Dois Corações E Um Mesmo Destino

Capítulo 4

● pov. Gizelly ●

Os dias se passaram rapidamente e logo o domingo chegou. Esses últimos dias com Sofia, aproveitei cada momentinho com ela, meu coração estava devastado só de pensar que amanhã ela não estaria mais aqui em casa, minha filha não moraria mais comigo.

Eu não acordaria mais e iria no seu quarto me despedir sentindo seu cheirinho de neném, ou às vezes ser acordada por ela pulando em cima de mim. Eu não iria mais passear com ela nas tardes depois de chegar do trabalho. Eu não ouviria mais o seu "mamãe quero leite" depois de acordar ou antes de dormir.

Essa separação estava acabando comigo, eu sei que Rafaella também tem o direito de ficar com ela, ainda mais depois de passar esse tempo longe dela. Mas eu não queria me separar assim do dia pra noite da Sofia.

...

Me levantei e segui para o banheiro, fiz minha higiene matinal, logo depois fui até a cozinha e comecei a preparar o café da manhã, fiz um café, suco e  fiz algumas torradas.

- Bom dia. ouvi a voz de Rafa.

- Bom dia Rafa, dormiu bem? perguntei.

- Dormir sim e você?

- Não dormir direito pensando na Sofia. assumi e a vi suspirar se sentando na mesa passando as mãos pelo rosto.

- Eu não queria que fosse assim, mas não tem outro jeito Gizelly.

- Na verdade, tem sim, você que não quer.

- Você acha simples eu me mudar pra cá, morar com você e abrir meu escritório aqui? Não é tão fácil como na prática Gizelly.

- Não é simples, mas também não é impossível, você mesma disse que não sabe como vai abrir pois a Manoela vai se mudar pra São Paulo, qual o problema de abrir aqui? Eu te ajudo e se o problema é morar comigo, eu alugo um apê pra você, eu faço qualquer coisa Rafaella, eu só não quero que você leve a Sofia pra longe de mim. desabafei sentindo minha voz falhar e o choro parar na minha garganta.

Rafaella se levantou e se escorou na pia.

- Você não entende né?

- Entender o que Rafaella? a questionei chegando tão perto dela que podia sentir sua respiração bater contra meu rosto. - Fala, o quer que eu entenda?

Em vez de me responder, Rafaella desviou seu olhar pra minha boca e eu fiz o mesmo. Essa mulher me deixava fraca. Diminui a distância entre nossos rostos colando nossas testas.

- Você sabe que está me matando desde o dia que recusou meu beijo né? minha voz saiu mais falha que eu esperava.

- Então me beija agora.

Sem pensar duas vezes, a beijei carinhosamente sentindo seus lábios macios nos meus, pedi passagem com a língua e ela cedeu permitindo o contato de nossas línguas me levando de volta naquela noite em que nos conhecemos. O encaixe, a sincronia, o beijo perfeito. Seus braços entrelaçaram em meu pescoço me fazendo arrepiar todos os pelos do meu corpo quando ela deslizou suas unhas na minha nuca.

Minha perdição.

Antes que pudesse intensificar o beijo, ouvimos o resmungo de Sofia vindo do quarto e logo em seguida chamando por "mamãe".

Cessamos o beijo e ouvi seu suspiro.

- Vai lá, que eu já estou terminando aqui. falei e ela apenas saiu sem dizer nada.

Que porra! Como eu queria essa mulher pra mim.

Terminei de arrumar a mesa e minutos depois Rafaella retornou com Sofia no colo.