#AmareloEAzul
Sol,
Talvez eu ainda não saiba medir o tamanho da sua grandeza, mesmo que você sempre diga que os nossos criadores a fizeram um anão. Mas uma coisa eu sei medir: a sua luz. E isso foi o mais alto que pude chegar para unidades de medida tão ultrapassadas.
Sei que pode soar clichê na minha pequena vista, porém tenho convicção que tu ainda não notou a sua influência na minha iluminação- ou na minha concepção de amor. Você foi mais que uma companheira no vasto lar que chamamos de céu, tu disseste quando eu iria parecer e como seria minha forma. Porém, não era como uma ditadura cruel, apenas existia sua gentileza em me moldar de forma tão pura.
Mesmo que o mundo me considere um símbolo do amor, eles nunca conseguiram entender que eu só descobri isso depois de encarar seus olhos pela primeira vez. Naquele momento em que o mundo não necessitava nos ver separados e você desceu. E talvez tenha escorregado até meu coração e se deitado no chão gelado de meu peito.
Os cabelos curtos emanavam luz por onde passava. As roupas de cetim que ondulavam com o vento, pareciam caber perfeitamente em teu corpo tão pequeno para tua grandeza. Eu era jovem demais, e talvez muito imaturo, para perceber que a forma que meu coração se encantou pelo seu não era comum. Você era puramente alegria, Sol, e pela primeira vez eu queria me banhar nessa felicidade genuína.
Teu toque, teu carinho e teu sorriso foram os meus combustíveis por todos os séculos que existimos ali. Anos que existirmos e nunca vivemos completamente.
Você tão distante, mas tão viva em cada parte de mim. Nossos momentos juntos, em que você corria em minha frente, rindo como se nossa existência dependesse disso, eu só queria escrever nossos poemas. O seu rosto junto ao meu, os seus lábios presos aos meus me deram mais rimas para nossa sentença. Me deram sonetos e sextetos de uma junção extraordinariamente nossa.
Eu nunca quis poemas melancólicos, Sol, mas quando você ia embora nas manhãs, eu sabia que só escreveria sobre o vazio que tu deixaste. Pois se apaixonar por você era fácil, tão fácil que achei que me encontrava em um sono profundo. Contudo, me despedir de tu era difícil, tão difícil que achei que era fogo tentando sobreviver a água.
Mas o sonho que tinha era leve e você me beijava docemente, enquanto sussurrava que eu era a melhor criação da vida. O sonho cheio de tons em que eu a tinha em meus braços e você se encaixava perfeitamente a mim. Porém, Sol, éramos opostos demais para que isso desse certo.
Não éramos perfeitamente imperfeitos. Só éramos imperfeitos e quando descobrimos isso, já havíamos criado um reflexo que mudaria todo o mundo. Então, nosso último beijo foi marcado pela saudade de algo que nunca viveríamos:
A eternidade juntos.
Com amor, Lua.
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Cartas para Sol • Tempo + Senhorita
Fanfiction[FINALIZADA] [a l i n h a] Antes de Park Jimin subir em uma colina e desejar a felicidade de seu querido ninguém; antes de Jeon Jungkook se excluir de quem era e ser jogado para uma dimensão inventada. Antes do planeta anão desejar ser visto e ou...