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Diego.

Acordei às sete da manhã com dor no corpo. Tinha pego no sono ontem no sofá, Manu estava deitada comigo também toda torta e eu já imaginava ela reclamando de dor pelo resto do dia.

Ver ela dormindo me dava uma sensação de paz inexplicável e uma certeza de que era ela quem eu queria por resto da minha vida. Eu me orgulhava de ter me tornado quem eu me tornei por causa dela e do nosso filho.

De um cara frio, vazio, que não sabia amar e ser amado agora eu tinha o coração preenchido do melhor amor que eu poderia receber. Passei a ver a vida melhor e ser menos tão contraproducente com tudo a minha volta.

Tudo que havia acontecido até aqui teve um propósito. Houve tempos ruins, as tempestades e agora ficou somente as coisas nos. Nós desfrutávamos dos melhores frutos.

Levei Manuela em meu colo até nosso quarto e a coloquei deitada na cama. Na volta passei no quarto do meu garoto, ele dormia tranquilamente em seu berço e era parecido muito com sua mãe nesse quesito.

Onde encostava estava dormindo e preguiça eram os seus sobrenomes.

Na cozinha preparava alguns ovos mexidos, passava o café e cortava algumas frutas. Escutei um barulho de chaves, logo após a porta principal sendo aberta e com receio fui até a sala.

— Porra! Que susto. O que você está fazendo a essa hora na minha casa, Alex?

— Uou, amigão. Vai colocar uma roupa — tampou os olhos com as mãos.

Então percebi que estava apenas de samba canção.

— Isso é invasão. Posso te denunciar, sabe disso, não é?

Ele bufou passando por mim indo até a cozinha e mexendo no que eu estava preparando. O empurrei com o ombro e o mesmo foi abrindo a geladeira e tirando de lá um suco.

— Vou levar o moleque no pediatra, sacou? E qual foi desses ovos aí, tô na maior larica.

— Já já está pronto, segura aí.

Ele aprontou a mesa para o café da manhã e um pouco antes de nos sentarmos Manuela acordou. Hoje eu teria de ir mais cedo para a empresa, estávamos resolvendo sérios negócios essa semana e todo trabalho estava sendo redobrado.

Ela me abraçou por trás beijando minha bochecha e Alex fez cara de nojo enquanto montava seu pão.

— Bom dia para você também, gostoso — bagunçou os cabelos dele.

— Obrigado. E eu sei que sou — disse de boca cheia.

— Devo estranhar o por que de você está na minha casa às oito da manhã?

— Ele tem nossa chave.

Ela franziu o cenho talvez não acreditando no que havia acabado de escutar.

— Sim, essa também foi minha reação.

— Mas..

— Eu fiz uma cópia, sacou? Eu esperei vocês me darem uma, mas não aconteceu. Então eu mesmo fiz uma.

— Você sabia que o Benjamin tinha pediatra hoje? — olhei pra mesma.

— Nossa, eu tinha esquecido completamente! — passou as mãos no cabelo respirando fundo.

Alex respirando fundo balançando a cabeça negativamente.

— Desnaturados.

— Você irá levá-lo, não é? É por isso que eu te amo — beijou a lateral de sua cabeça e o mesmo fez cara de nojo — pode ficar com a chave.

NÓS 2 | UM NOVO ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora