CAPÍTULO - DOZE

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▶  C H A R L E E — M A N S F I E L D ◀

— Jonathan e Victor, correto? — Falo, sorrindo levemente ao ver os dois homens naquele quarto de motel. Eu já os havia visto na mansão de Yves, então eu sabia que eram dois soldados da máfia americana.

— Você é muito mais gostoso de perto... — Jonathan falou, vindo até mim e me puxando pela nuca, me beijando, parecendo querer me devorar, logo sentindo Victor se encostar atrás de mim, erguendo meu vestido preto, no qual eu detestei. Eu estava simplesmente divino com aquele traje vermelho escarlate, mas não... Yves simplesmente surtou. Mas resolvi não discutir, porque de qualquer forma, ele continuava sendo meu chefe.

Foi covardia demais ele me tocar naquele camarim e não terminar o serviço. Ao mesmo tempo que fiquei com vontade, fiquei com raiva. Com raiva do meu próprio corpo por corresponder aquele homem. E isso não podia acontecer. Eu não poderia estar tão entregue dessa forma para um cliente.

Algo que percebi em Jonathan e Victor, é que eles amavam exibir o coldre de armas enquanto transavam comigo, como se isso lhe passasse algum poder maior. A noite foi bem pesada para mim, especialmente porque eram dois ao mesmo tempo. Mas no fim, ao olhar para a conta bancária, deu tudo certo.

Yves grudou seguranças na minha cola, então um motorista já me aguardava assim que saí do motel, me levando de volta para a mansão às 3 da manhã.

Adentro o local, tomando um susto ao ver Yves no sofá, bebendo o que eu acho ser uísque. Ele não parecia nem um pouco satisfeito ou de bom humor. Tento ignorar, subindo para meu quarto. Mas o fato de ele não feito nada me assustou muito mais do que se ele tivesse simplesmente surtado. Olho para trás, vendo ele ainda no sofá, apenas me olhando seriamente, enquanto bebia tranquilamente.

— Está tudo bem? — Questiono, por precaução.

— Está. Por que não estaria? — Rebateu, com um tom calmo, mas com uma pontada de frieza que me atingiu instantaneamente.

— Bom... eu vou dormir... — Balbucio.

— Por que Jonathan e Victor vieram com você? — Questionou, me fazendo congelar, o olhando em seguida.

— Eles... estavam mantendo minha segurança. — Minto. Eu não queria arrumar problemas para eles.

— Não foram escalados para isso. — Ditou, me fazendo engolir em seco. O vejo suspirar, enchendo seu copo novamente, parecendo tranquilo. Só parece. — Vá dormir. Deve estar cansado, não? — Insinuou, ríspido.

Eu confesso que preferia ele surtando do que extremamente calmo assim.

Mas... pensando bem, ele não devia estar se importando, certo? Por isso estava calmo. Não havia motivos para ele ficar irritado. Não tínhamos nada a não ser um acordo de conveniência. É, deve ser isso. Mas o "q" da dúvida ainda persistia. Desço as escadarias, caminhando em sua direção, o que chamou a atenção dele.

— Desculpa por ter te rejeitado hoje, mas eu preciso do dinheiro, Yves. Assim posso até te pagar mais rápido. — Falo, sorrindo levemente, me sentando em seu colo, acariciando seu rosto. Mas ele logo agarrou meu pulso, me tirando de cima dele.

— Não encoste em mim depois de ter deitado com um qualquer! — Resmungou, agora com seu tom mais ácido.

— Tudo bem. Não encosto. — Falo, me levantando e seguindo de vez para meu quarto. Não iria permanecer ouvindo os desaforos dele. É o meu trabalho e ele sabe disso.

NO DIA SEGUINTE, me levantei cedo como de costume, tomando um banho rápido e vestindo uma roupa confortável, seguindo direto para o quarto dos meus irmãos. Aisha já estava acordada, parecendo confusa de onde estava, enquanto Elias ainda estava capotado na cama de cima.

— Vamos, Elias... Acorde. Vocês dois têm aula. — O sacudo, pegando Aisha nos braços e a levando para o banheiro. Elias se arrastou minutos depois até mim, coçando os olhos e resmungando por não querer tomar banho.

— Por que estamos aqui...? — Aisha questionou, me olhando enquanto eu a vestia.

— Porque meu amigo está nos ajudando... Logo teremos nossa mãezinha de volta. — Falo, sentindo um nó na garganta e Aisha apenas assentiu, cabisbaixa.

— Ele é muito legal! — Elias exclamou, agarrado com um coelho de pelúcia cor de rosa.

— É... é sim. Anda, vem secar esse cabelo. — Falo, sorrindo e sacudindo seus cabelos com a toalha.

Após arrumá-los, descemos os três para a cozinha, onde Yves já tomava café, e Luiz também estava presente, aparentemente cantando uma funcionária.

— Quanta coisa...! — Elias balbuciou, surpreso ao olhar para a mesa repleta de opções de café da manhã.

— Sentem-se e se comportem. — Ordeno, vendo eles obedecerem prontamente.

— Vocês estudam, pequenos? — Luiz puxou assunto, sorrindo para os dois.

— Sim. — Elias respondeu, enquanto Aisha o olhava desconfiada, se mantendo perto de mim.

— E já tem alguma namoradinha? — Luiz brincou, o que me fez encará-lo seriamente.

— Eles têm 5 anos, Luiz. — Falo, sério, vendo ele dá de ombros.

— Isso é nojento. — Elias resmungou, fazendo careta e tomando seu café.

Olho de soslaio para Yves, que mexia em seu celular, tomando café em silêncio, não me olhando nenhuma vez, o que já estava me incomodando. Mas não iria iniciar uma discussão ali, na frente de todo mundo sem necessidade.

— Vamos, antes que se atrasem. — Falo, após eles terminarem o café.

— Eu os levo. — Yves ditou, chamando minha atenção.

— Eu posso fazer isso. — Rebato, sério. E finalmente ele me encarou. Um olhar frio e que me fez gelar até a espinha.

— Imagino que seja longe daqui. De carro é mais rápido. E eu preciso resolver algumas coisas.

— Vamos de carro? — Elias questionou, encarando Yves com um brilho no olhar. Ele era louco por carros.

— Sim. Pode escolher em qual iremos. — Yves falou, sorrindo levemente e Elias comemorou, animado.

— Charlee... Você vem com a gente...? — Aisha questionou, me olhando chorosa. Suspiro, acariciando seu rosto.

— Claro que sim, amor. Não precisa ter medo. — A tranquilizo e ela apenas assente, segurando minha mão e não a soltando em nenhum momento. — Yves, eu vou junto. A Aisha... não se sente confortável com estranhos. — Falo e ele não me responde, apenas volta seu olhar para o celular, me ignorando.

Ótimo... agora ele resolveu negar minha existência!

DONO DA MÁFIA, DONO DE MIM - Nova versão (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora