Capítulo 6

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Oi, amores! Como vocês estão? Como passaram o Natal? 

Ontem não consegui postar, mas aqui está o próximo capítulo. Boa leitura! Ao final, me contem nos comentários o que acharam e votem marcando a estrelinha.

Beijos,

Renata R. Corrêa.



Capítulo 6

Chicão


Rever Cristal naquele momento de tanta aflição e poder conversar com ela como costumávamos fazer antigamente foi como chegar em casa depois de uma longa e árdua caminhada.

Cheguei a perder a noção do tempo enquanto conversávamos naquela lanchonete. Quando notei seus sinais de cansaço, como a lentidão ao piscar, e a fala um pouco mais arrastada, chamei-a para me acompanhar até o posto de informações da UTI, em busca de notícias sobre meu pai, para que pudéssemos então retornar à fazenda.

Seguimos lado a lado pelo corredor branco que cheirava a medicamentos.

— Disseram quando seu Tonho deve ter alta? — ela perguntou, virando o rosto para mim, precisando erguer o queixo para que nossos olhares se encontrassem. Cristal estava mais alta do que me recordava, porém continuava bem menor que meus 1,80m.

— O cardiologista explicou que, se tudo correr bem, deve ir para o quarto amanhã e só no dia seguinte o liberarão para casa.

— Vai dar tudo certo. — Segurou minha mão e a apertou, como se quisesse passar confiança. O toque macio e quente me acalentou.

Concordei com a cabeça e esbocei um sorriso.

— É ali. — Sinalizei o local aonde deveríamos ir.

Poucos passos a seguir, paramos de frente a uma atendente de meia idade, vestida com um uniforme do hospital.

— Boa noite! — cumprimentei tentando controlar o medo. — Meu nome é Francisco, sou filho do paciente Antônio da Anunciação Silva. Gostaria de saber como ele está.

— Boa noite. Já vou verificar aqui no sistema as últimas informações médicas e da equipe de enfermagem, só um instante, por favor.

Assenti, tamborilando os dedos sobre a bancada de granito que nos separava.

Cristal se aproximou e acariciou minhas costas, subindo e descendo a mão. O gesto falou mais do que palavrasVirei o rosto para ela e agradeci com um aceno de cabeça.

— Prontinho, já verifiquei aqui. O senhor Antônio está com os dados vitais estáveis, ou seja, passa bem, dormindo no momento. Como não poderão mais vê-lo por hoje, aconselho que vão para casa, descansem e retornem amanhã. Se houver necessidade, entraremos em contato, mas podem ir em paz. — A voz calma e o sorriso tranquilizador surtiram efeito, amenizando meu nervosismo.

— Está certo, faremos isso. Muito obrigado — agradeci com o mesmo tom gentil que ela usou comigo.

— Vamos? — Cristal chamou.

— Vamos, você já deve estar louca pra chegar à fazenda, né?! — Passei o braço sobre os ombros dela.

— Ficaria a noite toda aqui acordada te fazendo companhia se fosse necessário, mesmo cansada. Só que como a funcionária disse, seu pai está bem e não poderemos fazer nada por ele, então é melhor irmos. Você também precisa descansar, está bem abatido.

— Obrigado. — Puxei-a para mais junto de mim, em um abraço de lado.

— Você está me esmagando — resmungou, mas na hora soube que apenas fazia graça.

Nos laços do amor (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora