, ninguém das garotas, existem muitos garotos que tentam se aproximar de mim...Porém eu tenho uma ideia melhor ainda que matar adolescentes.

   Cheguei no estacionamento e Mike logo em seguida, parou o carro ao meu lado e fez sinal para mim esperar, apenas saí andando normalmente.

Mike: -Kaya! Por que não me esperou? e por que não tomou café hoje? - insistiu me alcançando.
Kaya: -Não quis.
Mike: -Por que está assim? está tudo bem? -interrogou me irritando e me fazendo parar.
Kaya: -Estou! e se não se importa, prefiro seguir sozinha, passar bem! -respondi seguindo em frente.

[...]Toda a confusão com os demônios tinham me feito esquecer um pouco de Destiny, mas agora, parecia que eu tinha uma dor estômago eterna. Não consegui assistir a nenhuma aula direito, apenas resolvia as questões e saia da sala, sem dar explicações ou falar uma se quer palavra com alguém.

  Depois do almoço Jully veio falar comigo, já não falava com ela desde a semana na cabana.
Jully:...tudo bem, eu sei como você é, e não vai querer me falar oque está acontecendo, mas se precisar, estou aqui. -desistiu, após várias tentativas de me fazer desabafar.
Kaya: -Obrigada. -disse apenas, olhando para o horizonte.

[...]Estava frio aquela tarde, me sentia tão sozinha, havia pessoas, muitas pessoas ao meu redor, mas ninguém e nada ali, me fazia se sentir melhor. Resolvi dar uma volta depois da escola, passei em uma floricultura e comprei algumas margaridas e rosas azuis, a moça da floricultura falava demais, e eu nem tinha vontade de responde-la mal, apenas sorria fraco.

[...]Kaya: -Você me fez ter uma outra percepção das pessoas, de amizade, e de sentimento. E olha oque eu fiz com você, eu devia ter cuidado mais de você, devia ter trazido o conforto que você me fazia sentir, eu nunca mais vou poder te pagar uma margarita(riso fraco), Nem em sonhos pôde imaginar isso, e olha agora, eu conheci a nerd mais incrível da minha vida e a deixei levarem de mim... - Digo ali, em frente ao túmulo da minha melhor e única amiga.

???: -Sempre me culpou também. Achava que a culpa era minha, até cheguei achar que era sua, mas não é, sei que está muito machucada, mas se posso dizer algo que a possa confortar, minha filha te adorava, me lembro de como ela ficou feliz quando te conheceu, se arrumava mais, se divertia mais, até estava me preocupando já, coisa que nunca ocorreu, não é sua culpa querida, não mesmo, e talvez, eu devo lhe agradecer por trazer minha filha a vida, ela foi tão feliz nesses meses que esteve contigo, obrigada. -Ouvi atrás de mim, uma voz calma e chorosa, com a mão em meu ombro.

Kaya: -Eu devia a ter protegido mais...Se ela nunca tivesse me conhecido, isso nem teria acontecido. -Disse ainda olhando sua pequena foto sorridente em cima do túmulo.

Sra. Morrow: -Não querida, não se culpe, a dor é grande pra mim também, mas sei que não é sua culpa, minha única filha, linda, inteligente, fofa... Não estávamos preparados, mas sabíamos que a culpa não era sua, por isso nunca interferi em nada, nunca abri processo judicial contra você, você foi uma vítima também. -Completou.

Kaya: -Obrigada sra. Morrow. -Olhei para ela que me olhava com um sorriso franco e olhos lacrimejando, assim como os meus, mas logo os limpei.

[...]Cheguei em casa por volta das 19:30, subi e tomei um banho, no jantar peguei meu prato e levei para cima, todos me olhavam desconfiados, talvez nunca tinham me visto tão para baixo como eu estava hoje. Mais de certa forma, a conversa com a mãe de Destiny me ajudou muito.


Notas da autora:
Oi meus amores, tudo bem? espero que tenham gostado, votem e comentem por favor! assim sei o nível de satisfação de vocês, e desculpem pelo capítulo meio depressivo, mas esse livro sempre foi escrito literalmente com meus sentimentos do momento. Beijos, amo vocês!

Slenderman e a aprendizOnde histórias criam vida. Descubra agora