Capítulo 10 - Querida morte...

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A mulher vê um vulto passando pela porta pouco tempo depois de Shinichiro sair e corre o mais rápido que pôde, gritando:

— NÃO! 

Todavia, já era tarde de mais. Sem vida, o corpo cai no chão.

O desespero estava em torno do seu corpo, tremores passavam em torno de si, não estava perdendo apenas a pessoa que acompanhara e seguira durante anos, estava perdendo o ser cujo acabara de entregar sua mente, coração e corpo, estava ficando frio, tão frio.

— Uma ambulância! Agora! Rápido! — Dizia tentando manter o controle, mas sua voz ora se alterava, ora diminuía.

Poderia viver depois da pancada que recebeu? Não. "Era para ser eu" pensava. Tudo aconteceu tão rápido.

— Baji! Kazutora! 

Os garotos finalmente parecem sair do transe, Baji segura firme o celular nas pequenas mãos enquanto Kazutora se ajoelha com uma expressão de pânico.

— Eu não queria... Eu...

— Shinichiro... Matsuko...

Às mãos tremendo, não queria que aquele fosse o fim, não agora que eles finalmente resolveram ficar juntos e começar uma vida lado a lado, a pancada na cabeça era o fim... O fim de ambos.

— O QUE VOCÊ FEZ? — O garoto grita desesperado.

Lá estavam eles no chão, unidos, a poça de sangue, o desespero dos garotos.

— POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? — grita Baji com lágrimas nos olhos.

— foi culpa dele! Ele iria entregar a gente e ela... ela entrou na frente! — Diz Kazutora, seu corpo trêmulo. — temos... temos que fugir!

— fugir?

Não puderam pensar na possibilidade, às sirenes já estavam alarmando estar no local, a polícia e os paramédicos chegaram, porém, já era tarde de mais.

...

Às lágrimas caiam incessantemente sem parar dos olhos do pequeno garoto loiro, sua irmã também não conseguia aceitar esse fato berrava e se agarrava ao irmão como se para ganhar forças, eram apenas crianças inocentes.

— MATSUKO CHAN — Grita a menina com os olhos e nariz vermelhos de tanto chorar.

— Shinichiro... — Chama Mickey em tom baixo e às lágrimas sessando lentamente. — Irmão...

Izana Kurokawa |Narrando

Andando de um lado para o outro me perguntando o porquê disto acontecer, encaro os túmulos e tudo que consigo lembrar são deles, o quanto Shinichiro sofreu em seus últimos momentos e ela... Ela foi feliz?
O enterro foi nesta manhã e eu não tive coragem e nem forças para aparecer e me despedir.

— Saito. — Chamo pela mesma me abaixando em frente ao túmulo, lembrando de sua voz séria, determinada, mas, ao mesmo tempo, doce e acolhedora me dizendo "você não pode se deixar ser guiado por este medo".

Wakasa Imaushi | Narrando

Encaro os túmulos a minha frente e sorrio orgulhoso, Shinichiro era um fraco, mas tinha um coração enorme... Ele amava a gangue... Amava a sua família... Amava a Saito... Ah! Sim! Saito, ela era incrivelmente inteligente... Tinha às melhores estratégias... Tão competitiva e tão bonita... Brigava muito.

— Espero que estejam em um lugar melhor. Descansem. — Digo me abaixando e colocando às flores sobre os túmulos antes de sair. — Vamos embora!

Coração de DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora