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Diego

Alguns dias depois...

Reconciliação.

Essa é a palavra que deve estar em destaque em qualquer relacionamento desde uma amizade até um casamento. Não difere de uma pra outra pois todas são relações e pra um bom convívio e evitar desgastes após um desentendimento o próximo passo é sempre procurar a reconciliação.

Eu que sempre fui um cara orgulhoso, não gostava de ir atrás das pessoas depois da Manuela passei a ser totalmente ao contrário. Demorou? Óbvio, mas tudo depende da sua força de vontade para a mudança pois ela é necessária. Depois do dia em que eu dei flores para Manuela nossa relação ficou melhor, nos pedimos desculpas e conversamos sobre o que tinha acontecido. Hoje era sexta, ela tinha ido ao shopping fazer umas compras e Alex estava aqui cuidando do Ben enquanto eu preparava uma janta especial.

— E esse monte de vela na mesa? Vão fazer algum ritual? — balançava Benjamin em seu colo.

Suspirei fundo. Maldita hora que fui abrir a porta sem olhar antes do olho mágico!

— Jantar á luz velas, Alex. Claro que você não conhece, você nunca namorou ninguém.

— Tinha uma vida bem ativa, tá bom querido? Já fiz muita coisa romântica sem namorar pra sua informação.

— Como assim "tinha"? Então o caso com a Lya é sério? — sua expressão mudou e pra fugir do assunto ele saiu da cozinha me deixando só.

Eu estava fazendo massa com molho de tomate caseiro acompanhando de bacon e champignon. Essa receita era muito feita por Rosa, a diarista que trabalhava na casa do meu pai enquanto eu morava lá. Eu senti sua falta todos os dias, ela foi meu primeiro laço de afeto e por muito tempo o único.

Era como uma mãe pra mim e eu tinha vontade de voltar para São Paulo só para ver a mesma.

Deixei o molho fervendo durante o tempo que eu lavei a louça e após terminar desliguei o fogo. Alex estava assistindo desenho com Benjamin que por sua vez estava quase dormindo nos braços do titio.

— É estranho como você leva jeito com criança.

— Meu querido, você e Manuela estão juntos. Qualquer coisa nessa terra é possível depois disso! — dei o dedo médio e ri.

Fui tomar uma di nua rápido antes que ela chegasse e sai do banheiro com uma toalha enrolada na cintura. Da mesinha ao lado da cama, na gaveta tirei uma caixinha com o cordão que eu havia comprado para dar de presente para a mesma e junto com ele caiu alguns papéis. Me abaixei pra pegar, espalhados no chão juntei todos de uma vez só porém um deles insistiu em cair novamente e me chamou atenção.

Era uma carta já aberta, tirei de dentro do envelope um papel e abri para lê do que se tratava o mesmo e sentei na beirada da cama no final da mesma. Li diversas vezes tentando acreditar no que eu estava vendo e se acreditar fitei o chão ainda em choque.

Então era isso que ela havia escondendo esse tempo todo?

— Diego, o moleque dormiu então to indo ness... — entrou no quarto e olhou para minhas mãos e novamente pra mim de novo.

Era perceptível que ele sabia do que se tratava e por ser tão amigo da Manuela que era impossível de ele não ter ficado sabendo em algum momento. Mas a questão era...

Por que esconder de mim?

— Você sabe o que é, não é? — enxuguei o canto interno dos olhos que estavam inundados de lágrimas.

NÓS 2 | UM NOVO ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora