Imortalidade Fatal - KageHina

CAPÍTULO 5

Os pés de Hinata tocavam repetidas vezes no cimento seco da rua, fazendo o som de seu andar rápido ecoar. Seu All Star vermelho de cano alto estava desamarrado, fazendo o ruivo correr um pequeno risco de pisar e acabar tropeçando. Mas, devido as atuais circunstâncias, ele tentaria a sorte de continuar correndo ao invés de parar e amarrar, afinal, ele tinha um compromisso muito importante.

Haviam se passado dois dias desde o... incidente com Kageyama, e desde então, Shouyou não conseguiu tempo para ir atrás do moreno esclarecer suas dúvidas e checar o estado do outro, já que da última vez, Kageyama parecia muito próximo de um desmaio.

Hinata se culpou por demorar tanto tempo, mas infelizmente, foi inevitável. No dia seguinte depois do ocorrido, o garoto decidiu ir fazer um exame de fertilidade e de sangue. Kageyama estava estupidamente correto, já que Shouyou foi convocado no mesmo dia para comparecer no laboratório novamente, confirmando as suspeitas que ele era estéril. Algumas dúvidas surgiram por parte da enfermeira, mas o ruivo rapidamente desconversou e foi embora. Por sorte, havia escolhido o laboratório de uma cidade vizinha de Tóquio para fazer seu exame, temendo que algo pudesse desvendar seu segredo de imortalidade.

Felizmente, nada aconteceu, mas Hinata também esperava por isso, afinal, ele já tinha ido muitas vezes para hospitais por inúmeros acidentes em público onde uma pessoa de bom coração sempre acabava levando ele no Pronto Socorro, e sua imortalidade até então, nunca havia sido descoberta. Provavelmente, o que quer que tenha criado ele e Kageyama, cuidou para que não fosse algo facilmente exposto.

Havia também, outra coisa que atrasou seu reencontro com o moreno, chamada emprego. Shouyou considerava um ultraje que ele, um ser imortal e super forte tivesse que se submeter à humilhação de trabalhar, mas infelizmente, ninguém vive sem dinheiro, e agora ele tinha que passar 6 horas do seu dia arrumando prateleiras de remédios e vendendo aspirina para senhoras com dor de cabeça na farmácia de seu bairro.

Depois de alguns minutos de corrida, o garoto finalmente parou em frente ao prédio de Kageyama, e antes que pudesse pensar demais e desistir, ele se pôs a subir em direção ao apartamento do outro.

Por sorte, o prédio de Kageyama, apesar de muito luxuoso, não tinha elevador, já que Hinata não fazia a mínima ideia de qual apartamento ele morava. Enquanto subia as escadas e tentava, por meios intuitivos, descobrir em qual andar o moreno vivia, o ruivo acabou trombando com um jovem que tinha acabado de desembocar no lance de escadas que Shouyou subia.

– Eita, perdão! Não te vi... – O pedido de desculpas do ruivo morreu em seus lábios assim que ele colocou seus olhos no jovem parado na sua frente. O garoto era absurdamente alto. Não que Hinata pudesse impor algum padrão de altura, já que ele infelizmente estaria muito abaixo da média, mas ainda assim, esse homem devia ter, no mínimo, 1,90 de altura. Olhando mais atentamente para o rosto do jovem, Shouyou notou belíssimos olhos verdes e um cabelo loiro platinado, rapidamente associando a Alisa, a vizinha que ele conheceu outro dia.

– Que isso, ta tudo bem! Você é novo por aqui? nunca te vi... – O moço respondeu, sorrindo de um jeito carismático. Ele definitivamente deve ser parente da Alisa, Hinata pensou.

– S-sim! Quer dizer, não! Na verdade, tô procurando o apartamento de um... amigo de infância, o nome dele é Kageyama. – o ruivo se explicou. – Sou Hinata Shouyou, a propósito.

– Prazer, Lev Haiba. – O platinado respondeu e Shouyou precisou se segurar pra não dizer "Eu sabia!" em voz alta. – O apartamento de Kageyama é nesse andar mesmo, número 20.

– Muito obrigado Haiba-san.

– Por nada! Boa noite. – Lev respondeu e Hinata apenas sussurrou um boa noite de volta. Enquanto caminhava para a porta de Kageyama, Shouyou ponderou a razão de Lev estar ali se Alisa havia mencionando no outro dia que morava no andar de cima de Kageyama e a arquitetura do prédio impedia que Lev estivesse apenas descendo as escadas, ele definitivamente estava antes no pavimento que Kageyama residia. Na mesma hora o ruivo calou seus pensamentos. Isso nao era da conta dele, afinal. O moreno podia e devia fazer o que bem quisesse com sua vida.