25 De Fevereiro

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Levantei-me sonolenta e mais morta do que viva, tinha estado a chover e Paris é parecido com Londres quando chove: nevoeiro cerrado e nem valia a pena abrir a janela.
Acendi a luz, não tinha fome, o meu cabelo metia medo ao susto e ainda tinha as marcas da almofada na cara. E ia fazer o exame de condução à tarde. Vontade? Nenhuma. Jeito? Menos que a vontade. O examinador tinha de ser cegueta para me dar a carta.
O relógio da sala mostrava as 7.15 da manhã e alguém bateu à porta.
Vesti um roupão felpudo e os meus chinelos de coelhinho e arrastei-me até à maçaneta, só havia um rapaz de boné atrás do ferrolho.
— Quem é?
— Correio registado.
Olhei para o calendário. Era dia 25.
— Não é engano?
— É a menina Elise Brown, certo?
Acenei com a cabeça. Depois lembrei-me que ele não me via. Burra.
— Sim.
Abri a porta e o rapaz entregou-me a carta com um papel para assinar. A carta era do meu pai.
— Tenha um bom dia, menina.
Ele pegou na caneta e ia-se embora,mas chamei-o.
— Espera — fui até ao pote das moedas e tirei uma nota — tenha um bom dia.
Ele acenou e desceu as escadas, bem merecia uma nota por ter subido cinco andares num prédio sem elevador.
Fechei a porta e peguei numa faca para ler o interior do envelope. Li uma vez. Duas vezes. Três vezes.
Enchi uma mala com as coisas mais básicas e fui comprar um bilhete o mais depressa possível. Só queria que ainda houvesse bilhetes para

Querida Elise - Duskwood FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora