Us boys we are so magical

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Ocitocina, ou oxitocina, um nonapeptídeo, produzido pelo hipotálamo e armazenado pela neurohipófise, pode ser liberado em diversas situações e tem entrada livre para todas as células do corpo, mais conhecido como hormônio do amor, vulgo Kim Taehyung.

Jimin suspirava baixinho ao contemplar o desenho em bond line da molécula no quadro. Todas aquelas ligações...cisteína, prolina, leucina...uma ponte dissulfeto... Tão complexo, tão bonito. Tão complicado, tão lindo. Tão cheio de detalhes, tão perfeito. Tão fácil de errar, tão certeiro.

Para Jimin, aquele desenho do hormônio era uma forma de descrever Taehyung, apenas de uma maneira não convencional.

Seu sorriso retangular lhe veio à cabeça. Sempre que iam se encontrar lhe dava uma flor, afastava a cadeira para que ele se sentasse, punha seu casaco sobre seus ombros ao anoitecer e bejava-lhe as costas das mãos ao se despedirem. E Taehyung sorria, e seus olhinhos brilhavam.

Ser um cavalheiro agradava ao seu namorado mais do que a qualquer garota em um namoro anterior, sem contar com as mais duronas que já o dispensavam daquele serviço logo na primeira semana.

Mesmo assim nada daquilo estava funcionando nos últimos dias. O mais novo lhe encarava emburrado já de longe, e ao perguntar gentilmente o que o estava chateando, pondo uma mecha do cabelo comprido para trás da orelha com carinho, a cara já hostil do outro só fechava ainda mais.

Tentou dar um presente para consolar Taehyung no que quer que fosse que o estressava e que não queria lhe contar, mas não deu muito certo. " Tá achando que eu sou barato desse jeito? Não tenta me comprar não, Park Jimin. " Foi como lhe agradeceu o vidro de perfume francês, exportado, caro. Ele havia sacrificado uma semana de almoço só para finalizar a compra. É claro que Taehyung não valia o preço do frete, nem do perfume, por mais caro que tenha sido, mas ele esperava tirar ao menos uma explicação do que estava se passando na cabeça do Kim.

Faziam três dias desde que viu o rapaz pela última vez. Estavam numa lanchonete, no centro do instituto de ciências, quando o estudante de artes cênicas suspirou pesaroso do nada.

— É sério, Tae, qual o problema, me fala.

— Meu problema é você, Jimin! — falou irritado, jogando o copo vazio de achocolatado em sua cara antes de sair soltando faíscas pelos pés a cada passo.

Pegou o celular. Todas as mensagens que mandava eram prontamente visualizadas e ignoradas, mas não ia desistir.

Taehyung tentava prestar atenção na aula. Tentava. Deslizava o grafite sobre a folha do caderno, anotando as falas mais importantes do professor, a fim de se concentrar, mas no final só acabou com riscos aleatórios que aos poucos iam se transformando em apenas uma palavra: Jimin.

Ah...Park Jimin...

Maldito, sem coração, puta gostoso, homão da porra, Park Jimin.

Seu celular sobre a mesa brilhou ao receber uma mensagem: "Jiminnie: Tae, fala comigo, por favor". Bloqueou o aparelho e o enfiou no bolso do casaco.

Passou as mãos nervosamente pelos cabelos. O que ele estava fazendo afinal? Estava a três dias dando um gelo ferrado no seu namorado, no seu príncipe, no amor da sua vida, mas nem sabia que resultado queria obter daquele jogo, afinal.

Desde que observava o Park de longe sabia que sofreria bastante com certos tipos de situações, caso chegasse a estar num relacionamento com ele, o que lhe parecia impossível, mas agora que estava acontecendo não estava sabendo lidar.

Controlar seus ciúmes já era extremamente complicado, e seu namorado, em compensação, além de irresistivelmente lindo era um lerdo que não tinha a menor autoconsciência do seu poder destrutivo.

I kissed a boy - VminOnde histórias criam vida. Descubra agora