Trauma parte 1

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Era 27 de  agosto, em Nova York caia uma chuva de verão. Piper Chapman dirigia com cuidado pelas ruas. No banco de trás seu filho não parava de falar com tinham sido seu dia na escolinha. Ela respondia algumas coisas e outras acabava não prestando atenção, sua cabeça estava a ponto de explodir. Tinha tido uma briga com o pai de Jacob, Josef queria levar o pequeno para viajar, mais claro que Piper não deixaria. O motivo? Josef havia conhecido o filho a duas semanas. Jacob já tinha 3 anos, e seu pai apenas o conheceu a duas semanas atrás. Chapman achava aquilo um absurdo. Não deixaria nunca seu filho ir viajar com um completo estranho. Josef e Piper foram namorados no ensino médio,  mais quando a loira engravidou, Josef sumiu. Também tinha sido a primeira vez que ela via ele depois de contar que estava grávida. Jake sabia que Josef era seu pai, o garoto tinha ficado animado por finalmente conhecer o pai. Piper bufou ao ouvir seu celular toca pela milésima vez. A verdade é que não lembrava de muita coisa desse dia. Ao desligar o celular ela apenas ouviu o grito do filho e uma luz forte. Depois disso nada. Tudo era uma borrão. Um caminhão com o motorista bêbado bateu no carro, fazendo ele derrapa na pista e a parte traseira bater no poste. Piper acordou uma semana depois do acidente, e recebeu a pior notícia do mundo. Jacob Chapman, seu filho, tinha falecido. Piper pediu com todas as força para que a notícia fosse mentira. Desejo ter ido no lugar dele. Ou que nunca tivesse acordado. Que aquilo fosse um pesadelo. A dor só aumentou quando descobriu que não pode se despedir dele. O funeral aconteceu quando ainda estava em coma Por muitos dias ela negou que aquilo de fato tinha acontecido. Que seu bebê tinha partido, se culpou, mesmo não tendo culpa alguma. Todos os dias durante quatro anos, ela visitou o túmulo dele. E todos os dias, se descupava com ele, pedia para acorda daquele pesadelo. Até que um dia, decidiu que não poderia viver daquele jeito. Precisava sair daquela rotina de sofrimento. Foi o dia que decidiu que se mudaria para o Alasca. Com o único objetivo. Escrever seu livro.

O silêncio reinava na sala, Alex estranhou. Piper se perdeu nos pensamentos até que o silêncio foi preenchido com um soluço, que escapou da boca da loira. Vause se assustou e sentou para olhar a namorada.

- Ei, o que foi? - Viu o rosto banhado em lágrimas. Piper não conseguiu responder. Lembrar disso lhe doía a alma.

- Pipes, amor. O que foi? Foi algo que eu falei? - Pergunto nervosa, nunca tinha visto ela chorar desse jeito. Viu ela negar.

- Vem cá. - Puxou ela para mais perto e abraço-a fortemente, fazendo carinho nas costas dela, até que se acalme-se. Piper se sentiu segurar nos braços da morena.

Aos poucos foi se acalmando. Os soluços foram cessando, e a respiração voltando ao normal.

- Tá melhor? - Perguntou depois da namorada se separar um pouco para olhar seu rosto. Ela assentiu.

- Quero te contar uma coisa. - Falou se ajeitando nos braços dela, sem quebrar o olhar ou o abraço.

- Pode contar o que quiser, meu amor. - Com delicadeza limpou o rosto dela e deu um selinho.

- Ok. - Levantou e pegou o porta retrato que tinha a foto do que Alex achou que fosse o sobrinho dela.

- Esse aqui, é Jacob Chapman. - Sentou do seu lado, e entregou o porta retrato a ela.

- Ele se parece com você. - Olhou-a.

- Ele era meu filho. - Falou com a voz embargada. Alex arregalou os olhos e sentiu uma pontada no coração.

- Filho? - Olhou-a, seus olhos tinham lágrimas e aquilo partiu seu coração.

- Sim, ele teria 7 anos agora. - Deixou as lágrimas voltarem a cair.

- O que aconteceu? - Entrelaçou uma mão com a dela.

Piper a olhou-a e respirou fundo. E aos poucos foi contando o que tinha acontecido.

- Eu nunca pudi me despedir dele, Alex. - Chorava.

- Eu nunca disse adeus ou o quanto amava ele. Eu me sinto tão culpada. - Soluçava.

- Vem aqui. Você não tem culpa de nada meu amor. - A puxou de volta para seus braços.

Doía demais ver Piper daquele jeito, sempre era ela que se mostrava mais vulnerável. Naquele momento Alex apenas queria ser para a namorada o que ela estava sendo para ela. Abraço-a forte, e deixou que chorasse.

Não podia falar que sentia a dor dela. Mais com toda a conserteza poderia imaginar. Só de pensar em perde Alysson seu coração doía, uma dor horrível e insuportável. Nem uma mãe deveria perde um filho. Não era assim que a vida funcionava. Ou não era assim que a vida deve-se funciona. Enterra um filho deveria ser a pior coisa do mundo. Nenhuma mãe deveria fazer isso. Piper pode não ter estado no funeral, mais pode ter certeza que ela sentia a dor.

Elas ficaram assim por um tempo. Alex acabou deixando algumas lágrimas caírem também. Piper pela primeira vez sentiu um certo alívio em falar sobre a morte do filho.

- Desculpa, não queria ter chorado assim. - Disse tímida, olhando a blusa da namorada toda molhada.

- Ei, não tem problema algum. - A puxou de volta, não queria se soltar dela.

As duas se deitaram no sofá, Alex trouxe Piper para deitar no seu peito enquanto fazia cafuné nela. A loira se sentia segura nos braços dela.

- Pode me contar como ele era? - Pediu tímida, Piper assentiu fechando os olhos.

- Ele era um amor, uma criança incrível. Sua primeira palavra foi mamãe. Eu me senti a pessoa mais feliz do mundo quando ouvi isso. - Sorriu ainda de olhos fechados. - Quando aprendeu a andar, corria pelos corredores da casa dos meus pais. Eu sempre fui grata por eles terem aceitado bem a minha gravidez. Jake amava eles. Ele sempre era o primeiro a acorda. Pulava na minha cama até que eu levantasse para ir tomar café com ele. As vezes ele ia para minha cama de madrugada, e se deitava em cima de mim. Eu amava. Amava sentir seu pequeno corpinho em cima do meu. Cheirar seus cachinhos loiros. Ouvir sua vozinha me chamar de mamãe. - Sua voz embargou, Alex beijou sua testa.

- Não precisa se não quiser.

- Eu quero. - Mudou de posição, ficando de frente para ela.

- Sabe, eu não costumo falar sobre ele assim. Mais com você eu me sinto avontade. - Deu um meio sorriso para ela, Vause deu um rápido selinho. - Você é como meu calmante, ou entorpecente da dor. Não é que eu não sinta mais dor ao falar dele. Mais com você, sei lá. Parece que ela alivia. - Se ficaram.

- Eu fico feliz por amenizar sua dor. - Disse com a voz doce, fazendo um leve carinho no seu rosto.

- Alysson me lembra ele. Principalmente a paixão pelo Bruno Mars. - Sorriram. - Eu costumava chamar ele de sunshine, como você chama Aly. - Contou baixinho.

- Sério? - Sorriu para ela.

- Sim, quando acordava seus cachinhos estavam todos bagunçados, parecia um solsinho. - Deu uma risadinha, Alex acompanhou imaginando o pequeno mini Chapman.

As duas ficaram deitadas no sofá por um longo tempo, que nem perceberam passar. Piper também tomou coragem para mostrar algumas coisas que tinha no celular. Alex sorriu largamente ao ver a foto de Piper com o filho no colo, os dois se encaravam e sorriram um para o outro,  ela também sorriu, teria adorado conhecer o pequeno.

No final as duas dormiram abraçadas no sofá. Piper teve um lindo sonho com o filho. Onde ele brincava com Alysson, enquanto ela e Alex estavam sentadas em uma toalha de piquenique. Acordou com um sorriso, teria amado viver esse momento.














VOlTEI! Primeiramente quero me desculpar por ter sumido, acabou que minhas aulas presenciais voltaram e eu fiquei um pouco enrolada para posta. Mais agora estou de férias e pretendo voltar com mais capítulos mais rápido. Espero que gostem e mais uma vez desculpa. Obrigada por lerem.

WELCOME TO ALASKA  - VAUSEMAN        Onde histórias criam vida. Descubra agora