17. Tons de cinza

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PARTE II - ALGUMA COISA - O FILHO

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PARTE II - ALGUMA COISA - O FILHO

24 de junho de 2011

Guardar segredos exigia vigilância constante e engano, a capacidade de suprimir todos os pensamentos e evitar acidentes. Hermione aprendeu, depois de anos no Ministério e sendo amiga de Harry, que o problema de guardar segredos não era esconder algo, mas sim ter que conviver com isso e pensar sobre isso todos os dias.

Catherine não guardava segredos.

Ela era, de fato, a toupeira que fornecia a Malfoy informações sobre as interações de Hermione com Scorpius.

O que era bom.

Hermione não tinha nada a esconder.

Mas era algo para manter no bolso de sua memória durante suas conversas. Ela não tinha ideia do grau de profundidade dos relatórios de Catherine, embora estivesse curiosa para descobrir, mas essa era uma conversa para outro dia, porque, no momento, havia algo acontecendo.

No instante em que Catherine entrou na sala, Hermione soube que ela tinha um segredo.

Um dos grandes.

Ela estava tão animada que mal conseguia se conter. Se Catherine sorrisse mais, seu rosto poderia rachar. A combinação de sua energia e sorriso pareceu estranha a Hermione; ela nunca tivera a impressão de que Catherine, apesar de sua idade e tendências falantes, fosse uma pessoa animada.

Hermione também não foi a única a ficar intrigada.

Scorpius olhava para a babá com uma desconfiança que teria sido bem-humorada se ele também não parecesse cauteloso e ansioso. Ele não era do tipo que lidava com grandes mudanças em - bem, em qualquer coisa. O nervosismo dele se manifestou na mão que agarrava as pontas do cardigã dela. Isso a fez sentir dor. O mundo de Scorpius havia sido alterado demais, rápido demais, com pouca conversa ou aviso. Como ele poderia saber o que se esperava dele se os comportamentos das pessoas ao seu redor mudavam constantemente?

Hermione se sentia ansiosa só de pensar nisso, mas essa era a realidade de Scorpius.

Momentaneamente, ela distraiu o pânico crescente dele cutucando o cacto em sua linha de visão; a mesma planta para a qual Narcissa havia olhado toda a semana durante as refeições compartilhadas. Suas opiniões sobre o cacto poderiam encher tomos, mas, para a infinita surpresa de Hermione, a Matriarca dos Malfoy não havia dito nada sobre o suculento hóspede além de uma carranca ocasional ou um digno revirar de olhos.

Ainda assim, a distração com o cacto funcionou.

Scorpius se concentrou nele em vez da energia errática e exuberante que emanava de sua babá. Com os olhos, Hermione tentou sinalizar para que ela parasse de sorrir tanto, mas Catherine não pareceu entender. Ela manteve aquele olhar enlouquecido até que Narcissa - depois de terminar o café da manhã, as poções e os testes diagnósticos - saiu com Sachs e os seguranças para um dia de conversa com outras matronas da sociedade e suas filhas elegíveis. Mesmo depois que ela se foi, Catherine ainda esperou mais um minuto inteiro para falar, observando ansiosamente a porta.

Measure of a Man | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora