No lago Niss, Vanil remava o pequeno barco enquanto Ludu analisava tudo que havia trazido em sua sacola.— Perdão por sairmos daquela forma, querido. — O menino estava inquieto procurando por algo e não respondeu. — O que foi meu fiule?
— Meu livro. — Parando de remar ela foi até sua própria sacola e tirou o livro que havia dado a seu filho quando o ensinava a ler em nirver. — Eu sabia que isto era algo que não poderia ser deixado para trás. — Ludu esticou a mão para pegar o livro com um curto sorriso de gratidão para sua mãe.
— Vou poder ver todas as coisas que tem aqui no livro quando chegarmos aos Cinco Reinos, mãe? — Vanil que já estava prestes a voltar a remar parou encarando o menino, então ela sorriu para si mesma.
— Claro, isso e muito mais. Vou te levar às feiras e também para os outros reinos, vai conhecer cada um deles. Nós vamos agora para o maior deles. Lembra qual é?
— Mardan. — Ludu se lembrava bem das histórias e lições passadas por sua mãe.
— Exato, e depois vamos para o reino onde eu nasci, que é? — Ela estava feliz falando de seu lar com seu filho tentando deixar seu passado para trás.
— Evermon. — Ele olhou para a água do lago por um instante. — Eu também quero ir a Darvaz ver o mar.
— Os barcos são ainda maiores do que esse, com grandes... — Eles falaram durante toda a travessia sobre suas aventuras futuras. Já do outro lado, Vanil escondeu o barco enquanto Ludu olhava para a Floresta das Luzes.
— Onde estão as luzes? — Disse ele. Vanil terminou de pegar suas coisas e foi até onde estava pegando sua mão.
— As luzes? — A floresta estava iluminada apenas pelo luar, o que para a criança não era grande coisa. Vanil, então se agachou ao seu lado e olhou para o céu. — Está vendo a nuvem próximo à lua? — Ele assentiu. — Espere até que ela a cubra e verá. — Eles então começaram a caminhar, Ludu não parava de encarar o céu para que não perdesse nada e quando finalmente a nuvem fez o que esperava Vanil guiou seu rostinho que ainda estava voltado para o alto, para a frente e assim a floresta brilhou.
— São como os animais que estavam na garrafa. — Ele não sabia para onde olhar, estava de fato animado.
— São chamados de pirilampos ou lumes. Vai ver muitos desses para onde vamos. — Ela caminhou lentamente para dar tempo ao seu filho para explorar a nova descoberta antes de voltarem a seguir seu caminho.
— Quando eu voltar vou levar muitos desses para Barbat. — A felicidade momentânea de Vanil se esvaiu. Ludu notou rapidamente. — Eu vou aprender tudo o que eu puder aqui e vou levar para a nação. Lá também vai ser um bom lugar e eu vou ser o chefe. — Ele continuou caminhando como se o que falou não fosse nada.
Vanil estaria orgulhosa se não estivesse em pânico por seu filho querer voltar. Por mais que muitas coisas horríveis estivessem acontecendo em sua casa, Ludu sabia que a Nação Barbat era seu lar, ele era o herdeiro e mesmo que não quisesse ser como seu pai em alguns aspectos também sabia que Dukem era um líder forte e isso Ludu séria e superaria. No momento em que disse aquelas coisas foi com a exata intenção de deixar sua mãe ciente de seus futuros planos. Assim eles seguiram o resto do caminho em silêncio.
À medida que Vanil e Ludu iam se aproximando do seu destino, Dukem e seus homens também chegavam mais e mais perto. Pegando todos os atalhos e atravessaram o lago com todo o cuidado para que os poucos guardas nos pontos de vigia do outro lado não os vissem chegando para atacá-los, de lá seguiram pelo mesmo caminho que Vanil e Ludu haviam ido, a Trilha da Donzela que os levariam direto para os túneis abandonados.
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A Última Elemental - O Estopim
AdventureE de repente todo encanto acaba e você nota que o paraíso não é nada mais que uma ilusão. Essa passou a ser a realidade fria e dolorosa de Vanil. Restava a ela duas opções: abaixar a cabeça e torcer por tempos melhores ou lutar. Ela escolheu...