Capítulo 22 - Assumindo O Controle

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Robert pareceu ficar animado com os detalhes que eu acabei de dar sobre o dia em que eu beijei a nossa chefe. Óbvio que eu não iria contar que fizemos muito mais à alguns dias atrás. Mesmo de longe eu ainda sentia os olhares de Scarlett o que piorava tudo com Robert falando que ela queria repetir por ela ficar me encarando o tempo todo.

- Robert, você pode pelo menos disfarçar? Você fala e olha para ela. - Cruzei meus braços indignada.

- Por que eu deveria se nem ela tá disfarçando, querida? - Sorriu e bebeu mais um gole de sua taça. - Ela está te despindo com os olhos!

- Não exagere. - Revirei meus olhos, mas no fundo eu sabia que era isso mesmo que ela estava fazendo. - Scarlett deve estar incomodada de tanto olharmos para ela.

- Não se faça de ingênua, Addy, porque você... - Pegou outra taça com uma bebida azulada de uma bandeja de um dos garçons e me entregou. - não é. Você deveria assumir o controle da situação, é mais sexy... Agora sorria.

Robert fez sinal para que eu me virasse e por um momento pensei que Scarlett havia vindo até nós. Mas no lugar dela estava uma morena extremamente sorridente. Gal.

- Ah olha só você! Nossa, você está linda. - Se aproximou do meu rosto depositando um beijo demorado em minha bochecha que queimava feito brasa. - Ainda bem que eu salvei o seu emprego.

- Eu estava pensando nisso outro dia e... lembrei que não te agradeci o suficiente. - Sorri envergonhada.

Baixei meu olhar para a taça em minha mão, mas logo senti uma mão em meu queixo. Gal levantou meu rosto para que eu olhasse para ela. Seu sorriso perfeito estampado em seu rosto também perfeito. Com isso pude dar uma boa olhada na mulher em minha frente. Ela usava um vestido longo da cor verde musgo, em seu lado direito havia uma venda que mostrava sua perna extremamente bronzeada.

- Eu aceito um jantar como agradecimento. - Sorriu.

Ela estava tão perto de mim que fiquei ainda mais nervosa que acabei tropeçando em meus próprios pés quando fui me afastar. Gal soltou uma pequena risada agradável.  Merda, eu sou tão idiota!

- É bom que eu tenha te encontrado, porque meu editor do The New York Time está aqui e eu podia... te apresentar para ele. Você me enviou os seus trabalhos para eu ler, lembra? Confesso que eu não li todos, porque eram muitos, mas os que eu li... são ótimos - Falou. Mordi meu lábio tentando esconder um sorriso.

- Eu adoraria. - Me permiti sorrir até minhas bochechas doerem.

- Pretende roubar a Addy de mim, Gadot? - A voz de Scarlett soou atrás de mim me causando arrepios. E pelo seu tom de voz, sua cara não deve ser das mais simpáticas.

Permaneci travada em meu lugar sentindo a tensão entre as duas. Scarlett rapidamente me deu uma olhada dura antes de voltar seu olhar para Gal, ambas estavam com sorrisos forçados em seus rostos, com uma diferença da Gal, que parecia mais um sorriso provocador.

- Bom, se a Addy quiser, eu a raptaria aqui e agora.- Sorriu piscando para mim.

- Ela não quer. - Scarlett respondeu rapidamente, o seu sorriso sarcástico nunca deixando o seu rosto lindo.

- Não quero? - Perguntei franzindo o cenho. Gal deu uma leve risada enquanto Scarlett me lançou um olhar furioso. Quem ela pensa que é? - Senhoritas, se me derem licença, preciso de um ar puro, aqui tá muito pesado.

Bebi o resto do líquido em minha taça sentindo o álcool queimar em minha garganta e deixei ela com um garçom que estava passando por nós.

Sai do salão sendo saudada por uma leve brisa. Caminhei pelo jardim passando por alguns grupos de pessoas que conversavam animadamente.

O céu estava limpo e completamente estrelado, era lua cheia, o que atraia toda a atenção para ela que estava extremamente brilhante e amarela. Me permiti sentar em um banco de madeira no jardim e ficar observando o céu.

Scarlett ficou com ciúmes, certo? A questão é: ela não deveria. Talvez Robert tivesse razão, eu deveria começar a tomar o controle.

Bufei voltando a andar pelo jardim. Comecei a ir em direção ao chafariz. Senti meu braço ser agarrado com força me forçando a parar. Olhei irritada para a pessoa que fez isso e é claro que seria ela.

- O que foi? - Perguntei impaciente cruzando meus braços sobre o peito fazendo-os ficarem um pouco exprimidos atraindo o olhar de Scarlett para o meu decote.

- O que você pensa que está fazendo? - Perguntou séria voltando o seu olhar para os meus.

- Acho que quem deveria fazer essa pergunta sou eu. - Respondi ríspida. - Qual foi daquela ceninha?

- Ceninha? Foi você quem ficou tentando me fazer ficar com ciúmes. - Revirou os olhos.

- Eu não fiz nada, estávamos apenas conversando, ela iria me apresentar para o seu editor.

-Você é minha funcionária. - Explodiu. Alguns olhares se voltaram para nós me deixando ainda mais constrangida e com raiva.

Chamei sutilmente Scarlett para o outro lado do jardim onde não havia ninguém por perto.

- Exatamente, sou sua funcionária. - Falei baixo, mesmo meu tom saindo extremamente zangado. - Não sua propriedade. No dia em que você me contratou, eu disse o que eu vim fazer aqui em Nova York e que eu só precisava de uma oportunidade. E agora essa oportunidade está lá dentro e você está aí agindo de forma ciumenta.

- Não estou sendo ciumenta. - Scarlett respondeu na defensiva. A encarei com tédio.

- Sim você está e eu sei que essa ceninha aí não se trata sobre trabalho e sim sobre mim. - Falei convicta. Scarlett ameaçou negar, mas continuei. - Não adianta negar, porque eu sei que você me deseja, então seja uma boa mulher e volte lá para dentro e sorria para os seus convidados.

- Não me teste, garota. - Falou entre dentes, com as poucas luzes do jardim eu pude ver uma pequena veia solitária saltar em seu pescoço. Eu estava cutucando a onça com vara curta e eu confesso que estou amando. Se ela pensa que vou ser sua submissa, ela está enganada.

- Ou o que? Vai me amarrar em sua cama e não vai me deixar gozar? - Perguntei me aproximando do corpo tenso da mais velha. Era esse o efeito que eu queria. - Talvez EU não deixe você gozar, querida.

Depositei um pequeno beijo perto de sua orelha. Ela ficou arrepiada com o meu ato. Me virei para sair dali com um sorriso de lado em meu rosto.

- Parece que o jogo virou, não é mesmo, Johansson? - Falei para mim mesma enquanto sorria satisfeita.

Virei minha cabeça para dar uma última olhada para a minha chefe. A loira estava me encarando com o seu lábio inferior entre os dentes e o olhar transbordando luxúria.

Então ela gosta de perder o controle.

O Diabo Veste PradaOnde histórias criam vida. Descubra agora