piña colada

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"Eu gosto do caos que você me traz"

– jão

Depois de deixar Eda em seu apartamento e ter agido como um idiota total, o peso da culpa me acompanha por onde quer que eu vá. Me sinto como um adolescente de novo, falando o que não devo e tomando atitudes impensadas. Eu deveria voltar para casa mas não é lá que eu quero estar, não consigo parar de pensar em como ficamos em uma situação desagradável por minha culpa e por um simples bilhete.

Faço a volta na minha moto e vou até meu escritório da boate. Vou tentar encontrá-lo, quero saber o que ela escreveu… Porque eu sei que ela não mentiria sobre isso, eu só estava sendo um estúpido sem razão e sequer deixei ela me dizer onde tinha deixado o papel. Busco por todos os lugares do meu escritório e não encontro, é impossível que alguém tenha pegado porque ninguém além de mim e Engin entrou aqui.

E então lembro que levei as roupas daquele dia para a minha casa. E se ela o colocou em um dos bolsos da minha calça? Saio às pressas em direção a minha casa e vou direto para minha área de serviço, assim que coloco as mãos em um dos bolsos eu posso sentir o papel.

"Oi, não sei bem como dizer isso por um bilhete. Mas está tudo bem comigo, ok? Eu só precisei sair às pressas porque eu tenho uma reunião.

Espero que nossa noite aqui não te prejudique em nada no trabalho, confesso que também estou um pouco aterrorizada com a ideia de você ser demitido por minha culpa…

Bem, a noite foi ótima. Muito obrigada pela dança, pela bebida... por tudo. Se um dia você precisar de uma cobaia para provar suas bebidas, meu número está no verso desta folha.

Eda Yıldız"

Não penso muito no que estou fazendo quando registro seu número no meu celular e mando uma mensagem explicando o idiota que eu sou. No entanto, fui pego de surpresa com o seu jeito compreensivo, esperava que ela me ignorasse (eu merecia isso) ou que me xingasse (eu também merecia isso), mas ela só diz que está tudo bem.

Agindo por impulso, de novo, pego as chaves da minha moto e saio em direção a sua casa levando apenas uma garrafa de rum e a esperança de que a gente consiga conversar, olho no olho, e resolver tudo. Não conseguiria dormir sem ter esse momento, odeio assuntos inacabados.

Mas felizmente hoje é o meu dia de sorte e ela aceita que eu vá até ela. Estou apenas esperando seu porteiro liberar minha entrada… Começo a ficar um pouco nervoso porque definitivamente eu não pensei no que falaria pra ela, trouxe apenas minha garrafa de rum para tentar persuadi-la com a promessa de mais um coquetel.

— Senhorita Eda disse que você já pode subir.

— Obrigado.

Estive aqui algumas horas atrás então não é tão difícil de lembrar o andar e o apartamento que ela mora. Não chego nem a dar dois toques em sua porta quando ela se abre, mostrando uma Eda pronta para dormir, usando seu pijama com pequenas cerejas desenhadas.

— Oi, de novo — A cumprimento sem graça. Ela está tão fofa…

— Nossos encontros estão sendo frequentes, Serkan Bolat. — Ela me olha de cima a baixo, provavelmente notando que eu sequer troquei de roupa. Sim, Eda, eu não consegui ter tempo de mais nada que não seja pensar no idiota que eu fui com você.

— Desculpa ter aparecido assim, eu só precisava te ver — Confesso para ela, quero que ela perceba que estou sendo honesto.

— Não precisa se preocupar, eu já nem lembro de mais nada do que aconteceu — Ela diz, provavelmente tentando fazer eu me sentir melhor.

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