(NOTA: Esse não revisei muito, mas como é o mais recente, deve estar melhor escrito. Daqui pra frente só coisas novas, Feliz Natal!)
O cheiro de terra úmida e grama acentuava o clima de primavera, eu sentia o sol do fim da tarde, estava quente, só não mais quente porque o vento balançava minha roupa e cabelos levando o calor embora. O barulho nas folhas era alto, o vento quase forte demais parecia cantar por entre os galhos, como uma flauta grave, mas não forte o suficiente para ser incômodo ou levantar poeira.
Andar contra o vento traz uma sensação de liberdade, um sentimento forte de infância, contagiante de forma a sentir um certo vazio quando de repente o vento para, o bafo quente que a pele fria sente depois do abandono quase arde como um machucado, mas sem a dor, apenas o calor e o abandono do toque.
Caminhei pela grama, tocando as folhas das moitas e fazendo meu próprio barulho. Encontrei uma pequena clareira rodeada de pedras grandes com uma vista do horizonte, uma cama reservada, um canto perfeito para um encontro romântico no pôr do sol que se aproximava. Me pergunto se alguém havia preparado o local, a grama era alta o suficiente pra ser macia mas não muito, dando um ar intencional na arquitetura. Colei o vestido nas pernas e me sentei no chão apreciando a vista.
O vento voltou, formando um redemoinho dentro da formação de pedras, bagunçando meu cabelo e a torcendo a grama, puxando tudo para cima, senti como se ficasse mais leve, tudo tão rápido que me pegou de surpresa, um pouco de poeira no ar brilhando com a luz amarela do pôr do sol, novamente as árvores assobiavam com o vento, fechei os olhos para evitar a poeira por mais mágica que parecesse, o bafo quente dissipado quase que de imediato pelo vento que invadiu minha roupa, tentou me despir, e teria conseguido se ainda estivesse de pé. Me joguei pra trás de braços abertos, deitei de olhos fechados na grama macia, senti as folhas finíssimas da grama, rígidas mas ainda assim era macio como um colchão, podia sentir o cheiro de flores e madeira molhada mesmo não tendo visto um único botão o dia todo. Apesar do cheiro úmido, a grama estava quente e as folhas me protegiam o suficiente para não me molhar.
O vento diminuiu até só sobrar um sopro fraco e morno sentido no meu rosto, suave como uma respiração, tudo tão delicado que senti um pouco de sono, e teria dormido se não percebesse algo tocando meu cabelo. No susto abri os olhos, e pro meu desespero encontro outro par de olhos me olhando, tão perto que não via o rosto. Olhos negros, pupilas amarela, sua respiração na minha testa, senti que sorria sem nem mesmo ver sua boca. Paralisada senti dedos correndo pelo meu cabelo, o gesto me acalmou um pouco, tentei perguntar "Quem é você?", não saiu uma única palavra,mesmo assim como que por resposta ele deu uma gargalhada, daquelas de jogar a cabeça pra trás, de chacoalhar o corpo, e com o corpo dele minha cabeça, eu não estava deitada na grama, e sim seu colo. O sangue me fugiu do corpo, a adrenalina me fez tentar me levantar, achar uma saída, reparei que ele estava sem camisa, e seu peito nu não combinava com seu braços peludos, seu rosto era rústico, queixo quadrado, pele queimada, orelhas pontudas, adornos pontuados no cabelo, uma coroa talvez? Senti um toque delicado na minha testa, repousando suave e quente, o cheiro de madeira molhada e flores me invadiu de novo, automaticamente relaxei, minha respiração voltou ao normal, até mais lenta, quase meditativa, meus músculos relaxaram a tensão, o que me fez sonolenta por um segundo.
Terminou de rir, colocou uma mão no meu rosto e me acariciou a bochecha sorrindo, olhando meu olhos, suas pupilas pareciam pulsar com seu sangue, expandindo e encolhendo como que batidas do seu coração, suave calmo, relaxante. Com uma flexibilidade incrível se curvou e me beijou, ainda sem me mexer, senti eletricidade do toque dos seus lábios, macios e delicados demais para um ser tão bruto, senti minha vontade derreter, meus lábios partirem e a língua dele invadir minha boca. Um gosto doce, uma sabor incomum, deliciosamente provocante, senti uma vontade sem igual de mais e busquei com minha língua, retornei o beijo, me embebedei da que gosto, meu sangue correu rápido, coração acelerado, sem nenhum medo mais, meu corpo desejando mais desse sabor exótico, dessa língua. Senti sua outra mão no segurar meu rosto, descer pelo meu pescoço, sem nunca desfazer o beijo, correr sobre meu peito, e agora com as duas mãos apertar minha carne, deslizar da base ao mamilo, já duro de tesão, gemi suave dentro da sua boca.
Envolvida nas sensações percebi que o toque suave na minha testa jamais havia partido, arregalei os olhos quando algo me ocorreu, percebi que os arregalaria muito hoje, não era uma mão que me tocava, busquei com os olhos, eu estava em seu colo e vi que o toque quente e suave vinha de entre suas pernas, seu sexo era enorme, o maior que já vi de perto, e estava realmente perto, semiereto se apoiava em mim, mesmo deitada em seu colo levantando o queixo e olhando pra trás podia ver parte dele, me peguei pensando em "como" e não "se" ia por aquilo dentro de mim.
Senti o tecido do meu vestido sendo puxado para os lados, rasgado ao meio, me expondo quase toda, suas pernas se descruzaram e com delicadeza minha cabeça escorregou para o chão. Com os joelhos do lado das minhas orelhas, de quatro, buscou meu peitos com a boca e mal tive tempo de me preparar, seu membro cresceu mais e agora completamente rígido quase tocando meu rosto, e com o pouco movimento de seu corpo balançava suave a milímetros de mim, como que me encarando. Senti sua língua na minha pele e de novo senti meu corpo derreter ao seu toque. Suas pernas eram peludas, do ventre para baixo tudo era pelo, menos o falo que quase me tocando o nariz, embriagada com o perfume de madeira molhada e flores, úmido e quente, perfume que me invadia a cada respiração, senti meu corpo esquentar, pedindo por mais, abri a boca e o busquei com a língua, assim que senti seu gosto salgado, com um movimento de quadril invadiu minha boca, senti a glande correr minha língua abaixo, não precisei fazer muito para fechar meus lábios ao redor daquele corpo grosso, por pouco grosso demais para minha boca, que começava a ser fodida, suguei e lambi com um urgência irreal, como se chupar fosse a última forma de conseguir satisfação.
Minha mente se perdia entre a língua serpenteando meu corpo e a invasão da minha boca. E apesar da atenção exigida pelo membro que parecia poder me partir ao meio ao menos descuido, a agilidade da boca descendo meu corpo fazia meu sexo arder de antecipação. Não precisou muito tempo para sentir o toque do seu rosto, primeiro do seu nariz que parecia querer cavar um buraco na calcinha, depois a boca buscando o elástico, que por fim num movimento rápido a arrancou e me deixou nua. Mau tive tempo de sentir a aspereza do tecido rasgado contra minha bunda e seu rosto se afundou novamente entre minhas pernas. Percebi então quão longa era sua língua, e quão flexível, conseguiu corre todo meu sexo, contornou ele todo por fora, o invadiu com profundidade considerável, e como se saboreando meu gosto, me lambeu cada ponto, como a vasilha de um doce. Apesar da estranheza, a sensação foi muito erótica, me senti deliciosa, desejada, e apesar do esforço em me sugar toda, não parava de ficar cada vez mais molhada.
Depois do meu sexo, subiu saboreando minha coxa, avançando com passos pequenos, seu membro escorreu da minha boca e traçou seu caminho pelo meu corpo, deixando um rastro de saliva e pré-gozo, me deixando um pouco aliviada do fim do abuso, um pouco vazia sem o gosto e calor embriagante. Quando ele finalmente chegou no meu pé, arrancou e lançou minha sandália pra longe, e enquanto lambia minha sola, com maestria seu quadril buscou uma posição adequada pra me penetrar. Me erguendo do chão pelo tornozelo me invadiu, deslizando rapidamente dentro de mim, mal pude encher os pulmões de ar e já começou com velocidade a entrar e sair de mim. Não sei como algo tão grande entrou em mim com tanta facilidade, não sei como se movia tão rápido, só conseguia pensar em alguma forma animal, não me vinha à mente a imagem de um homem, e para meu horror quando olhei para ele, o que vi no final da sua coluna peluda foi um rabo como de um servo, abanando para os lados em sinal de alegria, quando largava meu pé sua língua longa pendurava de sua boca, e pior de tudo, a cena me dava ainda mais tesão, se ele era um cão no cio, eu era a cadela? Por pouco não estava uivando, senti seus pelos roçando minha pele, seus braços abraçando minha perna, seu sexo enterrado em mim enquanto sentia o orgasmo chegando, se construindo como um copo debaixo de uma torneira se enchendo.
Transborde em pouco tempo, gemi com gosto, mais alto que o assobio vento entre as folhas, meus músculos em espasmos, tremia toda enquanto ondas de prazer corriam meu corpo. Sobre o meu uivo veio o dele, seguido de jatos dentro de mim, cada jorro me fazendo gozar forte de novo, não via e nem ouvia mais nada, apenas o bater de tambores no meu ouvido.
Ainda sem conseguia reagir, senti ele deslizar para fora de mim, largou minha perna e seu toque sumiu, olhei ao redor, sem forças pra se quer me sentar e não achei ninguém, só os pedaços das minhas roupas e o pé da sandália jogado de lado, até o vento tinha me deixado para trás. As primeiras estrelas no céu e por fim o sou também partiu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contos soltos e nada comportados
Historia CortaColetânea de contos eróticos que venho escrevendo de vez em quando. Os contos são desconexos, não precisa ler em ordem, tem uma característica em comum que busco no que escrevo (duas se contar que são eróticos). Espero que gostem! Opiniões construti...