Capítulo 1

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⊹ ────⊱ Castiel ⊰──── ⊹

Me despedia do meus pais no automático, pra falar a verdade depois do que eu fiz eu vivia no automático. Depois que vomitei e contei tudo que aconteceu pros meus pais eles agiram rápidos, minha família tinha uma boa influência na cidade e conhecia às pessoas certas.

Bastaram apenas algumas trocas de palavras e eu me livrei da cadeia, porém recebi algo pior.

Meus pais sempre foram bastantes religiosos e o sonho deles era que eu fosse um homem de Deus, e eles não perderam a oportunidade. O trato foi que eu não ia pra cadeia mas teria que ir pro seminário e futuramente me tornar um padre.

Eu fui contra imediatamente, mas claro que eu não tinha o poder de decisão ali e é por isso que nesse exato momento eu estou me despedindo dos meus pais porque o ônibus que vai me levar já está na porta me esperando.

— Boa sorte meu filho, que Deus te proteja. - Mamãe fala me abraçando.

— Até algum dia. - Digo e vou até meu pai e me despeço rápido.

Entro no ônibus e suspiro pesado, minha vida vai ser uma merda.

⊹ ────⊱ Dean ⊰──── ⊹

Com a notícia que um novo rapaz chegaria pra integrar o seminário eu quase não parei pra respirar pra deixar tudo organizado.

Além de ele chegar atrasado ainda tinha o fardo que ele carregava, um assassinato. Fico surpreso por ele ser aceito aqui, mas não vou questionar.

Quando termino de arrumar os últimos detalhes vou para o portão esperá-lo, que Deus me ajude a lidar com ele.

⊹ ────⊱ Castiel ⊰──── ⊹

O ônibus para e peço mentalmente para eu me controlar e não surtar no primeiro dia, desço do ônibus e vou em direção a um grande portão que fica do lado de uma enorme igreja.

Assim que chego no portão vejo uma figura de tirar o fôlego: alto, louro, olhos verdes e uma boca pecaminosa, Deus isso vai ser uma tortura.

— Boa tarde, você deve ser Castiel Novak certo? - Ele pergunta.

— Sim, sou eu. - Respondo.

— Bem vindo Castiel, me chamo Dean Winchester e serei seu tutor. - Ele fala e sorri minimamente.

-— Obrigado. - Digo apenas e o sigo quando ele começa a andar.

— Vou te dizer as regras básicas, acordamos às 7 e seguimos pro refeitório para o desjejum, depois temos aulas sobre escrituras da Bíblia, às 12 é o almoço e a tarde temos aulas sobre Deus e a preparação para se tornar padre, às 18h é o jantar e às 21h é hora de dormir. - Ele fala sem dá uma pausa.

Muita coisa pra processar.

— Hm - Resmungo sem saber o que dizer.

Caminhamos por um corredor largo, até ele parar em frente de uma porta.

— Aqui vai ser seu quarto, geralmente os quartos são divididos mas como você chegou um pouco atrasado você ficará sozinho. - Ele diz.

Obrigado por isso, falo mentalmente.

Entro no quarto e observo, é um espaço pequeno mais confortável, tem uma cama, uma cômoda e um pequeno armário do lado e uma porta que suponho que seja o banheiro.

— Obrigado. - Digo.

— Você não precisa ir às aulas hoje, tire o tempo pra arrumar suas coisas e poder conhecer o lugar. - Ele diz.

Aceno com a cabeça.

— Alguma dúvida? - Dean pergunta.

— Não, está tudo bem. - Respondo.

— Então eu preciso ir, qualquer coisa pode me procurar. - Ele fala e sai.

Me jogo na cama e começo a me amaldiçoar, eu deveria ter escondido o corpo e ter seguido minha vida normalmente.

Me levanto e tiro minhas coisas da mochila e começo a organizar tudo, sinto falta do meu celular e dos meus amigos, sinto falta da minha vida.

Depois de tudo arrumado saio do meu quarto e vou dá uma olhada por aí, é um lugar bem grande e triste não tem uma cor.

Vejo vários garotos e me pergunto o que os trouxe até aqui, é deprimente.
Conheço boa parte dos cômodos, vejo o Winchester de longe e paro o observando, ele é jovem deve ser no máximo uns 2 ou 3 anos mais velho que eu.

O que será o que trouxe aqui? Ele veio por vontade própria ou ele matou alguém também?

Várias e várias perguntas me vêem a cabeça e bufo frustrado, decido voltar pro meu quarto e tomo um banho demorado.

Depois passo o tempo desenhando alguns cômodos daquele lugar e certos olhos verdes. Às horas se passam e logo escuto um barulho tipo uma sirene, olho no relógio e vejo que são 18 horas deve ser o anúncio do jantar. Saio do quarto e sigo alguns garotos até chegar no refeitório, vou até a fila e pego uma bandeja e vou me servir. Me sento em uma mesa afastada e como em silêncio, assim que termino saio dali e vou pro meu quarto.

Fico deitado olhando pro teto por um bom tempo, até que escuto batidas na porta.

Me levanto e abro a porta me deparando com o Winchester.

— Desculpa o incômodo, só vim te entregar as vestes que você terá que usar a partir de hoje. - Ele diz.

Agradeço e pego as roupas de suas mãos e observo, são camisas e calças pretas noto que falta o detalhe branco que os padres usam na camisa.

— Porque eu não ganhei esse troço branco que vocês usam no pescoço? - Pergunto.

— Só quem usam são padres. - Ele diz.

— Você já fez seus votos? - Pergunto.

— Sim. - Ele diz.

— Porque você não entra pra gente conversar um pouco? - Peço.

— Não me parece uma boa ideia. - Ele diz.

— Qual é, eu não mordo. - Digo.

Ele parece pensar um pouco e entra.

— Quantos anos você tem? - Pergunto.

— É algum tipo de interrogatório? - Ele brinca.

— Só estou entediado. - Digo.

— Eu tenho 22 anos. - Responde.

— Eu tenho 20, porque você quis ser padre? - Pergunto.

— Porque foi uma promessa da minha mãe, ela não conseguia ter filhos e ela prometeu que se tivesse um, ele seria padre. - Dá de ombros.

— Então você tá aqui obrigado? - Falo.

— Não, eu gosto de ser padre. - Ele diz.

Fico alguns minutos parado olhando pra ele, como alguém gostaria disso?

— Mas você nunca quis ser outra coisa, sei lá, namorar talvez? - Pergunto.

— Estou feliz com que eu tenho e nenhum prazer da carne vai superar isso. - Ele diz.

— Quem fala prazer da carne? - Começo a rir, ele parece um idoso.

Ele fecha a cara e se levanta. Paro de rir e seguro sua mão impedindo que ele saia.

Seus olhos vão até nossas mãos unidas e de volta pro meu rosto, sinto um formigamento na pele.

— Desculpe. - Digo.

Ele solta nossas mãos e pigarra.

— Preciso ir. - Ele diz apenas e sai dali rapidamente.

Me jogo na cama exasperado. Porque ele tinha quer ser tão gostoso?

A poison called sin - DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora