A senha é uma brincadeira de criança

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Como vão, lagartas astronautas?

Boa leitura ;)

☆°◇•☆°◇

– Astória... – Daphne chamou entrando no quarto da mais velha

A morena estava sentada em frente à penteadeira com o olhar perdido enquanto uma lágrima escorria bochecha abaixo, estava a anos prendendo as lágrimas dentro de si

A loira pegou a escova de cabelo e começou a pentear as mechas morenas da irmã mais velha, lembrava que a antiga criada fazia isso com as meninas quando estavam tristes

– Por que eles tentam controlar a minha vida? – Astória perguntou, Daphne não respondeu pois sabia que a pergunta era da morena para si mesma

Continuou penteando as lisas madeixas da garota que ainda chorava silenciosamente e vezes ou outra murmurava coisas desconexas para si mesma

– Por que sempre nos tratamos tão formalmente? – A mais velha finalmente perguntou algo que lhe incomodava a tanto tempo, mas que jamais teve coragem de perguntar

– Nunca fomos permitidas nos chamar de forma carinhosa – Respondeu simples e triste, mas sem deixar de mexer nos cabelos lisos

Astória se virou para a loira, o olhar firme e quebrado, os olhos inchados e vermelhos pelas lágrimas antes derramadas

– Não vou deixar controlarem mais a MINHA vida – Enfatizou o pronome possessivo, se levantou e abraçou a mais nova

O primeiro abraço das duas

Sem jeito a loira passou os braços ao redor do corpo da outra, apoiando o queixo no ombro da de azul

A de cabelo solto se afastou da irmã sorrindo, encostou a testa na da outra, entrelaçou seus dedos e olhou o sorriso surgir no rosto angelical da mais nova

– Minha irmãzinha – Astória falou sem se afastar – Minha Daph

– Minha Tori – Daphne correspondeu a demonstração de afeto nova
 
Astória sorriu com a ideia que teve, elas seriam felizes nem que para isso tivessem que passar pelos progenitores

– Vamos fugir – Declarou soltando as mãos da loira

– O que? –  A mais velha começou a arrumar algumas roupas em bolsas – Tori... mas e Draco?

Astória parou com o vestido na mão, havia-se esquecido do loiro

– Ele já fugiu, não? – Sorriu triste sendo retribuída pela de vermelho

Daphne se aproximou e pegou o vestido das mãos da morena o colocando na bolsa

Fugiriam naquela noite e nada nem ninguém as impediria

☆–☆–☆–☆

– Meus pais gostariam de te conhecer – O loiro divagou analisando o noivo, tirando o fato de estar morto era tudo que seus pais desejavam como genro

– Então vamos, quero conhecê-los – Harry falou animado, tomava cuidado ao descer as escadas sem tropeçar e não acordar Minerva que dormia calmamente em seus braços – Onde estão enterrados?

– Am... – Draco franziu o cenho em desconforto

– Oh – O moreno disse entendendo – Eles estão vivos. Desculpe – Pediu ao sentir um braço rodear-lhe a cintura

– Não precisa se desculpar – O mais alto murmurou sentindo seu noivo deitar o rosto em seu ombro ainda andando

– Então temos que dar um jeito de ir lá em cima – O moreno listou mudando a rota e saindo do meio abraço – Veremos Albus Dumbledore

Andaram pela cidade dos mortos encontrando Lupin e Bellatrix no caminho, a última tendo o nome descoberto por Draco ao perguntar para seu noivo

Subiram uma torre gasta e com risco de cair a cada lufada de vento, os degraus rangendo e estalando, alguns deles não existiam mais

– Professor Dumbledore? – O de branco chamou soltando a gata e andando entre as pilhas de livros e pergaminhos – Professor Dumbledore? – Chamou novamente ouvindo o som de algo se quebrando

Draco olhou para o topo de uma pilha onde uma luz iluminou melhor a poeira no ar

Um esqueleto com óculos meia lua surgiu com uma vela na mão, o crânio do antigo homem possuía uma bipartição no topo da testa, não possuía pele ou músculo, não tinha os olhos nem nenhum outro órgão

– Olá meu garoto – O esqueleto cumprimentou o noivo cadáver que sorriu gentil para o senhor – O que te trás aqui?

– O senhor conhece meu noivo? – Harry enlaçou o braço de osso puro com o de Draco que não conseguia desviar os olhos do esqueleto no topo da pilha de livros

– Então ele foi o sortudo de se casar com você? – O esqueleto arrumou os óculos no rosto sorrindo

– Sim, e sobre sua outra pergunta – O moreno continuou sem soltar o loiro – Nós gostaríamos de um jeito para visitar – Harry apontou para o teto – Lá em cima

– Por que iriam querer visitar – O professor também apontou para o teto – Lá em cima?

– Eu queria apresentar Harry aos meus pais – Draco falou soltando o noivo para pegar Minerva no colo já que a gata estava tentando subir em uma pilha de pergaminhos instáveis

– Ah claro – O velho sumiu por um tempo surgindo logo depois com um enorme livro em mãos – Visitar os vivos...

Harry tomou a gata das mãos do noivo e começou a brincar com o animal que tentava passar as patas em seu rosto e cabelo

O esqueleto foleava o enorme livro passando os dedos pelas páginas como se lesse, Mas ele não tem olhos, pensou o loiro

– Achei – O homem informou tremendo o queixo um pouco – Um feitiço básico de assombração

O esqueleto começou a reunir alguns ingredientes misturando-os em uma taça de prata, fumaça colorida saia da mesma ao som dos inúmeros corvos batendo as asas para pousar nos livros

O liquido ficou vermelho com a fumaça amarela em espiral, o homem então levou a taça no orifício da boca

Expectativa pairava sobre o jovem casal, a gata Minerva se remexia nos braços do cadáver como se tentasse se coçar

Mas ela não tem pelo, o loiro pensou, O que estaria tentando retirar?, não sabia dizer, aquele mundo o deixava confuso

O esqueleto virou o líquido no momento em que um verme saiu pelo buraco da orelha de Minerva

O gato espirou e o crânio do velho explodiu com a fumaça vermelha vinda do líquido que bebeu

Com sincronia o animal e o professor lamberam o que seria os beiços, Mas eles não têm língua nem lábios, pensou Draco novamente, olhou seu noivo que continuava fazendo carinho atrás da orelha da gata

Ela não tem orelha, tornou a pensar, franziu o cenho, aquele mundo ainda era um mistério para si, concluiu

– Onde estávamos? – A voz trêmula pela idade alcançou os ouvidos do jovem vivo

– O feitiço de assombração – Harry respondeu calmamente

O professor assentiu pegando um dos corvos atrás de si e o apertou até o animal botar um ovo do tamanho do pássaro

– Quando quiserem voltar basta dizer a palavra chave – O velho informou quebrando o ovo – Amarelinha

– Amarelinha? – O moreno riu e enlaçou seu braço com o marido

O pó dourado caiu sobre o casal e sua gata, deixaram, então, a escuridão os guiar aos cuidados do luar presente naquela noite

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