Capítulo 4 - Eu não te amo

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Matsuko Saito |Narrando.

O líquido ardente cai sobre meu machucado me fazendo fechar os olhos com força e soltar um gemido baixo de dor deixando Shin alarmado.

— Deixa eu fazer isso. — Digo tentando pegar o algodão da mão do mesmo que a suspende no alto e me encara sério.

— Eu cuido de você! Deveria pegar mais leve. — Ele diz enquanto cuida do lugar visivelmente inchado feito em meio a briga contra a Hebi, ganhamos, porém, muitos de nós nos machucamos.

— Falou o cara que teve quase o braço quebrado. Fala sério Shin, você é péssimo em brigas! — A garota reclama e ele faz uma careta a fazendo rir em tom baixo.

— Não sou tão ruim. Derrubei um cara não foi?

— Um... De quase trezentos. — Zombo do mesmo que me mostra o dedo do meio e em seguida ri passando a mão por trás da cabeça. 

...

O mesmo permanece calado observando enquanto todos chegam, pego seu cigarro o jogando no chão e pisando no mesmo, sento ao seu lado e ele assopra a fumaça me fazendo tossir um pouco.

— Que porcaria Shin! Seu pulmão deve estar pior que chaminé de trem. — Digo abanando a fumaça e ele sorri cínico.

— Eu paro de fumar quando você largar o álcool. 

— Vai à merda.

Nos levantamos e todos se organizam por ordem de divisão e patente, passo o olhar por todos e assinto com a cabeça.

— A reunião começa agora.

— Eu pensei bastante, admito que não foi uma luta fácil… eles eram mais fortes do que pensávamos, mas os derrotamos e provamos que estamos aqui para subir ao topo tudo isso da maneira certa e justa, como boa parte de nossos membros estão machucados e obviamente cansados eu vou estar dando esse fim de semana e o feriado para descansarem e se recomporem. — Diz Shin e vejo o alívio nos olhos da maioria.

— Mas com essa "folga" também vem uma semana intensa de treinamentos, não podemos abaixar nossas guardas. Em breve teremos uma luta tão importante quanto essa e vocês precisam estar aquecidos e bem preparados.

— Parabéns pela vitória.

— Dispensados.

...

Depois da reunião resolvemos ir à praia aproveitar um pouco, estávamos sentados na areia observando o movimento do mar e às pessoas que passavam, conversando sobre a vida no geral.

— É estranho... O que pretende fazer quando nossos objetivos se cumprirem? — Ele me pergunta, passo às mãos pelos fios de meus cabelos longos e negros, nego com a cabeça suspirando.

— Vou ficar trabalhando na oficina com você. Integralmente. Eu acho.

— Hm. O que você realmente quer fazer? Eu não acredito que seja seu desejo me seguir toda vida. 

— Não é seguir... É acompanhar... Eu não entendo o porquê, mas quando penso no futuro eu... Sei lá. — Digo hesitando falar que o via ao meu lado e minha atenção vai para um garotinho entrando na água.

Coração de DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora