Bela Vista

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Estava eu tranquila na sacada em um dia quente, o vento forte do décimo andar ajudava muito, olhando o tempo no comecinho da noite, aquele momento que tudo vai muito rápido de laranja para preto, sentindo saudade do tempo que ainda dava pra ver alguma estrela.

Foi nesse momento que senti o abraço, braços fortes e peludos se enroscando no meu corpo, um conforto gostoso pra saudade, não fosse a seda da camisola seria um gesto de ternura, mas não como me vestia, sentia cada forma e cada toque, e o abraço foi mais uma forte de calor, de fora e de dentro.

Fechei um pouco os olhos, sentindo o vento e a força do abraço, o peito pelado nas minhas costas, e tudo que se encaixava dali pra baixo, sentia o cinto, até a costura do seu jeans, e sentia o volume entre suas pernas, me pressionando atrevido a camisola pra dentro de mim mesma, de leve entrando nas minhas curvas. Depois de uns segundos se soltou, senti o vento preencher o seu lugar. Estiquei os braços e segurei no beiral da sacada para olhar as ruas, e então senti novamente suas mãos em minha cintura.

Esperei novo abraço, mas o que senti foram as costas das suas mãos e unhas deslizando pelas minhas pernas, passando da barra do camisolão e se virando e aventurando coxas acima, camisola a dentro, em movimentos circulares e apertõezinhos, e um hálito quente e nas minhas costas, mandando pequenos choques pela espinha com cada beijo. Ele tinha se ajoelhado, e mordiscava meu quadril, enquanto com as mãos tocava minha pele e subia minha roupa.

Mordi os lábios, estava muito bom, então me lembrei da sacada e arregalei os olhos, não sei se alguém podia ver algo, ou se via, mas ainda de roupa me sentia nua, e vista pelo mundo, pela noite, por tudo, um frio forte na barriga, e uma pontada de tesão em seguida, não conseguia dizer nada, só sentir unhas devagar raspando minha pele, a adrenalina nas veias.

No meio de tanta dúvida senti minha calcinha sendo puxada para baixo, e mesmo com tanto calor, um ar fresco nas intimidades, que me arrepiava e me excitava ainda mais. A calcinha desceu até meus pés, e meio que depressa chutei ela para tirar por completo, o que menos precisava era tropeçar em minha própria calcinha agora.

As mãos voltaram a subir pelas pernas, com camisola e tudo, eu inalava em sincronismo, e comprimia os músculos, meio que ficando na ponta dos pés enquanto ele deixava meu bumbum exposto. De reflexo apoiei os cotovelos no beiral enquanto suas mãos subiam a camisola até minhas costas, fechei os olhos, conforme mãos firmes apertavam e apalpavam e me abriam modestamente para deixar entrar o bafo quente que me convencia que a boca dele estava quase encostada em mim. Me segurei pra não me contorcer quando senti os lábios na minha pele e em seguida um leve chupãozinho e uma mordidinha, deixando a pele escorregar pelos dentes, senti uma onda partindo da boca dele, subindo pelo corpo a cada beijo. A cada mordida se movia, descendo pelo bumbum, até as coxas, alternando mordidas e lambidinhas, e finalmente subindo por entre elas. Então ele parou, só sentia suas mãos firmes me segurando pelo bumbum, próximo o suficiente pra sentir sua respiração, entre minhas pernas, e depois de um par de segundos senti a ponta molhada de sua língua, provando meu gosto, quente e molhado e sedento por toque. Senti a língua subir e descer algumas vezes, como que pra saborear um doce, desenhando as curvas e dobrinhas.

Até que se afastou e subiu suas mãos por dentro da camisola, pela minha barriga, até meus peitos, encaixando de e acomodando perfeitamente, mamilos entre os dedos médio e anelar, já duro, sem ser tocado, minhas costas quase que toda nua sentiram o calor da aproximação do seu corpo, seu peito peludo direto na minha pele, sua barriga em meu quadril, e seu membro deslizando entre minhas coxas, como se fosse sua língua a pouco.

Gemi baixinho, me joguei para trás, cabeça no ombro dele, buscando não sei o que. Segurando firme em meu peitos, buscou o meu pescoço com sua boca, enquanto com movimentos diminutos, mexia o quadril, e deslizava entre minhas coxas, se esfregando e se molhando em mim, provocando meu corpo que começava a implorar por uma penetração. Eu já latejava de vontade, e nesse vai e vem, entre beijo e massagens firmes meus peitos, tentei falar alguma coisa, só pra sentir suas mãos voltando pela barriga, seu corpo se afastando um pouco, e ele me empurrando para o beiral.

Entendi o recado, cruzei os braços e me apoiei, separei levemente as pernas, e empinei o bumbum, convidativa. O vento nas minhas coxas me fez lembrar o quanto estava molhada, senti o vento dentre as pernas quase até os joelhos. Senti suas mãos de novo no meu quadril, dedões esticados, se agarrando coxas a dentro, e me puxando como garras, me escancarando, instantes suficientes para sentir sua ponta quente me tocar, e com pouca pressão começar a entrar.

Novamente respirei fundo com a invasão, arregalei os olhos, sentindo cada milímetro, vendo aquela imensidão laranja e me sentindo preenchida, cada vez mais, até sentir suas coxas em mim. Tive um segundo antes de sentir o vácuo dele saindo, e a sucção que se formava, e novamente senti o preenchimento, dessa vez mais rápido.

Mordia os lábios de prazer e antecipação, no final de cada penetração soltava um gemido leve, acho que só eu ouvia. Já não sabia se alguém estava vendo, mas não tinha mais reação. Tudo que sentia era aquele preenchimento quente, apertado, até o leve tapinha final de suas partes em mim, seguido de suas coxas, que por si só seriam suficiente pra me levar a loucura. Em seguida sua saída, também apertada, como que uma parte de mim sendo arrancada, mas que me dava muito prazer.

Apertou os dedos na minha carne, me segurando com força, um pouco pra se apoiar, um pouco pelo prazer de me sentir, enquanto aumentava a velocidade e força. Fechei um pouco os olhos, sentia meu corpo pulsar, latejar, sentia ele latejando dentro de mim, cada vez mais rápido, sentia sua respiração ofegante mais intensa, e nem mais sabia se eu respirava, aos poucos não sabia mais se ia ou vinha, entrava ou saia, era tudo sensação, não sabia o que acontecia ao meu redor.

Até que me segurou com mais força ainda, me penetrou o mais fundo que pode, e com um som de alívio, esguichou dentro de mim. Não pude me conter e gozei com ele, e continuei gozado enquanto ele ficava já flácido, começava a se retirar, e com beijos nas costas sussurrava, te espero no chuveiro.

Sem forças fiquei imóvel mais uns minutos, transpirando semi nua, sentindo o vento onde era calor, suor e gozo a alguns segundos, e sentia tudo escorrer por mim, inclusive o prazer. Lembrei novamente que estava na sacada, recobrei minhas forças, me levantei e me virei para ir ao chuveiro.

Quase me esquecendo do por do sol, olhei para cima, e bati meus olhos na sacada do apartamento superior, resolvi não pensar sobre e entrei.

(Foto de Luis Quintero no Pexels)

Contos soltos e nada comportadosOnde histórias criam vida. Descubra agora