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18/05/1995

E então, Brad Pitt pegou em minha cintura, olhou bem nos meus olhos e disse:

- Ju, acorda, a gente vai se atrasar! - disse o loiro enquanto olhava no fundo dos meus olhos

- Hã? Brad o quê... - falei, confusa

- Acorda, você vai perder o ensaio! - disse chegando mais perto e fazendo um biquinho pra me beijar

- Uhum Brad, chega mais perto... - abracei o mesmo, tascando um beijo nele.

Mas, que estranho, parece que estou realmente beijando ele.

- Que isso? Acordou com tudo hoje! - ouvi uma voz familiar exclamando e abri os olhos.

A pessoa que eu beijava não era Brad Pitt e sim o Japa italiano, que me olhava incrédulo. Na porta, estava Júlio, que ria horrores da situação.

- QUE ISSO JAPONÊS, 'TA MALUCO? - gritei, empurrando Bento

- Eu tô maluco? Você que me beijou! - disse Bento, enquanto levantava

Júlio não parava de rir, enquanto eu me enrolava no lençol, já que eu estava somente de camiseta branca, sem sutiã e sem calcinha.

- Vocês podem sair do meu quarto, por favor? Eu preciso me trocar. - Taquei meus ursinhos nos dois.

Enquanto Júlio ainda ria, Bento saiu correndo com vergonha. Que culpa eu tinha? Ele que invadiu meu sonho.

Levantei e tomei um banho, tentando dar um jeito no ninho que eu chamo de cabelo. Fiz um rabo de cavalo e coloquei um short e uma regata com o símbolo dos mamonas e segui para a Kombi para irmos ao estúdio.

Ao entrar no estúdio, todos já se dispersaram em algo, Bento com a sua guitarra, Sérgio com a sua bateria, Dinho com um gibi da turma da Monica, Júlio com seu teclado e Samuel com o seu baixo.

- Vamos, bando de bunda, ensaiar logo. - falei, enquanto pegava minha guitarra.

- Acordou com o pé esquerdo hoje, Pitchula. - Dinho observou - Tá precisando transar viu.

- 'Tô sim, com o seu pai aquele gostoso. - Dei o dedo do meio e ele riu.

- Ela 'tá tão na seca que 'tá subindo pelas paredes. - Júlio deu risada e vi que Bento abaixou a cabeça fingindo não estar prestando atenção.

Eu ia responder a altura quando Samuel me interrompeu, cutucando Júlio com um cabo de vassoura que tinha lá.

- Vamos tocar ou não? - disse ele, enquanto Júlio tentava roubar o cabo de vassoura e retribuir a cutucada.

- Vamos logo. - falei, já acomodando a guitarra no meu corpo.

- Atenção Creuzebeck, ao toque de quatro já vai. - Começou Dinho - Já, já, já, já vai!

Fizemos a passagem de som do nosso álbum completo, passamos também algumas músicas antigas nossas, só para não perder o costume.

- Bom, finalizamos. Quem vai querer pizza? - Samuel perguntou - Vou pedir na pizzaria ali da avenida.

- Eu quero! - disse me jogando nas costas dele - De queijo! Por favorzinho!

- Ai minhas costas menina! Quer me matar, sua baleia? - ele riu tentando me tirar das costas

- Mais fácil a gente ir até lá e comer, ali não é tão movimentado dá pra gente comer tranquilamente. - Sugeriu Sérgio.

E ele estava altamente enganado. Tivemos que pegar as pizzas e levar pra casa, ainda correndo o risco de terem fãs loucas na porta da nossa casa. No fim, acabamos assistindo um filme de terror e comendo pizza de queijo.

E agora, Creuzebeck?Onde histórias criam vida. Descubra agora