CAPÍTULO - NOVE

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▶  C H A R L E E — M A N S F I E L D ◀

— Olha só! Se não é nossa estrela da boate mais famosa desse país! — Luiz exclamou, assim que cheguei junto de Yves em sua mansão.

— Olha só se não é o bêbado mais inconveniente deste país! Achei que o alto nível de álcool ontem servisse para te levar ao coma. — Rebato e ele ri, me recebendo com um abraço. Ontem à noite ele estava realmente podre de bêbado e puxou conversa comigo. Eu fui mais grosso do que deveria pelo fato do álcool me incomodar, mas no fim, ele rebateu minhas provocações e isso se tornou uma brincadeira entre nós.

— Posso saber que bons ventos o trazem? — Questionou, ficando confuso ao ver Yves pondo minhas malas no chão, entregando para uma funcionária.

— Eu diria maus ventos. Algo sobre eu estar em perigo graças ao Yves. — Aponto e ele olha para o amigo, como se pedisse explicação.

— Do que ele está falando, Yves?

— Ontem fomos atacados por franceses.

— Aqui?! — Luiz questionou, agora sério, parecendo realmente surpreso.

— Pois é. E o fato de eu estar saindo com Charlee frequentemente tornou ele um alvo dos franceses. Bem, resolvi trazê-lo para cá junto com os irmãos. Ao menos estará seguro. — Yves explicou, pacientemente.

— Entendo... E quem são esses mini gentes? — Luiz provocou, se abaixando e encarando Elias. Aisha ainda estava em meus braços e acabou adormecendo no caminho.

— Eu já sou grande! — Elias exclamou, batendo no próprio peito, como se fosse alguém forte o suficiente para enfrentar o Luiz, que entrou na brincadeira e fingiu estar com medo.

— É mesmo?! Oh, por favor, não me bata, mestre gigante! — Luiz provocou e Elias sorriu, vitorioso.

— É só me obedecer e nada vai te acontecer. — Elias rebateu, dando dois tapinhas na cabeça de Luiz, que acabou rindo, o agarrando e enchendo o garoto de cócegas, enquanto Elias tentava se livrar, chorando de tanto ri.

— Luiz é certamente mais imaturo que uma criança. — Yves resmungou, livrando Elias das garras de Luiz, o pegando nos braços. — Vamos levar logo as crianças para o quarto. Uma já capotou e este será o próximo. — Ditou, ajeitando Elias em seus braços, que por algum milagre divino, se manteve quieto, sem fazer nenhum escândalo. Ele geralmente não aceitava braços de estranhos, já que eu sempre ensinei isso para ele, mas ao contrário de Aisha, ele até que aceitou muito bem a presença de Yves.

— Eu não sou imaturo! — Ouço Luiz gritar, mas Yves apenas o ignorou, subindo as escadarias, enquanto eu o acompanhava.

Chegamos em um quarto que Yves já havia mandado preparar antecipadamente para os dois. As paredes eram brancas e havia uma cama beliche. Uma televisão imensa na parede e alguns brinquedos.

— Você mandou fazer isso? — Questiono, surpreso.

— Na verdade, eu disse que era um quarto para duas crianças. Meus funcionários levam um pouco a sério demais minhas ordens. Enfim... — Comentou, dando de ombros e colocando Elias no chão, que correu para a beliche, subindo a escadinha e ocupando a cama de cima. Sem opções, coloco Aisha na debaixo, a cobrindo com o lençol e a ajeitando com cuidado.

— Mais tarde eu venho vê-los. Se comporte, mocinho. — Falo, olhando para Elias, que sorriu sapeca, se deitando na cama. Saio do quarto com Yves, vendo ele fechar a porta e me acompanhar pelos corredores. — Obrigado por toda a ajuda, de verdade... principalmente com minha mãe. — Falo, um tanto quanto sem jeito.

— Não me agradeça. Não é nada. — Falou, com descaso.

— O preço é uma fortuna. — Falo, o olhando seriamente. Ele sorriu, dando de ombros.

— E temos um acordo de pagamento, não? — Insinuou, me fazendo ri.

— É, temos. Mas ninguém faria isso. Bem, obrigado mesmo assim.

— Não tem problemas. Seu quarto fica logo ao lado dos seus irmãos, ok? — Falou e eu assenti.

— Espero lembrar o caminho de volta... — Murmuro, enquanto descíamos as escadarias.

— Mas já sabe o caminho do meu, não? — Yves Insinuou, me olhando com um sorriso malicioso e seguindo na minha frente, me deixando petrificado no meio da escadaria. Acabo rindo de seu comentário, voltando para a realidade e terminando de descer as escadarias.

— Temos um novo hóspede? — Uma senhora apareceu na sala, me olhando com curiosidade. Sorrio, parando em sua frente.

— Ah, sim. Maria, este é Charlee. Ele ficará aqui por um tempo. Charlee, esta é Maria, a governanta da casa. — Yves apresentou e eu acenei.

— Olá, Maria. Prazer em conhecê-la. — Falo, vendo ela sorri docemente.

— Oh, menino! Que lindo você é! O prazer é meu. Sinta-se à vontade. — Falou amigavelmente, o que já me deixou aliviado por alguém nessa casa ser simpático.

— Charlee, eu preciso sair agora. Precisa de algo? — Yves questionou, me olhando.

— Ah, não. Estou bem. E hoje tenho clientes para atender na boate. — Falo, suspirando.

— Clientes? — Yves questionou, arqueando uma sobrancelha em questionamento, chamando minha atenção. Ele parecia irritado.

— Sim. Clientes. Hoje é fim de semana. Quem der o maior lance, passará a noite comigo. — Falo e ele suspira, travando o maxilar.

— Hm. Até. — Resmungou, saindo rapidamente. Ignoro a sua mudança de humor repentina e olho para Maria, sorrindo novamente.

— Ouça, menino... Está com fome? — Questionou e eu sorri, interessado.

— Muita.

— Venha, vou fazer biscoitos quentinhos, saídos do forno. Aqui todo mundo ama. — Falou, já me arrastando para a cozinha, me fazendo ri.

Me distraí o restante do dia até a hora de ter que me arrumar para a boate.

Já estava praticamente pronto, com uma lingerie vermelha, rendada, com cinta liga e botas de salto plataforma de mesma cor. Visto um sobretudo vermelho por cima, dando dois nós, até ver Yves adentrando o quarto, me assustando.

— Yves? Aconteceu algo? — Questiono, mas ele não me responde, andando lentamente em minha direção, me fazendo entrar em alerta. — Yves...?

DONO DA MÁFIA, DONO DE MIM - Nova versão (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora