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Manuela.

Antes que Alex chegasse do pediatra agilizei todas as minha coisas, depois que finalizei o expediente de hoje aproveitei o tempo que sobrou para arrumar a casa, ajeitar o armário do Ben que estava uma bagunça e fazer comida.

Agora eu estava com as pernas para cima assistindo o jornal da tarde que passava na tv. Na verdade, meu pensamento estava bem longe e a única coisa que eu pensava era sobre Stanford e em como contar isso para Diego.

As pessoas dizem que quando se vira mãe, se tem uma família tudo muda e isso é uma grande verdade. Não se pode simplesmente tomar uma decisão, tudo de que ser conversado e bem analisado pois agora não é apenas você e sim vocês. Há um ser que depende de você, as vezes não vale à pena arriscar.

Eu ficava tão dividida em relação a uma decisão. Eu queria ver o crescimento do meu filho, de perto sem perder nenhum detalhezinho e também queria estudar o meu sonho desde os noves anos de idade. Sempre quis ser médica, de um tempo pra cá deixei essa ideia um pouco de lado mas receber esta oportunidade balançou o barco.

Fiquei entretida nos meus pensamentos, olhando aquela carta em minhas mãos que mal vi que Alex havia chego e estava quase a minha frente cerca de uns dez minutos.

Me espantei e imediatamente escondi a carta de baixo da almofada.

— Quer me matar de susto, Alex? Que porra!

— O que era aquilo? — apontou com a cabeça para a almofada. Ele segurava Ben no colo e em seu ombro estava pendurado a bolsa do mesmo.

— Na-nada..

Ele semicerrou os olhos, me encarou por uns segundos e foi em direção ao quarto do Ben.

—Ham.. e a consulta? Ocorreu tudo bem? — beijei a testa do mesmo que abriu a banguela.

— Garotão está saudável até demais, loira —brincou com Ben que estava no cercado — Vai ficar me olhando?

— Que? Você está louco?

— Manuela, você está me seguindo e me olhando como se fosse uma psicopata.

— Não estou não!

— Então você não se importaria de ver o que está de baixo daquela almofada, não é?

— Mas é claro que..

Quando cai em si já era tarde demais. Droga! Alex lia toda carta em sílabas como se fosse uma criança que tivesse aprendido a ler recentemente.

Não escondida minha cara de tédio, medo e um pouquinho de raiva. A situação estava se espalhando, mesmo que aos poucos, ia se alastrando e eu ainda mal sabia o que ia fazer.

E o mais importante que era contar para o Diego eu também não sabia como.

Alex sentou no sofá boquiaberto com a carta nas mãos, não ajudou nada para meu nervosismo mas isso já era de se esperar.

— Loirinha, isso é massa demais. Medicina nos Estados Unidos, que irado!

— Sim..— sorri sem jeito.

— Qual foi? Tu não tá feliz com a parada? Não era esse teu sonho, maluca?

— Sim, era ou ainda é. Não sei.. Mas agora eu tenho uma família, Alex.

NÓS 2 | UM NOVO ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora