𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 5

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É de manhã, eu acordo com os sons dos sabiás e dos curiós que cantam ao redor de nossa audeia, mesmo sendo cedo todos já estavam de pé, embora eu já vivia aqui há seis anos eu não me acostumei com os horários, já que em Saturno um dia durava apenas dez horas e quarenta e dois minutos; contudo minha rotina aqui era muito agradável, logo após eu acordar eu e meus amigos saíamos para caçar, mais era apenas para nos divertirmos, pios todos os animais que pegávamos, agente soltava novamente na natureza.

O canto do uirapuru ecoa na floresta em que estamos, Ravi se abaixa e faz um sinal para nós abaixarmos também, avistamos a presa em que Ravi fixava os olhos, nós nos movia lentamente circulando o animal que cavava um buraco na terra, Stela pisa em um galho seco fazendo o bicho correr, antes que pudéssemos raciocinar, o animal já estava longe daquele local.

-O que é que esse galho estava fazendo aqui? - Stela fala com riso.

Logo todos nós caímos na gargalhada.

-Eu acho que hoje agente não vai pegar nada mesmo! -Artur diz desesperançoso.

-Tenho que concordar- Ravi se levanta - Hoje a flora está diferente!

E realmente estava, apenas alguns passarinhos cantava, e não havia nenhum movimento na floresta, tinha algo muito estranho alí.

-Vamos voltar então? - indago na esperança de tentarmos caçar mais uma vez.

-Sim! - Stela fala ainda pensando no desastre do galho.

Ravi e Artur concordam, e então seguimos o caminho de volta para a casa.

Chegamos perto de nossa audeia e avistamos carruagens e cavalheiros em volta, uma sensação estranha percorre todo meu corpo assim que percebo que é a guarda Real do meu pai.

Estava explicado porque a floresta estava diferente hoje, a presença de estranhos a afetava.

Minhas mãos gelam, minhas pernas perdem as forças, minha boca seca, meus pulmões exigem mais ar que o normal. Perguntas circulam toda minha cabeça; o que eles estão fazendo aqui? Porque eles viriam depois de tanto tempo? Meu pai está aqui também?

A cada passo que eu dava para me aproximar da minha casa meu estômago virava com mais intensidade.

-Sabe quem são eles? - Stela pergunta com uma sobrancelha levantada

Eu queria responder mais as palavras não saíram da minha boca, eu estava tão preocupada que mal consegui assentir.

Mesmo distante consigo reconhecer meu tio, que assim que me vê abre um sorriso enorme. Aquele sorriso me dizia que não havia nada demais, embora eu ainda estava preocupada apressei meus passos em direção ao comandante que acabara se sorrir para mim.

Abraço meu tio com muita força, procuro meu pai e não encontro, apesar disso me aliviar me deixa mais preocupada.

Antes que eu dissesse uma palavra meu tio olha em meus olhos e me diz:

- infelizmente seu pai infartou e veio a falecer, você precisa voltar para assumir o trono.

A voz dele era fraca e seus olhos só conseguiram olhar nos meus após ele terminar a frase

As palavras dele foram mais violentas que uma flecha acertando um alvo, ele me dá outro abraço assim que a primera lágrima rola sobre minha bochecha.

Eu realmente não estava preparada para aquela notícia, ou pior, não estava preparada para tomar uma decisão a respeito disso.
Eu volto, assumo o trono de meu pai e finalmente mudo a história do meu povo, ou eu continuo aqui com minha família que me ajudou no momento mais difícil da minha vida?

A Guerreira de SaturnoOnde histórias criam vida. Descubra agora