- Sete; Christmas Gift -

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O dia naquela manhã de domingo parecia sombrio e triste para época de Natal na opinião de Marinette. Os enfeites sempre tão brilhantes pareciam sem graça. O mundo tão colorido perdeu cor.

E ela mal reparou no caminho que fazia andando sem rumo pelas ruas de Paris para espairecer. Estava de recesso, só voltaria a pôr os pés na escola daqui a duas semanas. Pelos menos teria dias de paz para colocar os pensamentos no lugar sem que a italiana a incomodasse.

E pensando nisso, ela se lembrou do que Adrien havia dito a dias atrás, quando ela o afastou;

"Você está errada. Lutar por você e com você nunca foi uma perda de tempo pra mim."

Ela entendeu aquilo como uma declaração. Adrien Agreste havia se declarado tão sinceramente para ela. E ele nem sequer tinha noção do poder das próprias palavras.

Sentiu o coração acelerar e lágrimas acumularem novamente em seus olhos. Não poderia ter sido mais injusta com ele, não quando tudo o que ele queria era protegê-la. Mas aquilo era o certo, não era? Por ela e por ele também. Lila não a deixaria em paz e continuaria importunando Adrien se ele continuasse a confrontá-la. Afastá-lo, foi a melhor maneira de protegê-lo daquela briga e de proteger a si, certo?!

Naquele momento, Marinette não tinha tanta certeza de sua resposta, quando reparou no caminho que fazia o mesmo caminho que a semanas antes ela e Adrien faziam para a cafeteira dos sonhos de infância do loiro.

Não, ela não queria fazer aquele caminho, seria doloroso demais. Deu meia volta quando uma voz chamou sua atenção.

- Olá, Marinette. - ela se virou em direção ao som.

A Dupain-Cheng enxergou mais à frente um trenó de Natal, onde um Papai Noel acenava solene.

- Você falou comigo? - ela se aproximou do senhor, apontando para si.

- Claro que sim, pelo que eu vejo não tem mais ninguém por aqui. Além do mais, você é a única aqui que se chama Marinette. - a garota olhou em volta.

Ela não havia reparado que as ruas estavam tão vazias. Mas como poderia? A véspera de Natal seria amanhã, como as ruelas de Paris não estavam lotadas de pessoas atrasadas para comprar presentes?!

Os olhos azuis de Marinette se abriram em curiosidade quando reparou que não havia falado seu nome.

- Como o senhor sabe meu nome? - o homem soltou uma risada.

- Você se esqueceu, Marinette? O Papai Noel sempre sabe o nome de todas as crianças. - a mentira revirou os olhos desgostando da brincadeira boba. - Foi a mesma coisa que te disse quando você tinha só oito anos. - as lembranças daquele dia novamente invadiram sua mente. - Tem certeza que você não se lembra de mim?

- Mas como pode? Vo-você tá exatamente igual a como eu me lembro. Que brincadeira é essa? - ela olhou ao redor procurando algo que revelasse que aquilo seria uma pegadinha.

- Não tem como envelhecer mais do que já estou velho, Marinette. - ele soltou uma risada divertida batendo na própria barriga que estufava os suspensórios da roupa vermelha. - Mas eu não estou aqui para discutir sobre isso. Eu quero saber; o seu pedido de Natal, você o conheceu, não foi?

Aquilo realmente não era uma brincadeira. Ela nunca havia falado sobre aquele pedido com mais ninguém além da mãe. E a progenitora jamais usaria aquela informação para pregar uma peça na filha. E ela se lembrava perfeitamente do rosto daquele Papai Noel, idêntico ao que estava em sua frente.

- Eu acho que sim. - pareceu repentinamente tímida ao se lembrar de Adrien.

- E você se arrepende de conhecê-lo? - o homem de vermelho tornou sua feição acolhedora.

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