10. Roupas oversized e seus olhos brilhantes.

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"Você ainda se lembra
A maneira como nos sentíamos quando éramos crianças?
Me pergunto se esse lugar ainda existe
Nós vivíamos o momento
E o medo era um estranho em nossos lábios
Me pergunto se esse lugar ainda existe
...
Você se lembra
A última vez que você sentiu algo assim?"
— Invisible Things, LAUV.

Você se lembraA última vez que você sentiu algo assim?"— Invisible Things, LAUV

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Y E R I M

Acordei sentindo minha cabeça latejar de dor.

Estou com uma ressaca do caralho e, como já não fosse desgraça o suficiente, o universo decidiu que seria perfeito deixar o clima nublado, carregado de nuvens escuras o dia inteiro. Dissipando qualquer vontade de viver que existia dentro de mim — depois que o álcool te deixa feliz, ele te humilha para cassete.

Eu tinha 5% de expectativa de não lembrar do vexame que me fiz passar ontem, no entanto, lembro de cada detalhe como se estivesse passando uma tela de cinema em câmera lenta, pela milésima vez, diante de meus olhos.

Consigo sentir Jennifer acariciando minhas costas enquanto cuspo minhas tripas num vaso caro e, em seguida, sair correndo, aos tropeços, para longe da ansiedade que os ver me causou.

Memórias foram jogadas em minha cara brutalmente, sem piedade.

Gatilhos foram despertos num piscar de olhos e me fizeram passar a metade da noite em claro, imaginando diversas situações que podem ter acontecido depois que fui embora feito uma estúpida emocionada.

Me sinto patética quando penso que, mesmo sem pretender, acabei nutrindo uma esperança que a Yerim do passado alimentava diariamente, por um bilhete idiota e de um apelido mais idiota ainda.

E é por isso que estou evitando meus melhores amigos desde que acordei; eles iriam perceber. Assim que olhasse em meus olhos, eles saberiam que tinha algo errado.

E eu, nunca, nem depois da morte, admitirei que depois de três anos aquele babaca ainda mexe comigo. 

O sol está quase nascendo e eu ainda não dormi.

Me aconchego, pela segunda vez, na maciez do meu lençol, esquecendo por um nanosegundo que minha vida não existe longe das paredes do meu quarto, enquanto enfio mais um gole de energético e alguma porcaria nada saudável goela abaixo.

Coloco mais um episódio de Something In The Rain para rodar, numa tentativa estúpida de silenciar minha mente e os SMS de Jennie que chegam a cada cinco segundos. Mesmo após ter respondido suas, milhares de mensagens em todas as redes sociais, ela continuou apertando na tecla, crente, de que tinha algo errado comigo.

Assim que o episódio começa a rodar, meu celular vibra, sinalizando mais uma mensagem de Jennifer.

Essa garota vai me enlouquecer.

OUTRA VEZ, VOCÊ!Onde histórias criam vida. Descubra agora