Não, Marinette definitivamente não reconheceu Adrien quando viu o aluno transferido para o Françoise Dupont, na mesma turma que a dela, como o seu pedido de Natal.
E ela gostava amigavelmente de Adrien Agreste. Ele era gentil e amoroso com todo mundo. Eram de certa maneira próximos por terem amigos em comum. Sua melhor amiga Alya Césaire namorava Nino Lahiffe, melhor amigo do loiro de olhos verdes. Mesmo tão conectados pelos amigos que namoravam, Adrien e Marinette não eram amigos. Trocavam poucas palavras, mas todas as vezes eram educadas.
A Dupain-Cheng sempre foi tímida, era falante com os amigos de turma e com todas as pessoas próximas, mas se tornava uma menininha perto de terceiros desconhecidos. E o Agreste em questão, mesmo se tornando parte de sua classe há um ano e sendo amigo de seus amigos, ela o via diferente. Havia algo no garoto de olhos verdes divertidos que mexia com o âmago de Marinette. E definitivamente ela não estava disposta a descobrir o que era.
Adrien tinha uma personalidade brilhante, carismático, inteligente, sempre alegre e divertido, foi fácil fazer amizades com os novos colegas de turma. Menos com a garota de olhos azuis misteriosos que tanto lhe chamava atenção. As bochechas coradas, as quais deixavam as poucas sardas mais visíveis, o fazia sorrir sem motivo aparente. Ele não entendia o porquê da franco-chinesa parecer tão distante perto dele quando sempre havia sido legal com ela. Queria que ela fosse tão próxima dele quanto era de seus colegas de classe, porém se ela não quisesse se aproximar, não seria ele que insistiria.
Mas o loiro tinha um defeito, muito bem frisado por Marinette, ele adorava se meter em confusão. Não, ela não o achava um garoto problema. Definitivamente, ele não era. Porém o Agreste era impulsivo, sempre estava discutindo sobre aquilo que achava errado ou injusto, estava sempre defendendo os amigos com unhas e dentes. E aquilo o deixava na detenção ou até mesmo suspenso por dias sem ir à escola. Afinal, ele não media palavras ou atitudes para ajudar quem precisava. A Dupain-Cheng admirava aquela face da personalidade do rapaz, mas certamente a impulsividade das ações dele era uma dor de cabeça com a qual ela não queria lidar.
Infelizmente ela não teria escolha quanto a isso. O destino tinha outros planos para eles.
E tudo começou na estação congelante do inverno parisiense nos últimos dias de novembro, quando Adrien entrou em mais uma de suas habituais confusões.
Devidamente agasalhada, Marientte passou pelo portão da escola naquela segunda-feira trajando seu moletom rosa favorito, botas de frio de tom claro e uma touca rosada. Segurava as alças da mochila rosa que estava em suas costas, andando calmamente pelo pátio vazio do local, quando vozes alteradas chamaram atenção no mezanino do andar de cima perto das escadas.
- Quem você pensa que é, Agreste? Você se acha o herói de todo mundo, mas escuta uma coisa; essa escola é minha! Eu dou as ordens aqui. - Lila Rossi rosnava as palavras.
Definitivamente, Marinette a via como uma garota problema. Extremamente manipuladora e mentirosa. Filha de uma família abastada italiana, ela tinha tudo o que queria, inclusive a escola na palma das mãos. A Dupain-Cheng nunca tinha conversado com a Rossi, evitava qualquer tipo de interação, não queria inimigos no ambiente escolar que pudessem fazer de sua vida um inferno.
Ninguém se atrevia a mexer com a garota de olhos verdes raivosos e cabelos castanhos. Ninguém, menos Adrien Agreste. Ela admitia, não tinha a mesma coragem que o garoto possuía em bater de frente com quem quer que fosse por mais que parecesse certo. Marinette admirava muitíssimo sua vida escolar tranquila e pacata e detestava que a tirassem de sua zona de conforto.
- Você não manda nessa escola, Lila. Você é só mais uma garota mimada com mania de grandeza, só porque os pais têm dinheiro. Ninguém aqui é seu servo ou súdito. - a Dupain-Cheng pode perceber o quanto ele estava com raiva. A voz feroz e irritada e a tensão corporal que ele possuía deixou aquilo bem claro para ela. - Deixa EU te falar uma coisa; você não tem o direito de falar com a Rose do jeito que falou. Eu não tô nem aí se você não gosta do jeito dela. Mas o mínimo que você tem que fazer é respeitar e não tentar destratar e humilhar ela na frente de todo mundo. Isso não faz dela alguém inferior a você, mas faz você se tornar mais pobre de alma do que já é. - Adrien se virou para ir embora deixando a Rossi espantada.
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Santa Tell Me
FanfictionQuando Marinette faz um pedido de Natal ao Papai Noel ele lhe confidência algo, o qual a faz torcer para que seu desejo jamais se realizasse. O que ela não esperava era que o tal pedido se realizaria anos depois. Será que ela poderia evitar cair d...