Astrid O'conner
– Astrid? – escutei alguém me chamar enquanto ia em direção ao meu armário.
– Eu? – olhei para trás desentendida e vi Harry vindo na minha direção com um sorriso imenso.
– O nosso trabalho – disse chegando perto – a gente não terminou – ele começou a andar do meu lado.
– Ah! Depois eu termino, seu nome já está nele mesmo – respondi despreocupada parando na frente do meu armário.
– Não, claro que não – respondeu nervoso se aproximando – e-eu te ajudo – se aproximou mais enquanto eu tentava abrir meu armário. Estranhei essa atitude vindo dele.
– Não precisa, é sério – tentei abrir o armário, preocupada com essa aproximação dele.
– Deixa que eu abro – disse colocando a mão na fechadura.
Me afastei dele, o deixando abrir o armário. Só então reparei em um bilhetinho pregado nele. Não deu tempo de ler, ele fez tanta força para abrir o armário que conseguiu.
A força fez com que a porta batesse nos outros armários e junto, voou uma caixinha cheia de glitter colorido nele. O barulho da porta batendo chamou atenção de todos que estavam por aí passando. As pessoas repararam no que estava acontecendo e começaram a rir dele.
Ele se envergonhou e começou a ficar vermelho. Ajudei ele a se limpar sem achar um pingo de graça nessa brincadeira infantil que quase me tem como alvo, apesar que essa era a intenção.
– D-Desculpa – pediu envergonhado.
– Quem deve desculpas sou eu, essa idiotice com certeza era pra mim – presumi passando a mão no seu ombro, na intenção falha de tirar a purpurina.
– Não tem problema – sorriu triste – vou indo, se precisar de ajuda com o trabalho me avisa.
Se despediu com um aceno e passou por mim indo em direção ao final do corredor. Assim que ele saiu, tive visão do grupinho de garotas rindo enquanto me olhavam. Revirei os olhos e continuei meu afazer.
Roger O'conner
Olhei mais uma vez com precisão aqueles documentos. Não havia uma possibilidade deles estarem forjados, havia? Saber que há uma possibilidade de Jade e Anne estarem vivas me fez subir uma chama esquisita.
– Já consegue explicar o porquê desses documentos não estarem desativados? – mamãe perguntou entrando na minha sala.
– Não tenho a menor ideia – confessei.
– E a Watson? Conseguiu algum documento? – perguntou sentando na cadeira a frente da minha mesa.
– Não achei nada, parece que a garota nunca existiu. Mandei alguns seguranças investigarem as redondezas, mas até agora não acharam a tal casa que ela disse – contei passando a mão pelo o cabelo, preocupado.
– Desse jeito fica mais fácil – comentou – seus primos disseram que vêm esse fim de semana, junto com seus tios pra conhecerem Linda. Já contou pra Astrid, né? – perguntou suspeita.
– Não... – acanhei.
– Aí é com você – respondeu desdenha se levantando.
Agora eu estava na merda, não posso assumir Linda perante minha família sem saber se Anne está viva. Sem contar que acredito que Astrid não aceitaria muito bem essa história. Porém, meus parentes estão chegando, seria um problema não apresentar ela.
***
– Chamou? – os enormes cabelos negros apareceram na porta.
– Sim, entra, minha princesa – tirei a atenção do computador e a olhei entrar.
– O que foi? Parece estranho – comentou se aproximando de mim.
– Acho que a gente precisa conversar sério – suspirei, ela me olhou preocupada. Talvez essa decisão fosse precipitada, mas foi isso que eu decidi.
– Pode falar – se sentou na minha mesa, perto de mim. Ela sempre fez isso, desde criança.
– Você sabe que tem muito tempo que sua mãe se foi, né? – ela concordou desconfiada – E depois dela, eu nunca me relacionei com outro alguém seriamente, né? – rodeei o assunto.
– Tem como ser direto? – pediu impaciente.
– Certo – concordei – há um tempo ele e Linda começamos a sair somente no casual mesmo. Nessas idas e vindas nos aproximamos e começamos a envolver sentimentos... – ela me cortou.
– Entraram em um relacionamento? – concordei com a cabeça, receoso da resposta.
Ela suspirou pesado e abaixou a cabeça olhando os pés balançando. Ela não dizia nada, parecia pensativa. Aquilo me matava por dentro. Foram poucos minutos extremamente agoniantes até ela levantar o olhar e me fitar.
– Não sei se isso vai pra frente, muito menos me digo satisfeita. Porém se isso te torna feliz também me torna feliz. Não é o que eu queria, mas passou da hora de você arrumar alguém, né? – me olhou serena – pelo amor de Deus, dezessete anos sem dá um amasso, mais seco que o deserto do Saara – brincou humorada. Um alívio tomou conta de mim e eu ri.
– Jamais imaginei que você reagiria assim – sorri sentindo meus olhos lacrimejando – meu bebê cresceu, que orgulho.
– Sem chorar, cagão – brincou vindo ao meu encontro e me abraçou.
– Eu te amo, minha princesa.
– Também te amo, velhinho.
S
cott Cárter
– Ei! – alguém bateu a porta, pela voz imagino ser Harry.
– Abre – comecei a guardar meu portifólio.
– Você não vai acreditar – ele abriu a porta eufórico.
– Conta – ele fechou a porta e se jogou na minha cama – se colocar você e o Zayn um do lado do outro eu não sei quem é o mais folgado – reclamei.
– Ele ganha. Enfim – se sentou e pegou meu travesseiro – hoje ela me tocou! – contou animado abraçando meu travesseiro.
– Hãn? – desentendido, fiz sinal de punheta para ele.
– Não! – respondeu assustado – caiu um pouco de purpurina em mim e ela me ajudou a limpar... Ah... Aquela mão delicada... – enfiou a cara no meu travesseiro. Fiz uma careta de tédio.
– Esperava algo mais interessante – dei de ombros.
– Não diminui minha conquista, ok? – levantou a cabeça indignado – tenho que ir, fiquei de sair com Andy – se levantou com preguiça.
– Iludido por uma, saindo com outra... Vai entender...
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Aesir
Teen FictionAstrid vive no seu mundo particular com tudo do bom e do melhor, rodeada por luxos e caprichos. Mas ainda sim é humilde e desde nova aprendeu o real valor das coisas. A amante dos doces vê sua vida mudando lentamente agora que seu pai começa um rela...