Capítulo 6

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● pov. Gizelly ●

Graças a Deus, à noite Sofia teve alta da clínica. Ao acordar e me ver, minha pequena ficou agarrada em mim que não queria soltar mais, meu coração ficou apertadinho por causa da minha menina. Consegui fazer com que ela comesse um pouco no almoço e mais tarde tomou suco, ela não teve febre mais e nem vomitou o que comeu. O doutor Pedro passou um remedinho pra ela e logo nos liberou para ir embora. Ao chegarmos na casa de Rafaella, dei um banho em Sofia e ela aceitou tomar seu leite, logo caindo no sono. Rafa, Genilda e eu fomos jantar e ficamos conversando sobre como seriam as coisas agora em diante e após um banho, fomos todas dormir.

No dia seguinte, Rafa saiu dizendo que ia se encontra com Manu para resolver sobre a abertura do escritório em Belo Horizonte que não seria mais possível, acho que em todo caso, Rafa se fosse continuar mesmo ali, abriria sozinha pois sua amiga estava de mudança para São Paulo. No fim das contas, olhando pelos dois lados, era mais fácil ela se mudar para Vitória do que eu largar tudo lá e vir morar em Belo Horizonte.

Passamos na cidade mineira por dois dias, Genilda aproveitou Rafa e Sofia já que iam se separar novamente. No domingo à noite, pegamos um vôo para Vitória e chegamos por volta das oito e quarenta. Pegamos um uber ali no aeroporto que nos levou até minha casa, chegamos em 20 minutos.

Ao abrir a porta de casa, Sofia saiu correndo em disparada pelo local me fazendo rir.

- Estava com saudade de casa meu amor?

Sofia já estava melhorzinha, não estava comendo na proporção que sempre comeu, mas já aceitava melhor umas comidinhas mais leves, Rafa e eu não quisemos insistir muito por medo dela vomitar, aos poucos ela ia melhorando e já já estaria ótima.

- Vou pedir algo pra gente comer, não animo fazer comida hora dessas não.

- Pede então que eu vou dar banho na Sofia.

- Tá bom, vou fazer uma sopinha pra ela.

- Filha vamos tomar banho? Rafa disse chamando a atenção de Sofia. - Vamos?

Sofia correu até Rafa se agarrando em suas pernas com uma carinha sapeca, Rafa a pegou no colo e deu um beijo estalado em sua bochecha a fazendo rir.

Me derreti com a cena.

As duas logo sumiram das minhas vistas e eu já fui preparar a sopinha pra Sofia. Depois pedi uma pizza pra mim e Rafa. Um tempinho depois, Rafa retornou com Sofia no seu colo.

- Deixa eu ver se minha neném tá cheirosa. falei encaixando meu rosto em seu pescoço inalando seu cheirinho e fiz cosquinhas nela que soltou uma gargalhada gostosa.

- É tão bom ver ela assim feliz, realmente agi por impulso separando ela de você, me desculpa.

- Tudo bem, você viu que errou e é isso que importa, agora tudo vai se ajeitar.

- Será que vai mesmo? questionou se sentando na mesa e eu coloquei a sopinha de Sofia em seu prato.

- Por que acha que não vai? a questionei de volta.

- Não que eu acho que não vai, mas não tenho tanta certeza como você, tem muitas questões envolvidas aqui.

Respirei fundo, mas não falei nada. Eu sabia dessas questões, o medo de morarmos juntas e estragar a nossa relação de amizade.

O interfone tocou e eu fui atender, era a entrega da pizza, paguei o entregador e agradeci. Quando retornei a cozinha, Sofia já toma sua sopinha que Rafa dava em sua boca. Ela tomou apenas a metade, fiquei com ela e Rafa foi tomar um banho, quando ela voltou, deixei nossa filha com ela e eu fui tomar banho, quando voltei, Sofia estava dormindo em seu berço e Rafa vigiando seu sono.

- Rafa, vamos lá comer a pizza antes que esfria. a chamei baixinho.

- Vamos.

Nós duas seguimos até a cozinha e nos sentamos a mesa, servi dois pedaços ela e dois pra mim. Comemos em um clima agradável, conversamos um pouco sobre os seus planos para a abertura do escritório e depois de muita insistência ela aceitou a minha ajuda pelo menos nesse começo.

Ao terminamos, levamos os pratos para a pia e ela se ofereceu para lavar, enquanto isso, guardei o que sobrou da pizza em uma vasilha e coloquei na geladeira.

- Você quer dormir agora ou ver algo na netflix? perguntei assim que ela terminou de ajeitar as coisas na cozinha.

- Eu não tô com sono, mas e você? Tem que trabalhar amanhã. ela disse.

- Não estou com sono também não, amanhã eu acordo na força da raiva. falei e ela riu negando com a cabeça. - Vem, vamos ver um filme. a chamei erguendo minha mão pra ela que me lançou um olhar questionador. - Vamos ver no meu quarto.

- Acho melhor aqui na sala. falou.

- Qual o problema de assistirmos no meu quarto? perguntei.

- Nenhum, é que...

- Então vamos logo. a cortei antes que ela arrumasse uma desculpa a puxando pro meu quarto.

Liguei a televisão e me sentei na cama sobre o seu olhar.

- Vem Rafaella, deita aqui, está com medo de mim? perguntei com um tom de malícia e ela revirou os olhos ao perceber.

Ela tirou suas sandálias e se sentou ao meu lado na cama toda tímida. Segurei o riso pelo seu jeito e procurei  um filme de comédia qualquer e dei play. Não me importava o filme, eu queria mesmo era aproveitar aquele momento que ela cedeu em ficar um tempo comigo.

Se me perguntassem o que passava no filme eu não sabia responder, pois toda a minha atenção estava naquela mulher linda deitada ao meu lado que gargalhava do filme e todas as vezes que ela olhava pra mim, eu fingia está prestando atenção, até que em um momento ela me pegou desprevenida com os olhos fixados nela.

- Ou Gi, foca no filme. ela disse segurando em meu queixo virando meu rosto pra tv na nossa frente.

- Eu prefiro focar em outra coisa. falei e ela desviou seu olhar pra tv. - Ei. a chamei.

- Que? respondeu com o olhar preso na tv.

- Olha pra mim. pedi.

- Não posso. respondeu baixinho.

- Por que não pode? perguntei e dessa vez eu segurei em seu queixo a fazendo olhar pra mim fazendo o contato de nossos olhos.

Aproximei nossos rostos e toquei sua boca macia com meus lábios, ao vê-la fechar os olhos sentindo o toque, tomei coragem e juntei nossos lábios, pedi passagem com a língua e ela correspondeu. Nosso beijo era calmo, nossas línguas em uma sincronia lenta e gostosa. Arrastei meu corpo devagar até me encaixar entre suas pernas sem quebrar o beijo, desci uma de minhas mãos até a sua cintura onde apertei, nosso beijo estava gostoso demais, mas a falta de ar se fez presente. Suguei sua língua e mordi seu lábio inferior o segurando entre meus dentes fazendo Rafa soltar um gemidinho baixo.

Eu estava a ponto de jogar tudo pro alto, a minha sanidade e amar aquela mulher ali mesmo e naquele momento.

- Gi, acho melhor pararmos por aqui. sua voz saiu fraca me deixando atordoada.

Eu queria mais, queria matar minha saudade dela, mas me segurei criando forças não sei de onde e sai de cima dela voltando a me deitar ao seu lado respirando fundo passando as mãos pelos cabelos.

- Boa noite Gi. ela disse se levantando.

- Boa noite Rafa. desejei e ela saiu do meu quarto.

Eu me enlouqueceria rapidamente com essa mulher morando comigo.

...

Veio as duas morando junto, até quando vão aguentar segurar esse desejo que sentem uma pela outra? 👀

Dois Corações E Um Mesmo DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora