Cap 06
Um carro desgovernado corria em alta velocidade pelas ruas pobres da cidade. A revolta de quem dirigia era evidente, o qual estava o verdadeiro significado de puto. Sua vida tinha lhe pregado peças, e por causa delas ele estava na merda.
Mas fazer o quê? O jeito é seguir em frente, mesmo que o "em frente" signifique continuar se fudendo. E o que faltava pra si era um burguês de merda, que bateu em seu carro que já era velho e quebrado, e agora estava amassado também. "Eu estava na porra de um sinal, aquele arrombado que não sabia dirigir" pensava. Mas o "carcaça" foi demais. Podiam chamar o carro dele de tudo, menos de carcaça.
O loiro estava puto, porém a gota d'água foi quando ele foi ameaçado de ser preso. Deidara tinha acabado de sair da porra da penitenciária, nunca um cuzão como aquele burguês o colocaria lá de novo. Já estava ferrado o suficiente, desempregado, sem ter pra onde ir e sem dinheiro nem pra comer. O loiro realmente se questionava se voltar pra penitenciária seria tão ruim assim, já que pelo menos teria comida.
- Droga... - Sussurrava enquanto viu sua gasolina acabar perto de uma praia. - Mais é uma porra mesmo.
Deidara estava fudido e precisava de um emprego urgente. Antes ele trabalhava como psicólogo e tinha uma condição estável, até que em uma recaída de raiva espancou um paciente que insistia em querer o culpar pelo seu tratamento não está surtindo resultados. Mas como iria ter resultados se ele só tivesse começado há duas semanas?
Aí você pensa, "caramba ele deveria ter mais paciência já que ele era psicólogo e o seu paciente só estava ansioso". Porém ansiedade é uma coisa, agora, incomodar um pobre médico durante dias seguidos, incluindo a noite, é outro nível. O terapeuta que Deidara visitava para se acalmar tinha cancelado a consulta naquela semana, então tudo colaborou para o loiro perder a paciência. E por isso acabou passando seis anos preso, e nesse tempo foi perdendo tudo, inclusive seu emprego.
Nasceu em um bordel no Canadá, sua mãe trabalhava lá, porém essa já morreu. Ele não tinha sobrenome por nunca ter sido registrado nem pela sua mãe e muito menos pelo seu desconhecido pai. Foi criado lá até os 18 anos, quando sua mãe foi assassinada por um cliente chapado. Depois disso, Deidara passou em uma faculdade em New York, e aí sua vida profissional começou. Era um aluno com excelentes notas, isso além de que precisava trabalhar para se manter, então trabalhava meio período em uma boate como dançarino. Porém foi uma fase de sua vida que ele desejava que nunca tivesse acontecido, então assim que conseguiu seu primeiro emprego com sua formação, ele largou a boate. Trabalhou por anos como psicólogo para hoje está no buraco.
- É isso aí porra, você conseguiu universo... - Suspirou derrotado. - Você ganhou, conseguiu me fuder, então por favor me dê a porra de uma morte indolor. - Fechou os olhos rindo da própria desgraça. Ele estava falando sozinho.
Sentiu seus olhos arderem, era raro ele chorar, nem lembrava da última vez que aconteceu. Aproveitou que estava sozinho e permitiu que lágrimas caíssem, a vida nunca tinha sido fácil pra ele, mas dessa vez foi demais. Ele não demonstra nem sequer expressão triste no rosto, mas sim de raiva por que não era santo. Se a vida dele era uma bosta, ele tinha sua parcela de culpa, e sabia disso. Se ele pudesse se explodiria, e então acabaria tudo de uma vez, porém seu lado crítico não o deixava desistir.
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Juro não ser gay - Sasunaru (Narusasu)
RomanceNão são só meros olhos azuis ou um abdômen trincado que vai me fazer mudar de ideia, afinal esse filho da puta atrapalhou meu casamento, e é por isso que eu juro não ser gay. Plágio é crime. Não permito adaptações. Capa por Kook_sunshine.