Hard to resist

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— Jimin, me perdoa! — O outro pedia desculpas desesperadas, pelo telefone. — Me perdoa, me perdoa, me perdoa.

— Tudo bem, amor. — Realmente estava tudo bem. Não era como se fosse morrer só porque Taehyung não poderia ir recebê-lo no aeroporto no dia de seu retorno.

Taehyung era um ator e a peça seria naquele dia, e naquele horário estaria acontecendo o último ensaio. Estava tudo sob controle, ele iria do aeroporto pra casa, tiraria um cochilo e depois iria se arrumar e ir assistir à peça do namorado, depois se veriam, à noite. Nada mais normal, não é mesmo? Estavam esperando um pelo outro a meses, algumas horas não fariam tanta diferença.

— Sério, tudo bem. Não vou ficar chateado.

Há... Park Jimin... Não saia falando essas coisas, que é nesses momentos que a vida gosta de nos passar a perna na gente.

"Taehyung oppa! Já está pronto?"

Escutou a voz feminina ao fundo da chamada. Franziu o cenho.

— Sim, pode entrar. — Taehyung disse à pessoa.

" Oh my gosh!! Oppa, você está lindo!"

— Quem é Taehyung? — Sua respiração ficou descompassada. Entrou num estado de apreensão de repente.

— É minha colega do teatro. Aquela que eu te falei, com quem vou contracenar na peça. Estamos experimentando os figurinos, que ficaram prontos.

"Tá falando com seu namorado?! Deixa eu falar com ele!"

— Tá louca? Só quem fala com o Jimin sou eu!

"Namorado do TaeTae, fala pra ele parar de ser malvado assim."

A voz ficou mais próxima na linha. Ouviu Taehyung rindo.

— Ai! Você é pesada. Vai quebrar minha coluna.

Espera! Espera, espera, espera! Tinha entendido bem o que estava acontecendo do outro lado daquele telefonema? A garota tinha subido nas costas do Taehyung? Tipo, sério? Bom, pelo menos, eram apenas nessas situações que Taehyung chamava alguém de pesado e reclamava da coluna.

Deu uma desculpa para terminar a chamada e bloqueou o aparelho. Seu sangue subiu pra cabeça tão rápido. Que desagradável. Nunca na vida uma voz feminina lhe causara tamanha gastura.

Mas isso não foi o pior. O pior foi aquela sensação estranha de acidez na garganta que não sumiu um dia sequer nas últimas semanas da sua viagem.

Talvez estivesse com saudades de casa, foi o que pensou, porém, com o dia da apresentação do namorado se aproximando a situação só piorou. Ali então, no Teatro, faltando cinco minutos para a peça começar, não conseguia tirar a carranca do rosto. Por Zeus, por quê? Adorava ver a paixão da sua vida arrasando num palco, fazendo o que ele ama, então qual a dificuldade de aquietar o coração e colocar um sorriso no rosto?

— E ele fez muitos amigos aqui no teatro ultimamente. — Jungkook continuava explicando enquanto eles iam passando entre as filas de cadeiras vermelhas, procurando o lugar que tivessem melhor visão pro palco.

— É... Eu fiquei sabendo. — disse, pondo um tom artificialmente tranquilo na voz.

— No primeiro dia ele chorou tanto que pareceu que tinham jogado um balde d'água no meu ombro. —Fez uma pausa, se sentando em um banco aleatório e olhando para o palco, porém reprovou logo aquele ângulo e levantou. — Mas ele se adaptou logo. Acho que o hyung não é muito dado a depressões, então não demorou pra arrumar companhia por aqui no teatro mesmo. — Jimin continuou o seguindo, sem perceber o próprio lábio inferior projetado pra frente, num biquinho melancólico.

I kissed a boy - VminOnde histórias criam vida. Descubra agora