5. Uma suposta nova amizade.

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"Você foi embora e eu preciso ficar chapada pra parar de pensar em vocêPasso meus dias presa numa neblinaPara esquecer que estou sentindo sua falta"

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"Você foi embora e eu preciso ficar chapada pra parar de pensar em você
Passo meus dias presa numa neblina
Para esquecer que estou sentindo sua falta".
— Habits, Tove Lo.

Y E R I M

Era por volta das 18h30 quando Anne chegou. Agora são quase nove da noite e continuamos na estaca zero; jogadas na camada pijama, menos Anne, já que ela está toda arrumada, pronta para sair. Todavia, minha bateria social foi para o ralo, junto a toda e qualquer vontade de socializar. Não quero comemorar meu aniversário, muito menos colocar um sorriso falso no rosto e fingir estar feliz, quando, na verdade, estou quebrada por dentro.

Por que uma desilusão amorosa machuca tanto? Não há dor física, nenhuma cicatriz, tampouco um machucado, mas, ainda assim, dói como se algo perfurasse meu peito toda vez que respiro. Ouvi-lo dizer aquelas palavras doeram mais do que descobrir que ele partiu, mas, ainda assim, é insuportável.

Um coração partido é a ruína do ser humano.

— É seu aniversário, caramba! Não posso te deixar trancada nesse quarto chorando por um idiota. — Encaro-a com um olhar de poucos amigos, odeio quando ela se refere ao Jun assim. Independente de tudo (e das coisas não terem dado certo entre nós), o defenderia sempre, em qualquer situação. — Desculpa. Ele não é um idiota. Mas ainda acho que você deve comemorar seu aniversário.

— Como você quer que eu comemore, Ann? — Questiono-a, sentindo o resto da minha paciência indo embora. — Vou ser um peso para vocês durante toda a noite, não estou no clima. — Dou de ombros, ignorando seu olhar penoso sobre mim.

O presente que Taehyung mencionou na nossa conversa, dois dias atrás, chegou hoje pela manhã. Era uma Canon Vintage, em perfeito estado e super cara. Fiquei tão eufórica que me esqueci da nossa conversa, do término, mandei mensagem, pelo Instagram — já que não tenho o número da mãe dele —, agradecendo pelo presente.

Ele não respondeu.

Tentei não dar importância — porque, aparentemente, ele ainda está sem celular —, mas, aquela sensação de arrependimento quando ele apenas visualizou e ignorou, me acertou em cheio.

— Você acha que eu deveria mandar mensagem para ele? — Suas sobrancelhas arqueadas e a confusão estampada em seu rosto quase me fez rir. — Não quero agir como se fôssemos meros desconhecidos, também não quero perdê-lo e eu sei que vou. Eu amo o Jung com todo meu coração, Ann, não queria que nada disso estivesse acontecendo.

— Eu no seu lugar seguiria em frente. — Anne diz sem rodeios, fazendo aquela cara cínica e debochada. — Mas somos pessoas diferentes, por isso o melhor conselho que eu posso te dar é falar o óbvio; siga seu coração. Se você não quer perder o contato, manda uma mensagem, converse sobre isso com ele. Vocês foram grandes amigos antes de tudo, uma amizade pode dar certo.

OUTRA VEZ, VOCÊ!Onde histórias criam vida. Descubra agora