Trânsito

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A gente tinha combinado uma carona, era um dia de rodízio  de carros, então a volta seria maior, mas ainda é melhor uma carona que pegar um ônibus sabe-se lá quantas horas. Parei no ponto combinado e liguei o pisca-alerta, deixei o carro ligado pra poder curtir um pouco o ar condicionado, fazia calor demais pra um fim de tarde. Em alguns minutos recebi um recado no celular "estou chegando, 5min", mas não demorou nem isso e ela já estava batendo no vidro. O vestido de verão curtinho voava um pouco com a brisa, mas a pele brilhando entregava que o calor estava gritante.

Abri a porta e deixei ela entrar, nos cumprimentamos, e ela desabou no banco, chacoalhando o decote e se assoprando. Ofereci o vento do ar condicionado, virei a saída em direção a  ela, e sem cerimônia ela deu uma erguidinha na saia pra aproveitar o vento. Deu um suspiro de alívio, e inundou o carro com o cheiro do sabonete que ainda estava na sua pele, senti um pulo em minhas calças, fiz de conta que nada havia ocorrido e liguei a seta pronto pra sair.

Andamos algumas quadras e o trânsito piorou, carros por todos os lados diminuímos a velocidade. Mais fresca largou a saia e puxou assuntos, a viagem levaria mais tempo que o desejado. Sempre animada, só reclamava do calor, e de vez em quando se abanava um pouco, fazendo o vento entrar no vestido e refrescar sua pele, levando, sem querer, meus olhos para onde o vento ia. Os carros em volta alheios não percebiam o quão sensual era a cena, um perfume se espalhou no carro e eu comentei do cheiro do sabonete que vinha dela, ela pareceu corar um pouco, então me ofereceu o pulso e falou que era uma marca nova ou coisa assim. Aceitei a oferta e numa fungada reconheci de forma mais intensa o que ela havia falado.

"Pega mesmo na pele", subi o nariz mais um pouco no seu braço e suguei o perfume, ela riu e puxou o braço mudando de assunto. Conversamos sobre tudo, em um ponto um pouco pelo stress do trânsito, um pouco pelo calor, ela deitou o banco e se esticou, o vestido quase colou na pele úmida ainda da caminhada, começou a balançar os joelho, fazendo o ar entrar e sair do vestido, perfumando o carro sem perceber, e eu reagindo com excitação crescente, tentando disfarçar. E numa troca de marcha agarrei seu joelho por engano, com um "ops" ela puxou a perna, e eu instintivamente levei a costas da minha mão até o rosto, ela ficou muda, mas olhou atentamente enquanto eu tentava sentir seu cheiro em minha mão, em vão.

Andamos mais algumas quadras, caminhões e carros passavam, às vezes ficavam para trás. Tentamos conversar, mas o assunto estava acabando, e tudo acabava voltando no tempo e no calor, por falta de opção. Ela reclamava que tudo grudava na pele, e às vezes machucava, sei bem do que fala, suor e tecido não são boa mistura. Falei pra ela ficar a vontade, o trajeto ia demorar ainda, "sinta-se em casa", e rindo ela tirou os sapatos e colocou o pé no painel. A saia correu uns centímetros, e a parte pendurada dançou no vento do ar condicionado. Ri de volta, mas meu calor aumentou alguns graus, folguei o colarinho e assoprei dentro da camisa.

Comentei que meu carro nunca tinha cheirado tão bem, ela disse que o perfume realmente pegava na pele, me ofereci pra testar, ela riu e puxou minha mão do volante e passou as costas dela na parte de trás da sua coxa e falou "teste agora". Realmente agora dava pra perceber, perguntei se melhorava se tocasse mais, de resposta ela descruzou as pernas e ergueu mais um pouco a saia.

Estiquei dois dedos, e com a palma para o ar encostei em sua coxa e deslizei pernas acima, até quase sumir dentro de sua saia e voltei, meu membro crescia com a velocidade dos movimentos dos meus dedos, e também a respiração dela. Parei na barra da saia, coloquei as pontas dos dedos na sua pele e, deslizando, seguindo a barra da saia, agarrei sua coxa senti sua firmeza na minha mão, busquei sua boca com a minha, ela retribuiu e nos beijamos alguns segundos, até o trânsito andar novamente.

Voltei as mãos ao volante e fixei minha atenção no trânsito, estava com o coração na boca, o que menos precisava era uma colisão com outro veículo ou algo assim. Então senti sua mão no meu joelho, subindo em direção a minha virilha. Não dava pra ninguém ver dentro, mas quase suava frio pensando nos olhos dos carros vizinhos, senti ela buscando meu zipper. Ela começou a explorar braguilha a dentro, me tocando por cima da cueca, puxando me ereção pra fora com pano e tudo.

Numa pequena parada aventurei também, busquei sua calcinha, senti sua pele macia e quente, meus dedos deslizavam pelo algodão, ela parecia em chamas, eu devia parecer também. Com o carro engatado, tentava coordenar a direção, a sensação entre minhas pernas e as dela, era um trecho reto e muito lento, o que me ajudou muito. Corri o dedo pelo elástico lateral, sentia o pulsar acelerado do coração pela pele, não sabia se meu ou dela, enquanto buscava a entrada de seu sexo, sentia os pelos querendo crescer depois de raspados à alguns dias, não era intenção dela estar agora com as pernas no ar no meu carro, e meus dedos lhe explorando. Percorri seus lábios e ela corria os dedos abaixo na minha ereção, subindo com as unhas, me enviando arrepios, que me faziam afundar os dedos entre os lábios com mais vigor.

O trânsito andou um pouco, tive que segurar o volante com as duas mãos, enquanto olhava o trânsito, senti ela se mexer, vi ela se ajeitando, encostando o corpo no meu ombro, e desfazendo o cinto da minha calça sussurrou no meu ouvido "atenção, não vai bater o carro", desfez o botão e afastando a cueca desceu a cabeça no meu colo.

Senti o calor da sua boca me engolindo, enquanto manobrava em meio ao caos, e quase como tortura, tentava controlar o carro pra não bater, dividindo minha atenção entre a boca quente e trânsito, os carros que passavam e os olhos de possíveis curiosos.

Como que por ter pensado nisso, encostou do lado do assento do passageiro um micro-ônibus, eu mal podia ver até o ombro do motorista, mas sabia que ele percebia o que se passava, começou a se esforçar para se manter emparelhado conosco, e tentar se agachar no seu assento. Ela estava alheia ao drama, se divertia em me abusar, numa nova parada no trânsito, puxei seu vestido, e agarrei sua bunda, puxei sua calcinha, que se enrolou num cordão, sua posição expunha toda sua bunda, e agora mais da sua pele aparecia ainda, e correndo o dedo pelo cordão formado senti a vibração de um gemido de aprovação no meu pau, avistei parte do rosto do motorista, boquiaberto.

Algumas buzinadas, e nós três tentamos nos recompor. E nessa hora, se sentando e secando os cantos da boca que ela percebeu o micro-ônibus, arregalou os olhos e me encarou, eu disfarcei, olhei pra frente, tentei disfarçar o sorriso. Meio puta, ela erguei a bunda do banco e num puxão arrancou a calcinha, jogou na minha direção. Não pude retribuir o gesto, mas peguei a calcinha e enxuguei a testa, joguei ela no banco de trás, sorrindo dei um puxãozinho na barra da saia e perguntei se tava mais fresca. Ela abriu as pernas e me falou pra conferir. Fui direto entre suas pernas, e ali era tudo... macio, carnudo, menos fresco, falei que parecia precisar de um ar, ergui a saia sacolejando um pouco, ela toda exposta separou mais os joelhos, pela primeira vez tive uma vista direta do seu sexo, e o motorista do microônibus também, me pergunto se valeu a batida que ele deu no carro da frente.

Vizinhos a parte, me concentrei nela, sumi com meus dedos entre suas pernas, tentando decorar a textura da sua pele, os dedos deslizando livremente nos lábios molhados, traçando a entrada quente entre eles, quase escorregando pra dentro, ela puxando meu pau pra fora, massageando pra baixo até o limite e pra cima até a pele esconder toda a cabecinha, ela tentando disfarçar a respiração ofegante, eu tentando disfarçar a minha. Aumentei a intensidade, ela que apoiava o braço livre na janela colocou a mão na boca e mordeu o dedo, tentando se calar, acelerando o ritmo instintivamente para igualar o meu ela me levou ao limite, juntando todas minhas forças tente me segurar, antes mesmo de terminar de falar "vou gozar" explodi, em esguichos molhando o volante, painel, mão e calça.

Sem graça congelei meus movimentos, um segundo de silêncio e ela perguntou "e eu?". Olhei pra minha mão ainda entre suas coxas, e continuei o movimento dos dedos, contornando seu clitóris, busquei sua boca com a minha, beijamos rápido, o tanto que o trânsito deixou, ela começou a se tensionar, estava quase gozando, agarrou o banco e fechou os olhos, cobriu a boca com a mão gozada pra abafar o gemido e começou a tremer. Gozou forte, senti seus músculos todos se contraindo, por um tempo se segurou com força enquanto gozava, em seguida entrou numa espécie de torpor, imóvel por alguns momentos, respirando pesado.

Já estávamos a dois terços da viagem, molhados, cheirando sexo e sabonete, nunca antes tão relaxados num congestionamento. A realidade voltava a pesar, busquei ajeitar a roupa disfarçar a bagunça, ela arrumou o batom. Um silêncio temporário deixou o ar muito constrangedor, até ela começar a rir, eu também, combinamos de tentar algo com menos plateia no futuro, quem sabe.

(Foto de Aayush Srivastava no Pexels)

Contos soltos e nada comportadosOnde histórias criam vida. Descubra agora