Antologia de Natal (escrita pelos seguidores)

Segundas chances natalinas

Sinopse: Mia se vê em uma encruzilhada de problemas quando promete a sua família um natal"perfeito", mas tudo desmorona no instante em que inventa uma história onde nada é real.E como se não pudesse piorar, ela, que sempre fugiu de qualquer coisa que apitasseincerteza, é posta contra parede quando precisa lidar com seu fantasma do passado, umque tem nome e lindos par de olhos...Será que no fim tudo dará certo para Mia?

— Esse natal precisa ser perfeito! – disse enquanto pendurava os últimos enfeites na árvore.

— Mia, se acalma – Emma, minha melhor amiga, falou tirando a estrela da minha mão. — Faltam dois dias ainda.

Soltei uma bufada.

Ela não entende.

— Minha família vai se reunir depois de dois anos longe, e foi justamente eu quem prometeu o natal perfeito – expliquei de forma calma.

— Você também montou uma vida perfeita. Cabana afastada da cidade, trabalho promissor e um namorado – ela aponta todas as mentiras que inventei.

— Você não precisa me lembrar que essa cabana custou um rim. Que fui demitida e também que não tenho um namorado. Eu já sei disso tudo.

— Juro que ainda estou tentando entender que de todas essas preocupações a sua maior é o quesito namorado. Eu já disse que é normal ser solteira e mais ainda no natal.

Revirei os olhos me sentindo entediada com sua fala. Já era terceira vez dessa palestra só naquele dia.

— Minha família tem uma séria superstição que se continuar solteira depois do vigésimo quinto natal após o nascimento significa ficar solteira pra sempre. –  pego a estrela de volta e coloco no topo da árvore.

— Sua família é maluca –  ela constata.

Concordei mentalmente e corri até a cozinha.

Podia estar faltando dois dias para o natal, mas a véspera era em um e eu não tinha tempo a perder. O pudim já está com os ingredientes comprados, o bolo cremoso, a rabanada tenho que comprar o pão amanhã, o pastel já está fechado e...

— Como você vê tudo está contra mim — disse ao abrir o freezer e encontrar tudo descongelado, provavelmente há dois dias, exatamente o tempo que estive fora.

— Então não vai querer saber da notícia que tenho pra te dar.

— Não me diz que você não vai poder vir, por favor, não diz isso. – Praticamente imploro.

— Ah, não se preocupe. É claro que venho ver o acontecimento do milênio, só vou trazer alguém.

Arregalei os olhos em direção a ela. Cadê o "Tudo bem ficar solteira?".

— Não me olhe assim — ela me repreendeu.

Sai de trás do balcão à procura da minha bolsa.

— Não tenho tempo pra isso agora – disse percorrendo a casa, até voltar a ficar na frente dela — A propósito, vê se ele não trás um amigo.

Não dei tempo para Emma protestar contra meu pedido, corri com a chave do carro para fora da cabana.

***

— Já está acordada?— Indagou Emma, com voz de sono.

Era finalmente o dia de natal.

Quis acordar o mais cedo possível para organizar a cabana e receber a ligação para buscar eles no aeroporto.

— O pudim, bolo, torta de limão já estão prontos.

— Uau, que rápido.

Havia algo errado com ela. Emma não era gentil logo ao acordar, isso só acontece quando se sente culpada ou quer alguma coisa.