Capítulo 2

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Oi, pessoal! Tudo bem com vocês? O capítulo de hoje é curto, nele irão conhecer a nossa protagonista feminina, Cristal. Na quinta-feira teremos mais! 

Beijos e boa leitura!

Renata R. Corrêa.


Capítulo 2


Cristal


Mal conseguia acreditar que estava mesmo segurando meu diploma nas mãos. Os cinco anos da faculdade de Veterinária passaram mais rápido do que poderia imaginar. Lembrava de quando cheguei a Belo Horizonte, da primeira vez que estive no campus da UFMG, da ansiedade, do medo, da saudade de casa.

Ao longo daqueles anos, além de estudar e aprender muitas coisas, fiz amizades que desejava levar para a vida toda. Kaline, com quem passei a dividir o apartamento algum tempo depois, era uma dessas pessoas. Negra de olhosverdes, ela era linda, por dentro e por fora. Fisicamente, parecia muito acantora Rihanna. Assim como eu, ela pretendia ir embora, para cuidar da fazenda da família. Apesar da tristeza da despedida, estava feliz.

Lá em casa a alegria foi em dobro: eu me formei em julho e Ravi, meu irmão caçula, que tinha passado para Agronomia no início do ano, também na UFMG, via SISU, entraria em agosto na Universidade. Como nosso pai comprara o apartamento em que eu morava, meu irmão o ocuparia em breve.

— Tem certeza de que não está esquecendo nada? — perguntei para Kaline.

— Tenho sim, amiga. Vem cá, me dá um abraço. — Puxou-me para si. — Sentirei muito a sua falta.

— Eu também. — A voz saiu embargada pela emoção. — Não quero perder o contato com você, viu? Vamos continuar nos falando sempre que possível e quando tiver uma folguinha, apareça para me visitar.

— Pode deixar. Você também sempre será bem-vinda, apareça quando puder.

Assim que o abraço terminou, ficamos sorrindo uma para a outra com olhos rasos d'água.

— Foram anos incríveis, né? — Suspirei, saudosa.

— Foram sim. Por falar nisso, se despediu de Jeferson?

— Sim, ele esteve aqui mais cedo, quando você saiu para resolver suas coisas.

— E como foi?

— Triste, mas mais fácil do que imaginei... sei lá. Sempre nos demos bem, contudo ele não era o grande amor da minha vida, entende? — Franzi o nariz.

Ela assentiu.

Comecei a namorar Jeferson, nosso colega de turma, no segundo semestre. Foi com ele que perdi a virgindade. Ao longo dos anos terminamos, tive outros relacionamentos que não duraram, reatamos, mas nunca

— E você e o Paulo? — perguntei pelo namorado dela.

— Estava com ele antes de vir para cá. Decidimos tentar levar o namoro a distância.

— Vocês formam um lindo casal, vou torcer para que encontrem uma maneira de ficarem juntos.

— Obrigada, amiga. Te amo, sabia?

— Eu também te amo! — Dei outro abraço nela.

— Já vou. Paulo vem me buscar para me levar à rodoviária.

— Está bem. Boa viagem, querida, sucesso nessa nova fase da sua vida!

Acompanhei minha amiga até a porta e depois que a tranquei, retornei para a sala, com o intuito de terminar de fechar algumas caixas. Ao organizar o conteúdo da última, um velho álbum de fotografias escorregou por entre dois livros, chamando-me a atenção. Nem lembrava mais dele.

Nos laços do amor (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora