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Nunca pensei que fazer xixi em um copinho seria o motivo do meu maior colapso. Eu estava tão ansiosa que podia jurar que estava ouvindo Valéria dizer:

- Você é uma puta de uma azarada, minha amiga.

Sorri em meio ao nervosismo e logo após mergulhar os testes em minha urina os virei para baixo. Cronometrei o tempo em meu relógio de pulso, desejando que o resultado seja negativo, fechei os olhos e desejei muito ter um maço de cigarro em mãos agora.

Maldito vício.

Olhei novamente o relógio e haviam se passado 2 minutos, o que era mais do que o suficiente pras marquinhas do teste ficarem visíveis e decidirem todo o meu futuro. Virei os dois testes de uma vez com a esperança de ambos darem negativo e eu não precisar explicar pra ninguém ou contar pra ninguém o que se passou nesse banheiro, mas eu realmente sou uma puta de uma azarada.

Positivo.

FO-DEU!

Eu recolhi os testes e descartei o que não iria usar e joguei no lixo do banheiro da loja de conveniências. Saí correndo mais rápida que o Flash em direção a minha casa, eu não tinha forças nem pra chorar, espernear... O que fosse, eu não teria forças pra fazer.

Chegando em casa, subi pro meu quarto com a desculpa de estar com cólicas e me joguei na minha cama. Peguei o maço de cigarro que tinha guardado na mesa de cabeceira e não resisti ao impulso de fumar pelo menos um deles... Saboreei o último cigarro que eu fumaria em pelo menos 3 anos como se fosse o último da minha vida, cada tragada trazia consigo uma lágrima diferente. Como Bento reagiria a essa gravidez? E os meninos? A minha família... Eu não quero nem imaginar como vai ser a reação de todos eles.

...

O ano novo passou muito rápido e com ele a despedida da minha família. Não contei para ninguém o que estava acontecendo e eles ficariam sem saber durante um bom tempo.

Na volta pra casa o voo foi o mesmo tormento de sempre, com o bônus da gravidez me deixando ainda mais enjoada do que eu já ficava. Claro que, 10 horas de voo pra mim são 10 horas de tortura, mas nada a declarar.

No aeroporto a recepção foi calorosa já que muitos fãs e a mídia estavam em peso querendo pelo menos um furo de reportagem. Eu consegui me esquivar de todos e pegar um táxi, mas não me livrei de dar um autógrafo pro taxista. Antes de chegar em casa notei que havia deixado as chaves com Paulinha e que eu precisaria bater a porta.

O taxista me ajudou com as malas, colocando-as ao meu lado na entrada. Bati a porta, esperando ser atendida por alguém e ninguém me atendeu, fiquei desesperada pois senti que estava ficando enjoada e não iria conseguir segurar por muito tempo o enjoo.

Ao bater novamente o enjoo piorou e tentei abrir a porta, em um ato desesperado girei a maçaneta que abriu instantaneamente. Antes que eu tivesse tempo de sair correndo, ouvi um pequeno grupo gritando:

- Surpresa!

E no mesmo momento, senti que não daria pra correr até o banheiro. Olhei para a frente e para os lados e localizei um dos vasos caríssimos de Júlio.

"Me desculpa Julinho, mas vai ter que ser isso" pensei.

Por pouco não vomitei em nosso carpete caríssimo, mas o vaso de Júlio com certeza precisaria de uma limpeza interna.

Acredito que nenhum deles esperava que eu acabasse com a surpresa que haviam feito. Depois de vomitar no vaso, eu vomitei no banheiro de hóspedes e quase desmaiei com a pressão baixa. Paulinha fez questão de me fazer enfiar sal debaixo da língua e não descansou enquanto não me viu comer pelo menos 3 coxinhas e um pedaço do bolo da surpresa que ela mesma preparou.

- Mulher do céu, tá tudo bem? - Antonella, a namorada de Sérgio, perguntou - Você está da cor de um papel.

- Amiga, tem certeza que consegue comer essas coisas? - Valéria perguntou, preocupada

- É, a gente não quer ninguém vomitando nos vasos de novo. - Júlio disse, enquanto secava o vaso caríssimo com um pano de prato.

- Poxa Julinho eu já pedi desculpas. - fiz uma carinha de cachorro perdido - E eu disse pra vocês, eu estou bem. Foi um mal súbito, é normal quando se tem fobia de algo.

- Ainda não me convenceu. - Dinho deu de ombros, mordendo um dos sanduíches

- Você tá realmente bem? - Bento disse, tomando um gole de refrigerante em seguida.

Eu assenti, com medo de soltar algo em relação a gravidez e me mantive ocupada com outros assuntos como a beleza do meu sobrinho ou a minha nova cunhada. Só sei que no fim da noite, eu consegui fazer todos esquecerem o episódio ocorrido. Acabamos assistindo algumas coisas, jogamos Banco Imobiliário e tomamos sorvete enquanto planejávamos algumas coisas pra Banda.

...

Mesmo eu dizendo que a fobia tinha sido a causa do meu mal-estar, não consegui disfarçar quando os enjoos matinais foram surgindo, os enjoos por conta de algo que eu não conseguia mais comer ou o perfume de um dos meninos.

Mas tudo piorou mesmo na festa de aniversário de Valéria, que teria muita bebida. Fodeu, eu não posso tomar nem um gole de bebida alcoólica e muito menos fumar, que é o que eu mais fazia em festas assim.

Chegado o dia da festa, que seria em nossa casa, eu me vi extremamente nervosa com o que poderia acontecer. Bento havia passado a semana toda dormindo comigo em meu quarto e estávamos com medo de sermos pegos por alguém, nem Paulinha poderia saber desse relacionamento.

Ao ver Dinho, Sérgio e Júlio com as garrafas de bebida eu me senti ainda mais nervosa, já pensando na desculpa que eu daria... Quem não pode beber além de alcoolatras? Diabéticos?

Como vou dar essa desculpa se o que mais comi essa semana foram doces?

Droga.

Mas e cirrose? Dá pra desenvolver tão rápido assim?

Claro que não, sua burra.

- Tá tudo bem pitchulinha? - Bento perguntou, sentando ao meu lado em uma daquelas cadeiras de plástico branco. Ele comia carne de churrasco, me fazendo salivar só pelo cheiro.

Eu assenti, pegando um pedaço de carne do prato.

- Tudo sim, estou feliz pela Valéria e só. - dei um sorriso de canto, pensando em como eu mentia mal.

Antes que ele pudesse fazer algo, Sérgio chegou com uma garrafa de cerveja e me ofereceu.

E agora?

-

Bom gente, como vocês devem ter lido na descrição, comentários não muito legais serão apagados. Acredito que cada um tenha a sua opinião, porém comentários desagradáveis não são úteis pra ninguém.

Lembrem-se, sejam gentis com as outras pessoas pq vcs nunca sabem oq a pessoa do outro lado está passando.

Amo vocês, beijinhos ❤️

E agora, Creuzebeck?Onde histórias criam vida. Descubra agora