Capítulo 5

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● pov. Rafaella ●

Já tinha uma semana desde que Sofia veio morar comigo e de quarta feira em diante começou a ficar moadinha, não queria comer e nem beber nada, na quinta de manhã consegui uma consulta com a pediatra Alice, a mesma que cuidava dela quando ainda tinha seus 5 meses antes de ir morar com Gizelly. Alice pediu alguns exames que fiz ali mesmo no laboratório da clínica e Sofia ficou internada tomando soro pra fortalecer.

Gizelly viria apenas daqui 15 dias, mas assim que falei sobre o estado dela, ela mudou seus planos e disse que chegaria sexta pela manhã. Sofia passou a tarde toda internada, toda enjoadina por ter tomado duas injeções, seus exames haviam saído no finalzinho da tarde e não deu nada graças a Deus, uma parte de mim ficou tranquila e a outra preocupada por não saber o que ela tinha então. Deixei Sofia com minha mãe e fui conversar com Alice sobre minha filha, ela me perguntou várias coisas em relação à Sofia e enquanto eu respondia ela anotava algumas coisas no papel.

Já de noite, Sofia dormia e eu notei um suor em seu rostinho, coloquei a mão em sua testa e ela estava muito quente. Chamei Alice que em vez de ir embora, resolveu ficar ali aquela noite para cuidar de Sofia. Posso dizer que aquela tinha sido a pior madrugada que eu já tinha passado em toda a minha vida, Sofia vomitou duas vezes, apenas água pois não tinha nada em seu estômago, eu já estava ficando de cabelos em pé. Alice me liberou para dar um banho nela pra ajudar a abaixar a febre, Sofia não falava nada, só sabia choramingar. Liguei pra Gizelly às cinco horas da manhã e ela atendeu, contei sobre Sofia e ela me disse que já estava no aeroporto esperando seu vôo ser anunciado.

...

Já era seis e quarenta e nada de Gizelly aparecer, a febre de Sofia já tinha abaixado e agora ela já dormia por um tempinho depois de passar a madrugada toda enjoadinha. Quando pensei em pegar o celular e ligar pra Gizelly outra vez, a porta se abriu revelando ela.

- Oi Rafa. ela disse me abraçando e eu retribui sentindo seu beijo em minha bochecha.

- Graças a Deus você chegou. falei ao sair do abraço.

- Estava um trânsito enorme até aqui, como ela está?

- A gente abaixou agora, mas eu tô muito preocupada, os exames dela de sangue não deu nada, tá tudo ok, mas ela continua moadinha, sem querer comer.

Gizelly se aproximou de Sofia e depositou um beijo delicado em sua testa alisando seus cabelos.

- A pediatra não falou nada que possa ser?

- Não, ela só disse que ia conversar comigo antes de ir embora, mas ainda não apareceu, ela ficou de plantão só pra observar a Sofia.

Ao terminar de falar, a porta se abriu e era ela.

- Bom dia Rafa.

- Bom dia Alice, essa é a Gizelly, se lembra dela?

- Lembro sim, tudo bem Gizelly?

- Estou bem, mas preocupada com a minha filha né? Você precisa sabe o que ela tem por favor, ela não pode ficar nesse estado. Gizelly disse aflita.

- Antes de ir embora, eu vim aqui dar uma olhada nela e conversar com a Rafa e que bom que você esta aqui, eu já sei o que a Sofia tem. ela disse por fim.

Gizelly e eu nos olhamos apreensivas pelo o que ela ia dizer.

- Bom, Rafaella me disse que Sofia morava com você enquanto ela estava morando fora e agora que ela voltou, trouxe a Sofia pra morar com ela. Alice disse calma.

- Sim, é verdade. Gizelly confirmou.

- Pois bem, notando que os exames da Sofia estão ótimos, posso dizer que ela está com o emocional afetado, não querer comer, a febre repentina, os vômitos, isso só confirmou as minhas suspeitas, a Sofia está sentindo o afastamento da Gizelly, ela tinha toda uma rotina com a Gizelly e agora veio morar com a Rafaella, tenho certeza que ela ama as duas igualmente, mas é apegada a Gizelly por ter sido criada nesse tempo por ela, parece ser uma coisa simples pra vocês duas que são adultas, mas pra ela que é uma criança de dois anos é completamente diferente, ela ter se separado da Gizelly é tipo uma perda, e também a mudança repentina de rotina. Alice disse explicando com calma e a cada palavra que saia de sua boca me fazia sentir mais culpada ainda por minha filha está nesse estado.

- Eu trouxe ela pensando apenas em mim e agora minha neném tá assim, eu sou péssima mesmo.

- Eu acho que você realmente se precipitou em trazer ela assim, mas não quis que a gente brigasse e acabei cedendo. Gizelly disse firme.

- O melhor que vocês tem a fazer, é conversar e tentar fazer com que a Sofia conviva com as duas, mas não assim longe demais, tem você a mãe que ela é mais apegada por ter vivido seus anos de vida e tem você a mãe que ela quer a presença na vida dela como a Gizelly, mas não é ela que tem que adaptar a rotina de vocês duas e sim vocês duas adaptar a rotina dela.

- Tudo bem, vamos conversar direitinho e ver o que fazemos. Gizelly disse.

- Bom, eu vou indo, já deixei o caso dela com o doutor Pedro que já chegou e agora mesmo virá aqui ver ela, até a noite se ela comer e não der mais febre ela deve receber alta.

- Tá bom, obrigada Alice! agradeci.

- Imagina, espero que tudo se resolva, se vocês entrarem em um consenso, ela irá ficar bem.

- Ok, vai tudo se acertar, muito obrigada. dessa vez Gi agradeceu.

- Por nada, vou indo então, tchau meninas! falou simpática.

- Tchau Alice! Gizelly e eu dissemos em uníssono.

Alice se retirou do quarto indo embora nos deixando à sós.

Meus olhos se prenderam em minha filha deitada naquela cama ligada no soro deixando meu coração apertadinho.

- Acho que a gente nem precisa conversar, já sabemos o que deve ser feito né? Gizelly disse fazendo eu olhar pra ela. Respirei fundo.

- Será que isso vai dar certo? a questionei?

- Se esse não der, a gente arruma outro, mas a prioridade é a saúde mental dela, ela precisa de nós duas. Gizelly disse firme e eu afirmei.

Ela tinha razão. Nossa filha era a prioridade agora. Nós duas que tínhamos que adaptar e viver juntas.

...

E Sofia faz tudo sem prometer nada. Será oq vai acontecer com essas duas morando juntas? Será que vai dar certo? 👀

Quero agradecer à vcs que estão comentando, estou lendo todos os comentários, o retorno de vcs me deixam muito feliz viu? Obrigada, amo vcs. 🧡

Dois Corações E Um Mesmo DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora