Uma chance para novas tradições

28 6 0
                                    

Sinopse:  Um natal único pode ser épico e um símbolo de novos começos, sim!Eleonor terá seu pequeno "clichê natalino", logo ela, uma mulher que não acredita noespírito do natal. Sequer gosta de comemorações, mas com força de vontade e um leveempurrãozinho, Eleonor terá em sua vida mudanças significativas. Iniciando no natal.


Não! Não!

O natal é em menos de uma hora, eu não estou nem perto de chegar há tempo em casa.

Fazer promessas é mais fácil do que cumpri-las, ao que parece.

Ano passado prometi ao meu grupo seleto de pessoas que me amam (pai e mãe) que eu passaria o natal com eles. Faz alguns anos que não comemoro o natal, prefiro trabalhar nessa época.

Sou antropóloga forense, gosto de me aventurar em escavações. E, em todos os momentos ao qual todos estão comemorando, eu trabalho. É quase um costume só meu, mas esse ano será diferente. A vida é mais do que trabalho ou aventuras — não que eu vá deixar um dos dois de lado.

Meu celular toca, mais uma das vinte ligações da minha mãe. As outras dezenove eu deixo somente tocar, pois ainda não sabia se ia chegar a tempo. Mas agora atendo.

— Alô, mãe? — dois suspiros aliviados do outro lado da linha.

— Onde você está, Eleonor? Estamos esperando, não me diga que você não virá.

— Não, estou indo. O voo atrasou, me deixem somente pegar um táxi.

— Ela está vindo, Luke, já está aqui — ela fala com meu pai, como se ele não estivesse escutado, já que o celular deve estar no viva voz.

— Venha o mais rápido possível, Eleonor. Quero poder abraçá-la assim que o relógio bater meia noite – diz meu pai.

— Claro, pai, chego em breve. — me despeço e desligo.

Olho em volta, não há um único táxi disponível. A plataforma de fora do aeroporto é enorme, como pode haver tantos táxis e nenhum disponível?

Com chateação iminente, puxo a mala com força. Um "tac" soa. A roda se move para o lado. Quebrou. Que maldito dia! Essa mala está bem pesada, droga, droga, droga!

Depois de levantar a mala e andar alguns passos, penso seriamente em deixar ela aqui para quem quiser tentar a sorte de levá-la. Ou eu posso simplesmente arrastá-la.

— Eu posso ajudar?

"Sim", eu estava inclinada a dizer. Mas não falei. Sou forte e capaz o bastante para fazer isso sozinha. O dono da pergunta sorri quando o encaro. É um homem alto, isso que tenho mais de um e setenta, ele usa um terno chique. O cabelo curto é preto e crespo.

— Não, eu consigo.

— Tem certeza? Você parece que mal aguenta essa mala. – ele ri.

— Tenho certeza, sim! – talvez tenha dito com menos educação do que deveria, mas não liguei quando comecei a andar para longe do estranho.

Uma olhada no relógio e vejo que tenho problemas maiores, faltam 40 minutos para o natal. Daqui até a casa leva pelo menos uma meia hora de carro, se eu não for logo não chego a tempo nunca.

Maldita hora que recusei a oferta do meu pai de vir me buscar.

Um táxi livre, sinalizo, mas ele não para. Uber.

Isso, vou chamar um Uber.
Em, mais ou menos, seis minutos, ele chega. Faço um olhar de desgosto para a mala, ainda assim, me obrigo a pegá-la. No terceiro passo de puro ódio, uma mão pousou no meu ombro.

Antologia de Natal (escrita pelos seguidores)Onde histórias criam vida. Descubra agora