Oi, amores! Como vocês estão? Gostando da história? Me contem nos comentários o que estão achando da leitura, vou adorar saber!
Desejo um feliz Ano Novo, repleto de saúde, paz, amor, alegrias e realizações!
Beijos,
Renata R. Corrêa.
Capítulo 7
Cristal
— Como foi, filha? Alguma novidade sobre o quadro de Tonho? — mamãe perguntou logo que entrei em casa.
— Antes de sairmos do hospital, nos informaram que ele passava bem, continuava estável. Se Deus quiser vai ter sido só um susto! — Aproximei-me dela e beijei seu rosto. — Cadê o pai e Ravi?
— Dionísio já foi deitar, cansado por conta da viagem. E seu irmão deve estar no quarto.
— Realmente dirigir até BH e retornar no mesmo dia é bem cansativo, fora a ida ao hospital. — Sentei no sofá ao lado dela.
— Está com fome, meu amor? Fiz janta, se quiser, esquento pra você.
— Quero não, mãezinha, obrigada. Comi um lanche com Chicão por lá mesmo. E se fosse jantar, eu mesma esquentava, viu? — Aconcheguei a cabeça no colo dela, que afagou meu cabelo, em um carinho gosto e reconfortante.
— É tão bom te ter de volta! Você fazia muita falta.
— Também estou muito contente com meu retorno, a saudade disso aqui tudo era grande demais. Sabe aquela sensação de pertencer a um lugar, mãe? Eu gostava da capital, mas sou do mato, aqui é meu lar.
— Sei bem como é, filha. Também nunca me imaginei morando fora da fazenda. — Ergui os olhos para encará-la e sorrimos cúmplices. — Quer ajuda para organizar suas coisas?
— Não, obrigada. Vou só passar pra falar com Ravi e depois tomar um banho e me deitar, amanhã mexo com isso. — Levantei e dei outro beijo nela. — Boa noite!
— Boa noite, meu amor!
***
Fui até o quarto do meu irmão e bati de leve na porta.
— Pode entrar.
— Oi, pirralho! — Entrei já implicando com ele. — Não vem me dar um abraço?
Assim que voltou sua atenção para mim, sorri. A cada dia que passava, Ravi ficava mais parecido com nosso pai, fisicamente, os olhos esverdeados dos dois eram penetrantes e tinham um ar enigmático. A pele morena-claro era do mesmo tom e os cabelos castanhos ondulados exibiam um corte curto bem semelhante.
— Oi, mana! Como você está? — Levantou-se apressado e caminhou em minha direção. Ao me alcançar, deu-me um abraço apertado, suspendendo meu corpo. — Que saudade!
— Eu também de você! O que estava fazendo? — perguntei assim que ele me devolveu ao chão.
— Jogando no computador, nada de mais. Como foi lá no hospital? Seu Tonho está bem?
— Sim, deve receber alta para o quarto amanhã.
— Ele sempre foi tão forte, dava pena ver o seu estado ultimamente, parecia cansado o tempo todo.
— Agora com o marcapasso deve melhorar.
— Será que vai conseguir voltar a trabalhar?
— Não sei, mano. É provável que necessite de repouso por algumas semanas, mas desejo que se recupere e consiga retornar às suas atividades.
— Ele parece amar o que faz, né?
— Parece mesmo! Cuida de tudo aqui como se fosse dele. Agora, mudando de assunto, e você, animado pra partir? Para morar na cidade grande?
— Já não vejo a hora! Dizem que a faculdade é a melhor época da vida. Aliás, você achou isso? Senta aí! — Apontou um pufe de frente a cadeira em que estava e voltou a ocupá-la.
— Posso ser bem franca? — Sentei no local indicado
— Ah, maninha, não vá me dizer que não curtiu morar sozinha, frequentar festas maneiras, sair e voltar a hora que quiser, sem ter ninguém te controlando.
Sorri, achando graça do jeito empolgado dele em relação ao que o aguardava, e ao mesmo tempo inconformado com o que eu disse.
— Não é isso, seu bobo! Estaria mentindo se dissesse que não gostei de ter liberdade e oportunidades que não temos por aqui, mas é que eu sentia muita falta da vida no campo, entende?
Ele meneou a cabeça, parecendo refletir sobre o que falei.
— De longe, a minha melhor época foi a infância! — Suspirei, saudosa.
— Por falar em infância, como foi rever Chicão? Nas poucas vezes que ele voltou por aqui, dizem que não parava de perguntar por você.
— Foi muito bom reencontrá-lo, mesmo que em um momento delicado. Senti que por mais que tenhamos seguido rumos diferentes, de certa forma ainda somos os mesmos um com o outro. Aquela velha amizade continua igual.
— Fico feliz! Nunca vi um garoto e uma garota tão amigos quanto vocês eram. Só por curiosidade, nunca rolou nada?
— Como assim? — Franzi o cenho, confusa.
— Um romance, um flerte, um beijo, sei lá, essas coisas que costumam acontecer entre um homem e uma mulher. — Encarou-me em expectativa, com olhos arregalados.
— Ei, claro que não! Eu tinha só treze anos quando Chicão foi embora, nem sabia o que era namorar.
— Sei...
— Deixa de bobagens, moleque! Está é precisando arrumar uma namorada para apagar esse seu fogo e acalmar a imaginação fértil!
— Espero arrumar algumas por lá! — Deu uma piscadela safada, fazendo-me rir.
Meu irmão era sempre divertido daquele jeito e ainda não tinha amadurecido o suficiente para querer levar a vida a sério, só pensava em curtição. Tudo tinha seu tempo, o dele chegaria mais cedo ou mais tarde.
— Bem, só passei pra te ver, estava com saudade. Vou pro meu quarto, quero tomar um banho e descansar. — Levantei e me aproximei para beijar a testa dele.
— Vai lá, mana! Boa noite e até amanhã!
— Boa noite!
***
Enquanto a água morna caía relaxando meu corpo cansado, fiquei pensando no que Ravi falou. Eu nunca tinha visto Chicão de outra forma, além disso sempre fora como um irmão para mim, contudo ele estava mais maduro, másculo, atraente, e eu já não era mais aquela garotinha inocente. Fechei os olhos e a imagem do seu sorriso invadiu meus pensamentos.
Foi tão gostoso andar abraçada a ele e nossa conversa fluiu como se nunca tivéssemos nos afastado. Acho que nunca me senti tão bem ao lado de outro homem. Suspirei, mexida, confusa, mas inegavelmente feliz por tê-lo reencontrado, por estarmos perto outra vez, depois de tanto tempo.
Quando terminei o banho, encarei-me no espelho, sem conseguir me livrar daquela inquietação que as recordações trouxeram.
Onde estou com a cabeça, meu Deus? Somos apenas amigos que não se viam há dez anos, saudosos e curiosos a respeito do rumo que a vida um do outro tomou. Tentei me convencer e tratei logo de deitar. Uma boa noite de sono me traria o juízo de volta. Assim eu esperava.
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Nos laços do amor (DEGUSTAÇÃO)
RomansaFrancisco, mais conhecido como Chicão, é um jovem obstinado que se tornou um famoso peão de rodeios. Prestes a encerrar a carreira, ele almeja se consagrar conquistando uma importante vitória em um grande campeonato e, assim, voltar para a sua terra...