Capítulo 4: O Xadrez

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| • 2016 • |

— Não é justo, você trapaceou, Wally!

— Então estamos kits, eu não fui o único que viu você escondendo cartas embaixo da mesa.

— Pessoal, não vamos discutir, vocês querem que nossos pais reclamem? Quando os valentões da escola bateram no Wally, ficamos quase duas semanas sem brincar com ele. Isso porque o pai dele queria protegê-lo.

— Claro, lembro também que meu pai assustou os valentões quando chegou na escola. Eles nunca mais voltaram pra me incomodar.

— Está ficando escuro aqui. Vamos acender uma luz antes que os fantasmas apareçam. Trouxe as velas Wally?

— Trouxe sim, inclusive acendi uma que está quase se apagando. Quem está com a caixa de fósforos?

Um som de buzina de carro acompanhado de um tremor e som estrondoso de pancada pode ser ouvido na rua. Os garotos se assustam, um deles acendeu um fósforo que  caiu de sua mão nas tábuas de madeira.  o tremor fez metade da decoração da casa desabar. O motorista do carro que havia batido na árvore permanecia vivo. Com a forte pancada, os vidros das portas frontais e traseiras explodem para fora. O pára-brisa também não saiu impune. Cacos de vidro se dispersaram por todo o gramado. O motorista engatou a "ré" e seguiu na pista da direita. Fugindo sem perceber o estrago que futuramente poderia acontecer.

"Eu sou guarda noturno aqui. No começo pensei que fosse uma exploração na fábrica, foi quando ouvi o estrondo. Mas com o tempo, uma luz muito forte brilhou sobre o pátio do colégio. Não pude fazer nada para impedir, mas posso dizer que levará algumas semanas para reparar o estrago que essa árvore causou. Apesar de tudo... espero que encontre as crianças. Cheguei a conhecer o pai de um deles. Um trabalhador honesto e pai de família não merece receber uma perda como presente de natal, maldito seja o papai Noel se isso acontecer." Disse o guarda noturno do colégio para o jornal ao vivo.

As cinzas da madeira refinada foram levadas pelo vento através da rua Zanthon-321.
A ambulância chegou com a sirene ligada. O corpo de bombeiros chegou logo atrás. Eles serraram os galhos que impediam a passagem pela entrada da escola. E perceberam que o fogo já estava se apagando. E um odor de carne derretida tomou conta do pátio.

— Chegamos tarde demais. — Um dos bombeiros falou.

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— Mike, o que tá fazendo? — Zack puxou seu ombro, sussurrando.

— Perdemos conexão com Ele. Vou apenas observar as janelas. Vai que eu dou sorte e consigo vê-lo daqui. — Mike respondeu.

— Lembra do pai das garotas que foi jogado no mar? Provavelmente aquilo tinha uma explicação. A história se espalhou mais do que deveria. Se você fizer o mesmo com o caso de Oliver, provavelmente ele será morto também! — Disse Zack.

— Eu não ia fazer isso, só quero ter certeza de que ele está vivo. Me certificar que o "Golpe da vida" funcionou. — Disse Mike.

— Tudo bem, mas mesmo que aconteça alguma coisa com ele, já saberemos o culpado. — Zack deu as costas para, voltando para junto des outros funcionários da Zanied.

— Zack, sinceramente, não entendo porquê você é assim. — Disse Timmy.

— Assim... como?

— Assim... com ele. Parece que não vê o quanto Mike se esforça. Todos aqui se esforçam. Por algum motivo, você vem implicando desde o dia em que ele se tornou seu chefe. Não gosta de ser controlado? Peça demissão. Ou então tente conseguir um cargo maior.

3X Medo | O Retorno De Um TraumaOnde histórias criam vida. Descubra agora