Capítulo 5: O Vestido

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Scott Cárter

– Sabia que está tarde pra receber visita? – perguntei vendo Harry na porta do meu quarto.

– Eu sei, mas é por um bom motivo – respondeu enquanto eu me sentava na minha cama.

– O que lhe traz aqui? – perguntei batendo a mão ao meu lado na cama.

– Preciso da sua ajuda – disse se aproximando da cama e se sentando.

– Diga – pedi colocando uma almofada no meu colo.

– Então... Eu tô gostando de uma garota – confessou acanhado.

– Zayn já me disse isso – respondi querendo que ele fosse direto ao ponto.

– Apressado – revirou os olhos – pois então, eu não tenho muita coragem pra chegar nela e chamar ela pra sair. Pra piorar, eu saí com a garota que ela não gosta – contou olhando para os pés, que mexiam deliberadamente.

– Uuuuh... E como foi? – perguntei interessado.

– Foi estranho, mas bom. Ela parecia estar interessada em outra coisa, sabe? – olhei com um olhar sacana.

– Claro, você é gostoso, queria o quê? – perguntei desentendido.

– Não é isso, é qu... O que você disse? – perguntou me olhando envergonhado – achei que fosse hétero – arqueou uma sobrancelha duvidosa.

– E sou – revirei os olhos – por um acaso, achar alguém bonito me torna gay? Gay é você fazendo isso – respondi.

– Enfim – desviou o olhar envergonhado – como eu ia dizendo, acho que ela tá interessada no meu dinheiro – voltou ao assunto e eu fiz sinal para que ele continuasse falando – não sei. Durante o encontro ela só falava sobre coisas caras que poderíamos fazer juntos ou que eu poderia dar a ela e o pior é que ela enfatizava isso. Mas eu confesso que gostei de ficar com ela. Ela é gostosa e tals, mas parece superficial – contou.

– É uma troca justa. Ela pelo seu dinheiro e você pelo corpo dela... Claro, enquanto você não conquista a tal garota que gosta – dei de ombros.

– Você faria isso? – perguntou desconfiado.

– Obviamente não – pisquei. Meu celular ligou a tela e uma notificação desceu.

– Péssima ideia querer conselho seu... Delilah? Jura? – perguntou olhando a tela do celular.

– Ela é gata – dei de ombros.

Ficamos conversando mais um pouco, mas logo ele foi embora. Deixa perfeita para minha mãe entrar no quarto.

– Sua tia estava aqui. Vai ter um jantar em um salão de leilões esse fim de semana e estão precisando de garçons...

Astrid O'conner

É. O fim de semana chegou, e eu passei, praticamente, o dia inteiro em uma cadeira rodeada por pessoas fazendo meu cabelo, unhas, sobrancelhas, cílios, maquiagem e tudo o que foi possível. Tudo para passar algo próximo a três horas em um salão cheio de pessoas esnobes que querem se aparecer mais que as outras.

Me olhei mais uma vez no espelho. Eu estava impressionantemente diferente do que costumo ser no meu dia a dia. Minhas milhares tatuagens estão bem amostras no vestido, mas estou confortável com ele.

– Já está pron... Uau! Jamais esperei ver você assim – meu pai comentou entrando no quarto – você está belíssima! – elogiou orgulhoso.

– Você também não está de se jogar fora – brinquei esnobe.

– Ultimamente você anda muito mal criada – cruzou os braços.

AesirOnde histórias criam vida. Descubra agora