3 - Vermelho

278 51 251
                                    

Itachi acordou, os olhos semicerrados pela luz que atravessava as grandes janelas do quarto. Ele notou que o despertador ainda não havia tocado, mas estava desperto demais para voltar a dormir. Virando-se sobre a grande cama, ele alcançou o celular sobre a mesa de cabeceira, sorrindo ao ver na barra de notificações a mensagem de Shisui.

Ele lhe desejava um bom dia e o historiador logo respondeu, desejando o mesmo.

Abaixo da mensagem de Shisui, havia a de sua mãe, pedindo que ele fosse até o hemocentro vê-la, alegando que ele já não a visitava há algum tempo. Itachi confirmou sua presença, aproveitando que teria a manhã livre e se levantou da cama para tomar um banho.

Duas horas haviam se passado quando ele adentrou o estabelecimento pertencente aos pais. O local parecia um pouco mais lotado do que o usual e, por isso, ele não se demorou em conversar com os funcionários, notando que eles estavam bastante ocupados.

— Mãe — Ele abriu a porta do escritório de Mikoto após duas batidas, vendo a mulher levantar os olhos da tela do computador e sorrir para si.

— Itachi! — Ela exclamou, apertando-o entre os braços instantes depois, com força o suficiente para fazê-lo perder o fôlego.

— Sentiu minha falta? — Brincou, embora soubesse a resposta e respirou livremente quando foi solto, vendo sua mãe o olhar de forma reprovadora.

— Você não nos visita com a mesma frequência de antes, Itachi — A voz era severa e o rapaz suspirou.

— Peço desculpas, o mestrado me manteve ocupado e eu sei que você e o otou-san estiveram ocupados também.

A mulher desviou o olhar, retirando as mãos que antes repousavam sobre seus ombros.

— Sente-se, querido — Ela pediu — Não falemos de problemas, sim?

Itachi se sentou em uma das cadeiras em frente a mesa da mãe, vendo-a vasculhar uma pequena geladeira na outra extremidade do cômodo.

— Fale-me sobre o rapaz com quem está saindo — Ela falou — Shisui, não é?

Itachi pareceu apreensivo e ela riu baixo enquanto andava até ele, entregando-o um copo comprido com um canudo.

— Você sabe que não o julgo — Assegurou — Diferente de seu pai — As feições delicadas se transformaram em uma carranca.

— Eu entendo os motivos dele.

Mikoto o encarou, parte de sua indignação sendo direcionada ao filho.

— Não admito que diga algo assim, Itachi!

O historiador engoliu em seco.

— Você se apaixonou, eu vejo o quanto fica feliz quando pensa nele — Falou — Jamais julgue a si mesmo ou se proíba de amar.

Ele sorriu, encarando o copo entre as mãos.

— Obrigado, kaa-san.

— Agora beba — Apontou para o copo — E me conte como está indo a relação de vocês.

Não foi um pedido e Itachi riu baixo, levando o canudo até os lábios enquanto fechava os olhos, o olhar vidrado quando os abriu novamente.

— Nos declaramos um para o outro na última vez que nos vimos — Falou — Ele disse coisas lindas, disse que é apaixonado por mim — Sorriu com ternura — Naquele momento, eu esqueci de qualquer impedimento que pudesse ter.

Mikoto sorriu, emocionada.

— Ele me faz tão bem, mãe.

Ela estendeu uma das mãos, tendo-a segurada por Itachi.

Carmesim - ShiItaOnde histórias criam vida. Descubra agora