5 - Rubro

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Aviso: menção à tentativa de suicídio e descrição de uma crise de ansiedade. Se for um tema sensível para você, não leia! Mande mensagem para mim no privado e eu resumo os acontecimentos do capítulo. Priorize sua saúde mental.

Boa leitura!

Trinta anos atrás

O telefone tocava de forma incessante, mas estava longe o suficiente para que Danzou não se incomodasse em levantar da cama e ir atendê-lo. Eram duas da manhã, afinal, e qualquer que fosse o motivo da ligação, poderia esperar até o amanhecer.

Era o que pensava, ao menos, até ouvir a campainha ser tocada com a mesma intensidade.

Ele se lembrava perfeitamente da expressão consternada de Kagami quando abriu a porta de sua casa e, embora não visse o amigo há pelo menos vinte anos, não demorou a reconhecê-lo.

O Uchiha estava exatamente igual, afinal de contas, e isso teria sido assustador o suficiente para Danzou, exceto pelo fato de que havia uma criança recém nascida nos braços de Kagami e uma mancha escura ao redor de seu peito.

— Eu não tenho mais ninguém — Ele falou, a voz fraca — Eu imploro, cuide do meu filho, cuide de Shisui.

Ele não tinha força alguma para dar mais explicações e caiu no chão, quase inconsciente, após entregar a criança ao amigo.

— Kagami?! — O Shimura chamou, vendo o outro cuspir sangue.

O Uchiha tossiu, olhando para o filho com os olhos marejados.

— Ele é tão parecido comigo — Havia um sorriso em seu rosto — Tão parecido — Sussurrou, estendendo uma das mãos para o bebê que dormia tranquilamente.

Danzou estava paralisado, completamente em choque e quando se levantou, a fim de chamar uma ambulância, foi impedido por Kagami.

— Não, não há o que fazer.

— Me deixe chamar a polícia! — Implorou, apavorado.

— E dizer o quê? — O outro disse — Que um caçador de vampiros envenenou a mim e ao meu marido? — O Shimura arregalou os olhos — Não há o que fazer — Repetiu.

— O que você está dizendo? — A voz soou trêmula.

— É isso mesmo — Confirmou, sentia o veneno percorrer seu corpo inteiro e a perda de sangue o deixava tonto — É o que eu sou — As lágrimas escorreram pelo rosto dele — É o que ele é — Sussurrou, olhando para Shisui.

— Isso não existe — Danzou estava transtornado — Não existe.

— Você está vendo com seus próprios olhos, Danzou — Falou com dificuldade, já não enxergava mais nada — Ele irá crescer, irá envelhecer até os vinte e cinco anos — Suspirou — Ele pode se alimentar somente de comida humana até os cinco.

— E depois? — Falou, trêmulo, o desespero se intensificando conforme via o outro morrendo diante de seus olhos.

— Sangue.

Não é como se não esperasse pela resposta, mas Danzou ficou horrorizado mesmo assim.

— Por favor, cuide dele — Foi o que Kagami disse antes de fechar os olhos pela última vez.

Danzou encarou o corpo morto de Kagami pelo que pareceram horas até que a criança em seus braços começasse a chorar. Ele temeu que Anko, sua neta acordasse, então envolveu o menino cuidadosamente e se levantou, ligando para a única pessoa que poderia ajudá-lo naquele momento:

Carmesim - ShiItaOnde histórias criam vida. Descubra agora