NÓS 2 | UM NOVO ACASO

Bônus

Manuela.

2 anos e meio depois.

A maquiadora deu os últimos retoques da maquiagem antes que eu pudesse me ver pela primeira vez depois de uma produção de horas no espelho. Lya e Natália estavam bem a minha frente assistindo tudo desde o começo.

— Surreal o que a mão de uma profissional faz — disse incrédula — Conseguiu tirar sua cara de bunda.

Dei o dedo médio para Lya e todas riram.

Dois anos e meio se passaram, e aqui estava eu me preparando para meu casamento. Nunca nessa eu me imaginaria dentro de um vestido de noiva mas não dá pra contar com a sorte ainda mais quando se trata da minha vida que é um montanha russa sem fim. Faltam menos de três horas para que o grande momento na igreja acontecesse, estava numa mistura de alegria, ansiedade, medo e tudo embolado junto.

Paula, noiva de Gabriel e minha cunhada adentrou ao quarto e colocou a mão no rosto quando me viu. Abraçou as meninas e me mandou um beijo no ar que retribui.

— Nossa, Manu. Você está linda! — eu sorri nervosa.

— Prontíssima. Preparada?

Assenti com receio e coragem ao mesmo tempo. São loucas as emoções de um casamento, não é?

— Por favor, não chora... — ela foi girando a cadeira devagar até que eu me visse por completo no espelho. Fiquei completamente em choque.

— Meu Deus! — arregalei os olhos e via as meninas bem atrás de mim com os olhos brilhando — Aí, vou aí abraçar vocês!

Nos abraçamos forte, meu trio desde de sempre unidos. Minha duplinha desde de o colegial comigo nesse momento tão importante! Eu não poderia estar mais feliz...
Escutamos a porta sendo aberta e era Alex, pálido, soando frio e com as mãos nos olhos.

— O que você está fazendo aqui, porque você está da cor do vestido da Manu e por último... por que está com as mãos nos olhos?

— Não tem um lance de que se ver a noiva antes do casório da ruim?

— O noivo! — Natália exclamou.

Lya o puxou pelo pulso e antes de fechar a porta olhou para os dois lados para conferir se não tinha mais ninguém.

Um detalhe sobre os dois: eles estavam namorando. Três meses após minha decisão de ficar no Brasil os dois se assumiram publicamente para todos nós como se já não soubéssemos mas entramos na onda do casal de pombinhos.

— Vai, desembucha! O que você veio fazer aqui? — Colocou ele sentado e ficou de pé na frente do mesmo que aparentemente estava tendo um colapso.

— Alex, está tudo bem mesmo? Ou você já se certificou de dar uma passada no barman antes de rolar a festa? — soltei um riso.

— É que eu... eu...

—Você...? — Natália arqueou a sobrancelha.

— Eu não me do bem com esses lances de casamento, eu tô nervoso! Já fui ao banheiro, já bebi água e até suco de maracujá. Acho que não vou ser um bom padrinho...

Nós nos entreolharmos e começamos a dar uma crise de riso sem fim. Não acreditava no que eu tinha acabado de escutar. O mesmo Alex durão que eu conhecia estava prestes a ter um piripaque no meu casamento.