Capítulo 6: Karthon

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— A época de ouro de nosso matador… tempos que não voltam mais.

— Exatamente. Foi quando tivemos casos memoráveis como o de Jonathan Kharton e Maggie Brock.

— Se no mundo exterior não há provas de seus assassinatos, podemos assumir que Mike Hartmann Teufel é um bom matador. É correto afirmar que ele está ao nível do pai, Jake Hartmann Teufel.

— Certamente. Falando nisso, Ele deveria se apressar para ter um sucessor. Em breve não será mais útil para nós. Foi o que aconteceu com seu pai, e o que tem acontecido com todos os nossos matadores desde a fundação de nosso death place.

— Hora, não fale assim. Se fomos capazes de conseguir um sucessor de Jake Hartmann, claramente também conseguiremos um sucessor de Mike Hartmann.

— Acompanhamos a vida pessoal dele, pode ser bom em matar, mas não é bom com relacionamentos. Afeto é algo que teufel não tem muito.

— Então, talvez dar a ele a “perfeição” seja uma saída. Já imaginou? Nosso primeiro matador com poderes ilusorios? O quão incrível seria se ele pudesse criar e remover imagens reais? Iludir as mínimas partículas de matéria no espaço temporal, considerando que sua onipotência e onipresença seria benéfico para seus crimes?

— Até ele se rebelar contra nós. Já pensou nesta possibilidade?

— E por que ele faria isso?

— Acha que com tamanho poder, ele ainda iria querer ser dependente de nós? Mais provável seria se ele quisesse fazer da vida um teatro, e explorar os próprios poderes com liberdade. Duvido que ele aceitaria continuar sendo nosso Assassino particular.

— Até que você tem razão neste ponto. Mas há outro argumento?

— Vamos relembrar o dia em que Mike Hartmann nos surpreendeu com seu talento assassino. Talvez lá encontraremos mais evidências, irmão.

| • 2012 • |

Foi naquela época onde a Zanied começou a se desenvolver e criar laços com a prefeitura.
O prédio tinha fortes laços com a rede elétrica, e com a economia do estado. Só competentes conseguem uma vaga como funcionário lá.

Jonathan Kharton. o grande chefe da Zanied. Que nome admirável para alguém de tamanha estatura social. Jonathan Kharton com certeza foi um dos melhores chefes daquele lugar. É uma pena que tenha sido encontrado morto na tarde do dia 21 de setembro. Uma cena traumatizante para suas filhas pequenas e sua esposa. Elas nem sequer conseguiram ler a carta de suicídio que ele escreveu. Eram palavras pesadas vindas de alguém que não suportava mais viver.

É difícil definir quem enfrentou a pior parte, pois a polícia também teve de estudar um corpo totalmente espetado com agulhas em volta do pescoço e dos pulsos. Era como se ele tivesse feito aquilo a partir de uma máquina, mas algumas desproporções na ordem das agulhas entregavam que as ferramentas de costura tinham sido colocadas à mão. Algumas agulhas estavam tão tão profundas na pele que chegavam a se colidir dentro de seu pulso.

A garganta estava ainda pior. Partida ao meio por uma “Espada”. Uma agulha que era grande o suficiente para parecer uma espada de brinquedo. O tipo de espada que segura um bonequinho de plástico vendido para crianças. Mas este cortava, e por sinal muito bem. Quem fabricaria uma faquinha como essas? Tanto consegue cortar carne humana quanto o tecido de uma gravata.

Lá estava ele, morto em cima de sua própria mesa. A mesma mesa em que ele abraçou quando foi promovido a chefe, é a mesma mesa quem sustenta o peso de seu cadáver.

Curiosamente, a carta de suicídio, além de se lamentar por sua “vida triste” também passava todos os direitos da empresa, verba e documentações legais para o nome de Mike Hartmann Teufel. Era como se ele soubesse que ao morrer, precisaria de alguém que ficasse cuidando da empresa. Mas por que Mike Teufel?

3X Medo | O Retorno De Um TraumaOnde histórias criam vida. Descubra agora