Dois Corações E Um Mesmo Destino

Capítulo 45

● pov. Gizelly ●

As próximas semanas se passaram rápido e Rafaella já estava com 39 semanas, estávamos ansiosas para conhecer nosso Miguel, mas ele estava fazendo hora extra no ventre da minha mulher. O desejo de Rafa era fazer parto normal novamente como na gestação de Sofia, nossa primogênita nasceu com 38 semanas e 5 dias.

Por falar na pequena, ela estava ainda mais grudada em Rafa, querendo dormir com a gente todos os dias, eu sabia que era ciúmes, apesar que estava pedindo um irmão, agora ela sabia que não teria toda a atenção pra si. Rafa e eu conversávamos muito com ela, explicar para ela compreender, parecia aceitar, mas os ciúmes acho que seria difícil passar.

Minha sogra estava aqui em há uma semana para nos ajudar com a chegada de Miguel e a pós recuperação de Rafa. Eu também passei a ficar em casa desde que ela entrou nas 37 semanas.

...

Acordei sentindo um peso sobre mim, abri os olhos e Sofia me encarava com um sorriso sapeca.

- Já acordou ligada nos 320 menina?

- Chama a mamãe Rafa, ela não quer acordar.

Virei meu rosto pro lado e Rafa dormia virada para o outro lado, o travesseiro entre as pernas.

- Deixa ela dormir meu amor. Sofia fez um bico o que me fez rir.

Me sentei e peguei meu celular pra ver as horas, nove e quinze, resolvi me levantar já que Sofia não ia me deixar dormir de novo. Noite passada fomos dormir já de madrugada, Rafa estava sentindo muitas dores devido aos chutes fortes de Miguel que levou horas pra sossegar.

Me levantei e segui até o banheiro, fiz minha higiene matinal e sai do quarto com Sofia indo até o banheiro do corredor e a ajudei a escovar seus dentinhos. Logo em seguida, fomos pra cozinha encontrando minha sogra.

- Vovoooó. Sofia a chamou empolgada.

- Oi minha princesa, bom dia. disse a beijando.

- Bom dia, oi Gi, bom dia.

- Bom dia sogra, acordou muito tempo?

- Um tempinho já, não consigo ficar muito tempo na cama.

Me sentei na mesa junto com Sofia e tomamos café da manhã.

- Rafa tá dormindo ainda? perguntou.

- Tá, ontem dormimos bem tarde, Miguel estava animado.

- Esse menino fazendo hora no forninho gente, quem aguenta?

- Tomara que ele dê o ar da graça até final de semana, se não a Marcela disse que vai fazer cesária na Rafa.

- Mas acho que ele já tá chegando por aí, tá encaixado né? Só quer aproveitar mais tempo na barriga da mãe que a Sofia. falou rindo.

- Miguel. Sofia disse tomando seu leite no copinho.

- Quer conhecer seu irmãozinho princesa? Já já ele tá aqui com a gente.

Sofia fez bico de novo e dessa vez minha sogra riu.

- Essa vai dar trabalho quando o Miguel chegar viu, o ciúmes tá demais.

- No começo ela vai sentir, mas já já ela se acostuma.

Ao terminamos de comer, levei o prato e a xícara até a pia e lavei.

● pov. Rafaella ●

Acordei sentindo uma dor similar a uma cólica muito forte, surgindo na parte inferior do abdômen e se espalhando para a região lombar e coxas. Ao me levantar da cama, segui para o banheiro e minha bolsa se rompeu no mesmo segundo me fazendo sentir líquido turvo escorrendo entre as minhas pernas, ali tive certeza que estava entrando em trabalho de parto já que meu tampão núcleo também já tinha saído há algumas semanas.

- GIZELLY! a gritei da porta do banheiro e ao ouvir sua resposta segui para dentro do box tirando minha camisola.

- Rafa, ei amor o que foi? perguntou vindo até mim.

- O Miguel vai nascer. falei calmamente e a vi arregalando os olhos.

- Meu Deus, vamos pra clínica agora, espera eu vou ligar pra Marcela... meu pai do céu. ela disse desnorteada o que me fez rir em meia a contração que me pegou.

Quem estava em trabalho de parto era eu mas quem tinha que manter a calma era ela.

- Amor, calma, eu vou tomar um banho.

- GENILDA CORRE AQUI. ela gritou minha mãe e logo veio ao meu encontro.

- Oi, o que tá acontecendo gente? minha mãe perguntou chegando na porta.

- A Rafa está em trabalho de parto, vou ajudar ela aqui, liga pra Marcela pra mim.

- Tá bom, vou ligar. disse e saiu fechando a porta.

Gizelly já tinha se despido e entrado debaixo da água morna comigo, me encostei contra seu corpo deitando minha cabeça em seu ombro e ela começou um carinho na minha barriga.

Depois de uns 15 minutos ali, saímos e voltamos pro quarto.

- Marcela pediu pra você levar a Rafa pra clínica, ela tá lá. minha mãe disse chegando na porta.

- Vou só levar as bolsas no carro e volto pra te ajudar. Gi disse completamente nervosa e pegou a bolsa de maternidade de Miguel e minha e saiu.

- Ela vai infartar. minha mãe disse rindo.

- Eu que tenho que pedir pra ela ter calma, cadê a Sofia?

- Tá na sala vendo desenho.

Me levantei da cama e minha mãe veio me apoiar, seguimos até a sala.

- Mamãe. ela me chamou ficando em pé no sofá.

- Oi bebê. deixei um beijo em sua testa. - Você vai ficar aqui com a vovó tá bem? Seu irmãozinho vai nascer. falei e ela olhou minha barriga.

- Vamos? Gi chamou minha atenção chegando na sala.

- Vamos.

- Tchau meu amor. beijei minha filha outra vez.

- Tchau meu bebê, tchau sogra.

- Tchau, quando o Miguel nascer, me liga.

Nós duas seguimos até garagem e entramos no carro.

- Aai. senti uma contração mais intensa.

- Filho espera chegar na clínica primeiro pelo amor.

Só Gizelly mesmo pra me fazer rir numa hora dessas.

Chegamos na clínica e eu fui levada direto pra sala de parto, Marcela já me esperava com duas enfermeiras. Depois de fazer meu exame de toque, eu estava ainda com 2 centímetros de dilatação. Gizelly logo entrou vestida com a roupa da clínica.

...

A cada meia hora minhas contrações já estavam mais fortes e mais frequentes, Marcela fazia o toque em mim de minuto em minuto.

Já não sabia quantas horas estava ali naquela sala, minhas contrações duravam mais tempo agora entre dois e cinco minutos. Já não tinha mais forças pra nada. Gizelly estava puro nervos, mas ali do meu lado fazendo massagem nas minhas costas e me incentivando.

- 10 centímetros Rafa, vamos lá? Precisamos de você agora. Marcela disse calma.

Uma dor me atingiu na região da lombar, abdômen e região pélvica, uma dor intensa e profunda. Fiz força umas cinco vezes seguidas e desabei sobre a maca tentando regular minha respiração.

Até ouvir o chorinho de Miguel ecoar na sala.

...

Miguel veio aí mores. 🥺