Shisui ouviu as altas batidas do próprio coração acelerado e apertou as mãos no volante, amaldiçoando baixo ao sentir o material quase ceder sob seus dedos. Ele viu a boate ao longe e estacionou o veículo de qualquer jeito antes de pegar os objetos conseguidos por Anko no banco ao seu lado.
O cheiro da erva irritou seus sentidos e uma leve vertigem o deixou apreensivo. Ele não tinha ideia do quão nociva aquela mistura poderia ser a sua espécie, mas o enorme incômodo causado somente pelo odor o fez ter certeza de que atingiria seu objetivo naquela noite.
Deixando o carro, ele pegou a faca coberta pela mistura e andou em direção ao estabelecimento, ouvindo os batimentos cardíacos tão barulhentos quanto a música que tocava no local.
Sua respiração estava ofegante e ele observava os arredores de forma desesperada, buscando pelo rosto que lhe assombrou os pensamentos nos últimos dias. Os cabelos claros foram avistados ao longe e a sensação de asco que o invadiu foi tão intensa que pôde sentir o gosto da bile em sua boca.
Ele andou até um beco escuro a alguns metros de distância da boate, escondendo, parcialmente, a faca atrás do próprio corpo quando chamou, a voz trêmula e um tom baixo que ele sabia que seria ouvido:
— Hidan.
Shisui pôde distinguir, entre as vozes das inúmeras pessoas por perto, a interrupção de um riso alto e exagerado e, instantes depois, o som de passos se aproximando fez com que a adrenalina percorresse seu corpo de forma ainda mais veloz.
O homem apareceu em seu campo de visão, olhando em volta como se procurasse por algo e ele esperou, pacientemente, que ele o visse ali.
Não demorou a acontecer e ele não conteve a feição enojada quando o olhar desconfiado de Hidan pousou sobre si.
— Você me chamou — Não foi uma pergunta e o homem se aproximou de forma cautelosa, observando-o atentamente — Quem é você?
Shisui apertou o cabo da faca entre as mãos.
— Você matou duas pessoas recentemente — O policial disse, sem rodeios — E irá pagar por isso.
Hidan franziu o cenho, observando-o de cima a baixo quando riu.
— Bastante territorial você — Comentou, um sorriso malicioso nos lábios — Não se preocupe, é minha última noite na cidade.
— Com certeza é — O Uchiha falou, prestes a atacá-lo quando um cheiro conhecido o deixou totalmente paralisado.
Sequer pôde torcer para que estivesse enganado quando Itachi apareceu, o olhar arregalado intercalando entre os outros dois presentes. Shisui questionou-se rapidamente sobre o que ele estaria fazendo ali, mas decidiu que a razão era o menor dos seus problemas.
— Você precisa sair daqui! — Ele falou, a voz soando em uma mistura de terror e indignação.
— Eu estava prestes a dizer o mesmo — O outro Uchiha respondeu, a voz baixa enquanto encarava o homem de cabelos claros intensamente.
Hidan finalmente notou o clima ameaçador e pôde sentir o aroma da erva mortal devido à movimentação de Shisui. Ele encarou o policial, os olhos vermelhos brilhando quando rosnou, chegando até ele em um piscar de olhos, tentando desarmá-lo.
A mão de Itachi em seu braço o impediu, no entanto, e Shisui encarou, com verdadeiro horror, os orbes dele, destacando-se em um forte tom rúbido. O ar deixou seus pulmões de forma brusca enquanto ele encarava Itachi empurrar o outro contra a parede violentamente, um ruído quase animalesco deixando seus lábios.
A constatação do que aquilo significava lhe deixou totalmente paralisado, mas o gemido dolorido de Itachi chamou sua atenção novamente, fazendo-o perceber que ele havia sido golpeado, a mão sobre o estômago e a feição de dor evidenciava a superioridade da força física de Hidan, porém ele e Itachi eram dois.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Carmesim - ShiIta
FanfictionKonoha é uma cidade antiga que, de acordo com as lendas, foi habitada por vampiros há centenas de anos. Por conta disso, anualmente, a população realiza um festival com essa temática, no qual há muitas fantasias e comidas típicas, o local perfeito p...